quarta-feira, 10 de agosto de 2011

11 de agosto, dia do estudante

Como outras datas marcantes do calendário nacional, o 11 de agosto nos aponta a possibilidade de refletirmos sobre a importância da participação do estudante na vida social, política e cultural do povo brasileiro.

Até o ano de 1827, era comum a elite brasileira mandar seus filhos para as terras de além-mar para estudarem o curso de Direito, na universidade de Coimbra. Devido ao elevado número de jovens que deixavam o país para esse fim, e por causa de outros que desejavam também estudar fora e por razões diversas não o faziam, D. Pedro I, no dia 11 de agosto daquele ano, decidiu criar dois cursos jurídicos no Brasil, um na histórica cidade de Olinda, em Pernambuco, e outro em São Paulo, cujo início das atividades se deu em primeiro de março de 1828, alguns meses após o ato de sua criação.

O curso de Olinda não permaneceu lá, naquela maravilhosa cidade, hoje patrimônio mundial da humanidade, sendo transferido para Recife pouco tempo depois do início de suas atividades. O de São Paulo continuou funcionando no convento de São Francisco, localizado no coração da metrópole. Hoje o prédio do convento pertence à universidade de São Paulo, pois em 1934, foi incorporado a ela por uma decisão governamental do ex-presidente, Getúlio Vargas.

A assinatura do ato do imperador, criando os cursos de Direito, no Brasil, transformou-se num marco de grande destaque da educação brasileira. Foi tão significativo que cem anos mais tarde, por sugestão de Celso Gand Lay, o 11 de agosto se tornou oficialmente o dia do estudante.

Pelos bancos escolares daqueles dois cursos, o de São Paulo e o de Recife, passaram políticos importantes, literatos de renome, artistas consagrados e outras celebridades que muito contribuíram para o amadurecimento da intelectualidade brasileira.

Há pessoas que dizem que o estudante é o futuro do país. Mas não é só isso. O estudante cravou suas pegadas no registro da história. Foi corajoso, valente, enfrentou lutas, dificuldades, autoritarismo e arbitrariedades. Foi preso, julgado e condenado impiedosamente. Muitos foram torturados, expatriados, outros mortos sob o estrondo das bombas disparadas pelos punhos da ditadura. Mas valeu. Valeu porque, apesar das crueldades, nossos mártires estudantis foram determinantes na construção de uma bela história em que se refletem os ideais de justiça e de liberdade.

O estudante é presente. Presente em nossa memória por tudo que realizou com luta e sacrifício. É presente no tempo, pela alegria pueril, pelo jeito especial de viver adolescentemente, pela força jovem de enfrentar as lutas e pela maturidade que emana do testemunho que, com determinação e consciência, semeia em sua fase adulta.

O futuro do estudante é a soma do que ele foi mais o que realiza no instante presente. E quanto mais dedicação, agora, melhores condições ele terá para continuar contribuindo decisivamente em prol da construção de um mundo em que os princípios de justiça possam ser realmente praticados.

Estudante, continue escrevendo, nos caminhos da esperança, essa história maravilhosa que acrescenta uma série de valores indispensáveis à construção de uma sociedade mais justa, humana e solidária. Seja sempre um forte na busca constante do saber, sem esquecer que o mais importante é ter humildade para partilhar o conhecimento com aqueles que mais precisam. Esse é o melhor modo de praticar a cidadania e de cumprir a responsabilidade de cidadão fraterno, abnegado e consciente da importância de seu papel na sociedade.

Não desanime, pois! Siga em frente, acreditando que sua força e sua participação séria, honesta e consciente são indispensáveis ao processo de transformação de sua individualidade como sujeito e, por conseguinte, da realidade que o cerca. E quando as coisas se mostrarem difíceis, saiba que a fé e a força de vontade são os segredos que acompanham a trajetória dos grandes vencedores. Portanto, força! Muita força! Pois enquanto houver empenho, luta e vontade de vencer, haverá esperança de uma sociedade melhor para todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário