Processo de leitura e
interpretação
§
Etapas
do processo de leitura e interpretação do texto, segundo a hermenêutica*: Pré-compreensão,
Compreensão, Interpretação.
a) Pré-compreensão: entrada do leitor no texto, sem
conhecimento prévio sobre o assunto, ou área específica.
b) Compreensão: entrada do leitor no texto, já com
conhecimento prévio sobre o assunto, para que ele relacione
as informações novas com as que possui, entendendo assim a intencionalidade do
texto. Compreensão significa entender o significado dos elementos linguísticos,
a explicação, as justificativas e o alcance social do texto.
c) Interpretação: a “fusão dos horizontes” do texto e o
do leitor, para abertura, crescimento e ampliação para novos sentidos. Ou seja,
a resposta que o leitor dará, depois de “conversar” com o texto, de
compreendê-lo. A interpretação resulta na produção de um novo texto.
Algumas dicas
1) Uso de dicionário
§ Potencializar
a leitura com consulta ao dicionário, especialmente, na primeira etapa, a da
“pré-compreensão”.
§ Anotar
as palavras novas em um caderninho à parte para melhor assimilação.
§ Pesquisar
no dicionário o significado delas para ampliação do vocabulário.
2) Reescrita
§ Fazer
paráfrases, seguindo as ideias do autor, sem copiar trechos do texto.
§ Fazer
resumo, selecionando as expressões-chave, indicando, com as próprias palavras,
as ideias básicas do texto.
§ Fazer
resenha, segundo os passos do resumo, incluindo a intervenção pessoal com um
comentário sobre o texto.
§ Fazer
esquema, das ideias, apresentando o esqueleto do texto em tópicos, ou pequenas
frases, usando recursos como cores, imagens, para facilitar a visualização.
3) Leitura no papel
§
Priorizar
a leitura no papel, pois nele pode-se sublinhar, marcar, escrever nas margens,
facilitando a compreensão e a fixação.
§
A
leitura no papel possibilita avançar ou retroceder as páginas para registro de
informações ou releitura.
§
Esse
tipo de leitura permite rever as partes em destaque, as anotações feitas, o que
facilita lembrar ou recordar melhor o que foi lido ou estudado.
Passos para a leitura
§
Concentrar-se
antes de iniciar a leitura, para não ficar lendo e relendo, sem saber o que
está fazendo, ou sem estar entendendo.
§
Procurar
o ritmo de leitura mais confortável, pois isso reduz o estresse, melhora a
concentração e facilita o entendimento, principalmente, de textos mais longos.
§
Reservar
pelo menos 30 ou 45 minutos diários, longe das distrações tecnológicas, para
ler, a fim de que o cérebro recupere a capacidade de fazer a leitura linear.
§
Predispor
o cérebro para realizar leituras lineares, aproveitando as vantagens de detalhes
sensoriais (formato, desenhos) para se lembrar de informações-chave da leitura.
§
Ler
somente em telas, para quem não tem hábitos de estudos, cria uma certa ilusão
de estar aprendendo, mas o que o leitor retém são fleches de leitura, sem
desenvolvimento das habilidades de, compreensão, interpretação e elaboração de
conhecimentos.
Procedimentos para interpretação
§
Analisar
o texto, a partir do título, indagando sobre as possibilidades de abordagem que
um texto com tal título pode revelar.
§
Ler
todo o texto, para ter uma visão geral do assunto e para se certificar de que
há uma pré-compreensão sobre a temática abordada.
§
Ler,
destacando as expressões-chave dos parágrafos, ou das partes do texto.
§
Assimilar
as ideias novas, procurando associá-las ao conhecimento prévio, para a
compreensão do assunto.
§
Não
interromper a leitura mediante a presença de palavras ou termos desconhecidos.
§
Ler
bem, ler profundamente, com bastante concentração,
procurando, com perspicácia, perceber as sutilezas que se apresentam nas
entrelinhas do texto.
§
Tomar
cuidado para evitar que prevaleçam as ideias pessoais sobre as do autor.
Outros cuidados
§
Verificar
a coesão e a coerência nos processos de coordenação e de subordinação das
ideias no texto:
1) As orações
coordenadas possuem independência de sentido, mas a ordem em que elas aparecem
garantem o coerência textual. Ou seja:
Ø
“O pássara embeleza o espaço natural, canta e voa”.
Ø
“O pássaro canta, voa e embeleza o espaço natural”.
2) As orações
subordinadas completam a significação das orações principais, logo é preciso
atenção às relações e aos efeitos de sentido de todo o período. Ou seja:
Ø
“João Pedro precisa estudar muito, embora queira se dar bem na
prova”.
Ø
“João Pedro precisa estudar muito para se dar bem na prova”.
§
Verificar
a harmonia entre um termo subordinado e um subordinante, sabendo-se que os
adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão,
aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado.
§
Ter
consciência de que a interpretação não depende de cada leitor, pois, enfim, “O
que está escrito, escrito está.”
Estratégias para resolução de provas
§
Considerar
que toda prova seja semelhante a um jogo de varetas, composta de questões
fáceis, médias e difíceis.
§
Ler
os enunciados, procurando identificar as expressões-chave que orientam para a
resposta.
§ Observar se a etimologia ou a semelhança das palavras apontam para a resposta.
§ Procurar identificar as ideias, ou opiniões expostas pelo autor, na elaboração do enunciado das questões.
§
Não
ficar muito tempo nas questões que gerem dúvidas, pois isso pode provocar
inquietação, nervosismo e desconcentração.
§
Pular
para a próxima questão, no caso de não se lembrar de algum detalhe da questão
analisada, mesmo dominando o assunto.
§
Deixar
sinalizadas as alternativas das questões que lhe parecerem possíveis, para
ganhar tempo no processo de releitura da questão.
§
Voltar
às questões não resolvidas, depois de ter lido as restantes e resolvido as mais
simples.
Outras dicas
§
Ficar
atento aos vocábulos: “destoa” (= diferente de ...), “não”, “correta”,
“incorreta”, “certa”, “errada”, “falsa”, “verdadeira”, “exceto”, e outras
palavras dos enunciados.
§
Procurar
perceber tais palavras e até destacá-las, se preciso, para não perdê-las de
vista no processo de leitura.
§ Quando duas alternativas parecerem corretas, procurar a mais coerente com o enunciado.
§ Quando o autor apenas sugerir a ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva.
§ Não se deve procurar a verdade exata dentro da resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do enunciado.
§ Descartar, de imediato, as alternativas que se afastam do que está proposto no enunciado.
§ Identificar entre as possíveis alternativas corretas a que seja mais coerente com o sentido do enunciado.
§ Procurar perceber as ideias que o autor defende;
§ Considerar a importância dos adjuntos adverbiais e dos predicativos do sujeito na interpretação do texto.
Ex.: Ele morreu de fome.
§ de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele").
Ex.: Ele morreu faminto.
§ faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.