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terça-feira, 21 de junho de 2016

Regência verbal

A regência é a parte da Gramática Normativa que estuda o tipo de re­lação entre dois termos, verificando o modo adequado de um se ligar ao outro. Nessa rela­ção, há um termo subordinante, que rege, e um subordinado, regido. Logo, sendo verbo o termo regente, regência verbal, se for nome, regência nominal.

Exemplo:

Aspiro o perfume da flor. (Sentido de cheirar, verbo transitivo direto)
Regência Verbal

Aspiro a uma vida melhor. (Sentido de desejar, verbo transitivo indireto)
Regência Verbal

Casos importantes de regência verbal


Verbos
Regra
Exemplo
Chegar/ ir. Usa a preposição “a” e não “em”. Vou ao dentista.                                        Cheguei a Belo Horizonte.
Morar / Resi­dir. Usa a prepo­sição “em”. Ele mora em São Paulo.
Maria reside em Santa Catarina.
Namorar. Usa sem preposi­ção. Joana namora Antônio. 
O diretor namora a secretária.
(Des) Obedecer. Usa a prepo­sição “a”. As crianças obedecem aos pais.
O aluno desobedeceu ao professor.
Simpatizar /
Antipatizar.
Usa a prepo­sição “com”, sem pro­nome. Simpatizo com Lúcio. 
Antipatizo com meu professor.
Eu simpatizo com aquela senhora.

Preferir.
Dois complementos, um com preposição, outro sem. Prefiro dançar a fazer ginástica.
Prefiro língua portuguesa a matemá­tica.  Prefiro a língua portuguesa à artes.

Aspirar.
= sorver, sem prepo­sição. Aspirou o ar puro da manhã.
Aspirei o perfume da garota.
= desejar, pretender, com preposição. Esta era a vida a que aspirava.
O técnico aspirava ao cargo de chefe.


Assistir.
Prestar assistência, ajudar, socorre, sem preposição. O técnico assistia seus atletas.
O médico assistiu o paciente.
Os voluntários assistiram as vítimas.
Ver, presenciar, com a preposição “a”. Não assistimos ao show.
Todos assistiram ao filme de ação.
Caber, pertencer, com a preposição “a” Assiste ao homem tal direito.
Esse direito assiste à professora.
= morar, residir, com a preposição “em”. Assistiu em Maceió por muito tempo. 
Minha mãe assiste em Patos.

Esquecer / Lembrar.
Não pronominais, sem preposição Esqueci o nome dela.
Lembrei você nas minhas orações.
Pronominais, regido pela preposição “de”. Lembrei-me do nome de todos.                Esqueci-me das minhas obrigações.

Visar.
= mirar e visar (dar visto), sem preposi­ção. Disparou o tiro visando o alvo.
Visaram os documentos.
O professor visou os exercícios.
= ter em vista, objeti­var, regido pela pre­posição “a”. Viso a uma situação melhor.
Visou ao cargo de gerente de vendas.
Todos visavam ao sucesso na prova.

Querer.
= desejar, sem prepo­sição Quero viajar hoje.
Quero uma melhor colocação.
= estimar, ter afeto, com preposição Quero muito aos meus amigos.
A mãe queria bem ao filho.


Proceder.
= ter fundamento, sem preposição Suas queixas não procedem.
Não procediam aquelas reclamações.
= originar-se, vir de algum lugar, com a preposição “de”. Muitos males da humanidade proce­dem da falta de respeito ao próximo.
Ele procede de Patos de Minas
= dar início, executar, com a preposição “a”. Os detetives procederam a uma diligência.                                                   Ele procedeu aos trabalhos do dia.

Pagar / perdoar.
Complemento = coisa, sem preposi­ção. Ela pagou a conta do restaurante.
Ela perdoou a dívida de antes.
Complemento = pes­soa, com preposição. Ela pagou ao dono do restaurante.
Ela perdoou ao devedor.
Com os dois comple­mentos. Ela pagou a conta ao dono do restau­rante. Ela perdoou a dívida ao devedor.
Informar. = comunicar, avisar, duas construções.
Informou todos do (sobre o) ocorrido.      Informou a todos o ocorrido.                      Informei-lhe o ocorrido.

Implicar.
= causar, acarretar, sem preposição. Esta decisão implicará sérios prejuízos.
O corte dos gastos implica demissões.        
= envolver, compro­meter, c/ ou s/ prep.
Implicou o negociante no crime.
Implica com ela todo o tempo.
O menino implica sempre com o colega.
Custar.
= ser custoso, difícil, com “a”, preposição.
Custou ao aluno entender o pro­blema. Custou àquela senhora perceber a injustiça.
= exigir, pronominal. O carro custou-me todas as verbas.
= ter valor, ter preço, sem preposição. Os imóveis custam caro.                          Aquele carro custou uma fortuna.

