terça-feira, 21 de junho de 2016

Pontuação

O tema “pontuação” nos remete aos recursos utilizados na escrita, para que as estruturas linguísticas sejam pronunciadas com entonação de voz, melodia e ritmo adequado. Diversos são os marcadores que pontuam esses aspectos na linguagem verbal, daí a importância de sabermos empregá-los corretamente.

Os sinais de pontuação aparecem na estrutura dos textos, cumprindo diferentes funções. Eles reproduzem na escrita, nossas emo­ções, intenções e anseios, substituindo recursos como pausa, melodia, impostação de voz e até mesmo silêncio, que se fazem presentes na oralidade. Além disso, os sinais de pontuação têm um papel fundamental no discurso, pois servem para esclarecer ou dissipar qualquer tipo de ambiguidade do processo comunicativo.

Regras de pontuação

1) Emprego da Vírgula

a)    Separa elementos de uma série, termos de mesma função sintática.
Ø  Ele trouxe martelo, serrote, plaina, esquadro e formões.
Ø  Quero um refrigerante, uma porção de arroz, um bife de boi e um cafezi­nho para rematar.
b)    Separa orações coordenadas assindéticas e orações ligadas por conjunções co­ordenativas, exceto as introduzidas por e, quando apresentarem o mesmo sujeito da oração anterior.
Ø  A bola entrou pela janela, derrubou o vaso, ricocheteou na parede e vol­tou a sair pela janela.
Ø  A vírgula é o sinal de pontuação mais importante, e você deve aprender a usá-lo corretamente.
c)    Separa termos antecipados, expressões e orações adverbiais deslocadas.
Ø  Em quatro anos de universidade, eu nunca tinha visto um sujeito tão es­quisito.
Ø  Depois do saboroso almoço, o visitante parecia disposto a estragar a di­gestão do conde.
d)    Separa aposto e vocativo.
Ø  Ismael, o pedreiro, é um bom sujeito.
Ø  Pedreiro, começe a reforma pelo banheiro!
Ø  A “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, é aquele poema que fala da pal­meira e do sabiá.
e)    Separa expressões explicativas, corretivas, ou orações intercaladas.
Ø  A lua, você sabe, não é o único satélite da terra.
Ø  O peixe pesava dez, digo, três quilos.
Ø  Ele conhece, além disso, nossa verdadeira identidade.
f)     Separa orações adjetivas explicativas.
Ø  O prefeito da cidade, que não era tolo, mandou prender o impostor.
Ø  O IBDF, que está realizando uma pesquisa sobre a fauna gaúcha, inter­ditou à caça uma extensa área no município de Osório.
g)    Indica supressão (elipse) de um elemento da oração.
Ø  Maria colhia amoras, e João, pitangas.
Ø  Passei o Natal com minha mãe, e minha esposa, com minha sogra.
h)   Separa datas e endereços.
Ø  Patos de Minas, 07 de julho de 2015.
Ø  Brasil, 30 de maio de 2009.
i)     Encerramento de correspondência social e comercial.
Ø  Com muito amor e carinho,    Atenciosamente,

2) Emprego do ponto-e-vírgula

a) Entre orações coordenadas que tenham um certo sentido ou itens que já apre­sentam separação por vírgula.
Ø Criança, foi garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher ma­dura, tornou-se uma doidivanas.
Ø Vermelho é o sinal para parar; amarelo, para aguardar; e verde, para seguir.
b) Para separar orações ligadas por certas conjunções e locuções conjuntivas (con­tudo, entretanto, por conseguinte, consequentemente, portanto).
Ø  A lebre corria muito; contudo, a tartaruga fazia uma média melhor.
Ø  Agora é que percebi que não trouxe a carteira; logo, vou precisar de um empréstimo para pagar a conta.
Ø  Ele trabalhou com muito empenho; no entanto, não terminou o serviço.

3) Emprego dos dois pontos

a)  Para introduzir uma série de itens.
Ø  Espero que ele compre: pitanga, butiá, guabiroba, araçá e goiaba.
Ø  Errado: As frutas de que mais gosto são: pitanga, butiá, guabiroba, araçá e goi­aba.
b)  Para introduzir uma citação formal.
Ø  Disse o Padre Vieira: “Que importa que não adoreis o bezerro de ouro, se ado­rais o ouro do bezerro?”
Ø  Quando entreguei o bilhete, ele mandou-me dizer-te o seguinte: “Os galhos da figueira não balançam em dezembro.”
c)  Para introduzir uma explicação ou esclarecimento.
Ø  Uma coisa era certa: ele não iria trazê-lo outra vez.
Ø  Vieram os parentes, com todas as crianças, cachorros e passarinhos: uma ver­dadeira horda.
d)  Para invocação em correspondência social ou comercial, usam-se preferencial­mente os dois pontos ou a vírgula.
Ø  Querida amiga:       
Ø  Prezados senhores,

4) Emprego do travessão

a)  Para ligar palavras que formam uma relação espacial.
Ø  O voo Rio – Paris foi suspenso.
Ø  A ponte Rio – Niterói necessita de reparos urgentes.
Ø  A estrada Patos de Minas – Uberlândia estava muito movimentada.
b)  Para indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutor.
Ø  – Por que não vamos ao cinema?
Ø  – Porque vou assistir ao jogo pela TV.
c)  Para separar expressões intercaladas (função da vírgula e do parêntese)
Ø  Três de meus melhores colegas – João, Pedro e Israel – esperavam-me no ponto combinado.
Ø  Todos os objetos – livros, cadernos e outros – foram guardados.

5) Emprego das aspas

a)    Para indicar a citação de alguém.
Ø  “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.” (N. Mandela)
Ø “Não importa onde você parou, em que momento da vida você cansou, o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo. É renovar as esperanças na vida e o mais im­portante: acreditar em você de novo.” (Recomeçar, Paulo Roberto Gaefke)
b)    Para destacar expressões estrangeiras, neologismos ou gírias.
Ø  “sine qua non”, “outdoor”; “ipsis literis”;             “sine die”;

6) Emprego das reticências

a)  Para indicar a supressão de um trecho.
Ø  (...) onde está ela, amor, a nossa casa,/ o bem que neste mundo mais invejo?/ O brando ninho aonde o nosso beijo/ será mais puro e doce que uma asa? (...)
Ø  Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...
b) Para indicar a interrupção ou dar ideia de continuidade ao que se estava falando.
Ø  Então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
Ø  Eu gostei da nova casa, mas do quintal...

7) Emprego dos parênteses

Para explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações.
Ø  Ele comeu, e almoçou, e dormiu. (usou-se a vírgula por da repetição do “e”).
Ø  O português é uma das línguas românicas (neolatinas).

8) Emprego da pontuação final

a) Final comum: assinala o final de uma frase, ou de um parágrafo.
Ø  Todos ficaram sabendo da notícia.
Ø  Ninguém compareceu ao jantar de noivado.
b) De exclamação: exprime um alto grau de surpresa.
Ø  Perdoa-me, Senhor, pelo que fiz!
Ø  Não posso acreditar no que vejo!
c) De interrogação: conclui uma frase interrogativa direta.
Ø  Quem começou a briga?              Vocês sabem quem começou a briga?
Ø  Por que vocês fizeram isso?        Vocês fizeram isso, por quê?

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