quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dia do trabalhador

O dia do trabalhador, celebrado em vários países do mundo, teve como nascedouro, as ruas de Chicago, em 1886, quando milhares de trabalhadores tomaram as ruas daquela cidade americana, reivindicando melhorias nas condições de trabalho.

Foi uma grande mobilização que reuniu diferentes categorias profissionais em torno de um ponto comum que foi a redução da jornada diária de trabalho para 8 horas. Dessa manifestação, intensa e organizada, acabou resultando uma greve geral dos trabalhadores de Chicago.

Essa deliberação dos trabalhadores, em terras americanas, ocorrida em 3 de maio de 1886, como todo movimento reivindicatório, sofreu uma forte pressão por parte dos patrões, da imprensa ligada ao patronato e até mesmo por parte de alguns setores da sociedade conservadora. Houve a intervenção da polícia que, agindo de forma truculenta, culminou com a morte de vários manifestantes.

O assassinato dos trabalhadores gerou um sentimento de ira e revolta, o que fez os grevistas fortalecerem o poder de mobilização. No dia seguinte, 4 de maio de 1886, em meio às manifestações, uma bomba foi atirada por alguém contra a polícia que agia, com violência, tentando dispersar a multidão. A explosão da bomba foi fatal. Em decorrência dela sete agentes policiais foram mortos. A polícia reagiu, atirando contra os manifestantes, assassinando doze pessoas e deixando feridas mais algumas dezenas. A Revolta de Haymarket, nome que foi dato a este triste episódio, foi ponto de discussão e de reflexão em Paris, no dia 20 de junho de 1889, por ocasião da segunda Internacional Socialista. Nesta, os congressistas deliberaram convocar anualmente uma manifestação para lutar pela redução da jornada de trabalho que, de acordo com eles, deveria ser de 8 horas diariamente. E o dia escolhido foi o 1º de maio que assinalou o início da luta dos trabalhadores de Chicago em 1886.

Dois anos mais tarde, no norte da França, a polícia francesa, de forma violenta, dispersa os manifestantes. Esse lamentável fato acabou reforçando o referido dia como dia de luta dos trabalhadores. Alguns meses mais tarde, em Bruxelas, a Internacional Socialista aprovou o 1º de maio como dia de reivindicação por melhores condições de trabalho.

A França foi o primeiro país a aprovar a redução da jornada diária de trabalho para 8 horas. Em 23 de abril de 1919, o Senado francês aprovou mensagem nesse sentido e decretou feriado nacional o 1º de maio. Depois, em 1920, foi a vez de a Rússia decretar feriado nacional também neste dia.

No Brasil, o memento reivindicatório dos trabalhadores ganhou força com a greve operária que ocorreu em São Paulo, no início de século XX. De lá para cá, os trabalhadores foram-se organizando, criando sindicatos, realizando manifestações, fazendo graves e participando de negociações com os representantes das administrações públicas, com os empresários, ou com os representantes do patronato brasileiro.

Graças às organizações dos trabalhadores, à sua militância, a garra e à força de luta várias coisas importantes foram conquistadas. Dentre elas, podemos destacar o 13º salário, direito a férias remuneradas, multa de 40% por rompimento de contrato, licença maternidade e salário desemprego.

Como se vê, a história do 1º de maio começou a ser escrita em 1886. Foi uma longa trajetória até chegar aos dias de hoje. Muitos trabalhadores ficaram pelo caminho sem verem o resultado de sua participação. Mas valeu. Ficou o exemplo, o testemunho e o desejo de justiça. Ficou a semente lançada para ser cuidadosamente cultivada por outros trabalhadores. Cabe a estes agora a continuidade da luta para que outros belos capítulos sejam escritos nas páginas de nossa história. Parabéns, trabalhador! Siga em frente! Não desanime, pois a perseverança e a coragem fazem o sucesso de sua caminhada.

5 comentários:

  1. Bom texto, mas é importante pensar que os trabalhadores merecem mais atenção de nossas autoridades. Em geral, os salários são insuficientes para se viver com dignidade.

    ResponderExcluir
  2. Concordo com a opinião do Marcelo. Sou professor de uma rede municipal de ensino e o meu salário hoje é a metade do que foi outrora. Há 10 anos, meu salário era 5,3 salários mínimos, hoje são 2 salários. Do jeito que vai caindo, daqui há uns 7 anos deve chegar a um salário.

    ResponderExcluir
  3. O pior é que ninguém está querendo mais ser professor. Estudo na rede estadual de ensino,já estamos no final de abril e até hoje não tive aula de física. Também com esse minguado salário quem vai querer ser professor?

    ResponderExcluir
  4. Por falar em falta de professor, vocês viram os números de candidatos por vaga nos cursos de licenciatura? Pouco mais de um. Muitas nem preencheram as vagas disponíveis. Com essa falta de valorização do professor, em pouco tempo, estaremos sem esse profissional nas escolas.

    ResponderExcluir