Agradar
Acariciar afagar, s/p. A mãe agradou o filho com um beijo.
Satisfazer, contentar, com preposição O jantar agradou aos convidados.
O gesto do aluno agradou à professora.

Chamar

Admite quatro possi­bilidades.
Chamei Pedro de Bobo. (Chamei-o de bobo)
Chamei Pedro bobo. (Chamei-o bobo)
Chamei a Pedro bobo. (Chamei-lhe bobo)
Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo.

Concordância verbal

Concordância verbal significa a relação harmoniosa entre o sujeito e o verbo. Ou seja: o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.

Sujeito
Verbo
Exemplo
Simples.
Concorda em nú­mero e pessoa.
Ele chegou tarde.

Nós voltaremos logo. 
Chegaram os alunos.
Composto / posposto.
Vai para o plural, ou concorda com o nú­cleo mais próximo.
Chegaram (chegou) ao estádio os joga­dores e o técnico. 
Cambaleou (cambaleavam) na rua Do Carmo e Dirceu.
Composto / anteposto.
Verbo no plural.
Recife e Jaboatão dos Guararapes são as principais cidades do litoral de PE.
Núcleos sinô­nimos.

Fica no singular.
A decência e honestidade é coisa rara nos dias atuais.
Núcleos em gradação.
A angústia, a solidão, a falta de compa­nhia levou-o ao vício da be­bida.
Núcleos resumidos
A ameaça, o terrorismo, a agressão, nada o assustava.
Livros, cadernos, lápis, tudo foi comprado

Pessoas gra­maticais dife­rentes.
Verbo no plural, 3ª pessoa, ou concor­dando com a pessoa que tem primazia (1ª, 2ª e 3ª).
Jorge e eu jogaremos amanhã.

O professor e eu fotografamos vários ti­pos de pássaros.

Tu e ele ficareis (ficarão) atentos.

Tu e tua esposa viajarão (viaja­reis) cedo.

Núcleos liga­dos por “ou”.
Ideia de exclusão, ou retificação: singular, ou núcleo pró­ximo.
Paulo ou George será o novo ge­rente.
O marginal ou os marginais não deixaram nenhuma pista para os policiais.
Sem ideia de exclu­são, verbo no plural.
A bebida ou o fumo são prejudici­ais à sa­úde.
Núcleos liga­dos por “com”.
Verbo no plural, ou no singular para re­alçar o primeiro.
O marceneiro com o pintor termi­nou (terminaram) o serviço com­binado.

Sujeito cole­tivo.
O verbo concorda com o núcleo, ou com o termo que o especifica.
A multidão aplaudiu o discurso do diretor.

As boiadas seguiam seu caminho pelo pantanal.

A equipe de cinegrafistas acompa­nhou (acompanharam) o protesto dos profes­sores pelas ruas do Re­cife.

Núcleo do su­jeito plural.
Sem artigo, verbo no singular. Com artigo, verbo no plural.
Estados Unidos é a maior potência eco­nômica do mundo.
As Minas Gerais possuem grandes pai­sagens naturais.
Sujeito = pro­nome de tra­tamento.
Verbo na 3ª pessoa.
Vossa Excelência agiu corretamente.
Vossas Excelências votaram a Lei?
Vossa Senhoria transmita-lhe o recado.

Sujeito = pro­nome relativo.
“Que” concorda com o antecedente. “Quem”, dupla concordância..
Fui eu que liguei o rádio.
Fomos nós que revisamos os pedidos.

Não sou eu quem faz o jantar.
Fui eu quem faço o jantar.

Sujeito oracio­nal.
Normalmente, verbo na 3ª pessoa do sin­gular.
Cantar e dançar diverte qualquer pessoa.

Beber dois litros de água e cami­nhar dois quilômetros por dia faz bem à saúde.
Com artigo, ou ex­primindo ações opostas, no plural.
Amar e odiar fazem parte da vida.

O cantar e o dançar divertem qual­quer pessoa.
Verbo na voz passiva + “se”
Concorda com o su­jeito.
Vende-se uma geladeira.
Vendem-se dois carros.

Sujeito inde­terminado.
Verb. Intrans.. trans. Ind., ou de ligação + “se”, 3ª do singular.
Trabalha-se muito em Brasília.
Precisa-se de pedreiros.

