Luto na
Vilma Alimentos
O mês
de julho se encerra com muita tristeza para os contagenses. De repente, um voo
ganha o espaço, corta os ares, mas não chega ao seu destino. O tempo nebuloso
dificulta o pouso. Uma árvore aparece no caminho da nave, que se desgoverna,
bate numa casa e cai num abismo, abrindo fogo no meio da mata.
Manhã
de sábado, Zona da Mata Mineira. Medo, dor e incertezas, nos arredores do
pânico. Dentro da nave, oito vidas em meio a estrondos, chamas, calor e brasas.
Um cenário cruel, com cenas horrendas e personagens sem vida, sem cor,
dispersos na forma de pó e cinzas.
Uma tragédia
a tocar o espírito, a sensibilidade e as emoções de todos, na pátria das abóboras
e do registro. Lágrimas descem dos olhares, amigos daqueles que foram
alcançados por tamanha fatalidade. Em momentos assim, nem a certeza e a plena consciência da morte evitam o susto e a
dor que absorvem os corações contritos, pela perda de pessoas amadas e
queridas. Por isso foi difícil aceitar a ideia da partida repentina de vidas
tão preciosas.
A morte
terrena, fim da matéria vivente, é algo temerário, estarrecedor. E, dependendo
de como vem, torna-se ainda mais medonho. Foi assim, para nós contagenses.
Fomos surpreendidos naquela manhã de sábado, 28 de julho de 2012. Domingos
Costa, da Vilma Alimentos, seu filho Gabriel, de 14 anos, e seus colaboradores partiram,
prematuramente. Um golpe violento no cerne da família, na rotina dos amigos e
admiradores.
Uma dor
imensa pulsa nos corações amigos de cada vida que, por meio daquele voo, ganhou
os ares, quedou um pouco, bateu na árvore, esbarrou numa construção, beijou a
terra, se perdeu nas cinzas, rumo à eternidade.
Fato lamentável,
de causas inimagináveis, de horríveis consequências, envolvendo personagens tão
distintos que, num tempo adverso, não conseguiram aterrissar em seu destino. Isso
mostra a nossa condição humilde, de viajantes terrestres, de turistas humanos, que
marcham na direção do infinito.
Suportar
esse momento não é fácil. O trágico passamento de pessoas especiais nos reveste
a alma de uma dor incomensurável. As lágrimas ardentes, as cicatrizes profundas
trespassam nosso ser, com uma explosão de setas que nos dilacera, no ritmo
aflito de um coração doído.
Domingos
Costa fez história, acreditou em Contagem, cresceu com a cidade, por isso
jamais será esquecido. Sua força, seu trabalho, sua inteligência e seu amor por
esta terra ficarão nos arquivos da memória de seus patrícios.
Infelizmente,
Domingos se foi, acompanhado de seu filho mais jovem, de amigos e colaboradores,
deixando enlutadas as famílias e a empresa Vilma Alimentos, para a tristeza dos
habitantes da terra da Chami, da Faluca, do Arturinho, do Zé Gonçalo e do
Contagito. Uma perda irreparável, de um líder talentoso, de um empresário
dedicado, íntegro e amoroso, que, com seus projetos sociais, procurou “Ser
Parte”, lutando pelo resgate da cidadania de muitos contagenses. Portanto, sua
missão foi cumprida, ficando o exemplo de homem íntegro, sério e empreendedor
para ser seguido pelos cidadãos de bem. Contagem agora segue de luto, sem
Domingos, pois ele e sua equipe ficaram no vôo de sábado.
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