Em outubro próximo, os eleitores brasileiros
terão a responsabilidade de escolher, pelo voto, os ocupantes do executivo e do
legislativo de cada município da nossa “Pátria Amada”. É uma difícil tarefa,
quando se fala em voto consciente, pois ninguém tem uma bolinha de cristal para
saber qual aquele que, no exercício do mandato, vai agir em defesa dos
interesses da sociedade, ou apenas de si próprio e de seus apadrinhados.
Nessa ocasião, muitos daqueles que se apresentam
como candidatos não têm compromisso com a verdade, agindo somente em benéfico
próprio. Por causa disso, usam falácias e mentiras, tentando-se passarem por
honestos e bonzinhos. Ao se fazerem de santos, procuram desqualificar tudo que os
outros fazem. Em vez de defenderem suas propostas, seus projetos, ficam, muitas
vezes, forjando situações com a intenção de denegriram a imagem de seus
concorrentes, ou adversários. Pensam que atingindo o outro desta maneira serão
naturalmente promovidos. Para quem age assim, que se danem a ideologia, a
coerência, a fidelidade e os projetos. O importante é procurar garantir o êxito
eleitoral, mesmo que, para isso, seja necessário lançar mão de métodos espúrios
que mancha a nossa bela, e muitas vezes corrupta, conduta humana.
São muitos aqueles que aparecem para resolver
todos os problemas do município. Super heróis, salvadores da pátria e outros
tantos se apresentam, com estranhos poderes, para acudir as necessidades
humanas, por mais difíceis e surrealistas que possam parecer. É garantia de
emprego para os desempregados, melhoria de salários, solução para os problemas
de infraestrutura urbana e rural, de educação, saúde, moradia, viários e até
financeiros. A impressão que se tem é que tudo se resolverá com a eleição daquele
que promete mundos e fundos no decorrer da campanha.
A retórica de alguns candidatos é tão forte
que mesmo o eleitor que se sente bem preparado acaba se enganando, apoiando a
pessoa errada. Não são poucos os casos de pessoas que, passadas as eleições, se
dizem decepcionadas com as atitudes daquele candidato que infelizmente ajudou a
eleger.
Para o exercício do voto consciente, duas
coisas são importantes que os eleitores observem: os candidatos a prefeito e a
vice-prefeito que tentam negar tudo o que o outro faz ou fez, sem uma avaliação
dos resultados, não merecem crédito, pois é um mero julgamento pessoal, sem
fundamentação. Os candidatos a vereadores que se mostrarem de acordo com tudo
que o eleitor deseja, que não assumirem explicitamente a defesa de um projeto
majoritário para seu município, também não merecem crédito, pois se são infiéis
à sua agremiação partidária e a seus candidatos a prefeito e a vice-prefeito,
também não serão fiéis a nenhum compromisso assumido com eleitor. Eles olharão
apenas para o próprio umbigo.
O princípio do voto consciente passa então
pela fidelidade e pela coerência. Apoiar um infiel, um oportunista, é jogar
fora o poder que temos, por meio de voto, para iniciarmos o processo de mudança
que a sociedade exige. Que as eleições de 2012 não sejam apenas mais uma nas
páginas de nossa história. Que elas nos sirvam para elegermos políticos sérios,
que contribuam realmente para a construção de uma sociedade justa, fraterna e
solidária, possibilitando a todos a conquista de seus direitos e de sua
cidadania.
Boa fera
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