No casamento, sempre se fica ner­voso.
Verbo, 3ª pessoa do plural, sem referên­cia a sujeito.
Estão falando mal de você.
Batem à porta da sala de aula.

Chamaram-no de incompetente.





Sujeito inexis­tente
“Haver” = a “existir”, ou indicando tempo decorrido.
muitas flores sobre a mesa.
Houve muitas discussões no con­gresso de professores.
Ontem, fez dois anos que ele partiu.                                         
“Fazer”, indicando tempo decorrido, no singular.
Faz dez anos e sete meses a sua reconci­liação com a família.
Ontem, fez dois meses que mudamos.
“Ser” = tempo e dis­tância, concorda com a expressão o numeral.
São 23h30min do dia 20 de maio.
São dois km daqui a loja do irmão.
Hoje é dia 13 de abril.
Hoje são 13 de abril.
“Estar” = a clima, ou tempo.
Está muito quente, hoje pela ma­nhã.
Está tarde para sairmos.
Um ou outro.
Verbo no singular.
Um ou outro jogador merecia críti­cas.
Um ou outro levava a mercadoria.
Um e outro,  nem um nem outro.
Verbo no plural.
Verbo no plural.
Um e outro permaneciam quietos, aguar­dando a chamada.

Nem um nem outro quiseram to­mar ba­nho.
Um dos que, uma das que.
Verbo preferencial­mente no plural.
Antônio é um dos que mais estu­dam ma­temática.

Maria é uma das que mais traba­lham.
Mais de, me­nos de.
Verbo concorda como numeral.
Mais de um aluno fez a pesquisa.

Mais de cem menores fugiram do local.
A maior parte de, grande parte de.
Seguida de comple­mento plural, verbo no singular ou plural.
Grande número de empresários se revol­tou (revoltaram) contra o go­verno.

A maioria das pessoas protestou (protes­taram) contra o aumento da energia.

Quais de vós, quanto de nos, alguns de nós, muitos de nós.
Verbo concorda com o pronome, ou na 3ª pessoa do plural.
Alguns de nós chegamos (chega­ram).
(...) Muitos de nós não conhecemos (conhe­cem) as leis.

Quais de vós discordais (discor­dam) da medida?
Com pronome inde­finido, verbo na 3ª do singular.
Nenhuma de nós ouviu a notícia.

Ninguém de vocês abriu a boca pra se manifestar.

Haja vista.
= atentar-se, verbo invariável.
= ver, verbo variável.
Haja vista aos livros da escola. (atente-se)

Hajam vista os livros da escola. (vejam-se)
Dar, soar, ba­ter.
Concordam com o sujeito.
Batiam cinco horas quando o alarme to­cou.

Deu quatro horas o relógio da Matriz.
Verbo “ser”, com  sujeito “que”/“quem”.
Concorda com o predicativo.
Que são homônimos?
Quem foram os ganhadores da campeo­nato?
Sujeito = tudo, isso, aquilo.
Verbo concorda com predicativo.
Tudo são flores no início da rela­ção.

Isto são fenômenos da natureza.
Com as ex­pressões “é muito”, ´”é pouco”.

Verbo no singular.
Quatro reais é pouco para irmos à festa.
Seis quilos de feijão é mais do que eu es­perava.
Vinte trabalhadores é muito para a obra.
Sujeito com v. “pa­recer” antes de infinitivo.
Pode-se flexionar um ou outro.
As portas da casa pareciam estremecer.
Os alunos parecia concordarem com o diretor da escola.
Com oração desenvolvida.
Verbo no singular
As paredes parece que estão es­tremeci­das.
Os convidados parece que chegaram ...
Um milhão, um bilhão, um tri­lhão.
Verbo no singular; com a conjunção “e”, vai para o plural.
Um milhão de pessoas assistiu ao show.
Um milhão e cem mil pessoas assis­tiram ao comício.
Quem de nós, cada um de nós, qual de nós, quais de nós.
Verbo na 3ª pessoa do singular, ou no plural, se os dois pronomes estiverem no plural. Nesse caso a concordância pode ser as duas .
Quem de nós irá conseguir o in­tento?
Quem de vós trará a encomenda e a relação de convidados amanhã?
Cada um de vocês deve responder pelo erro.

Quantos de nós iremos (irão) con­seguir o intento?
Quais de vós trareis (trarão) o que pedi?
Cerca de.
Verbo concorda com o determinativo.
Cerca de vinte candidatos se ins­creve­ram no concurso.

Cerca de 50 pessoas foram aprovados.
Expressão de porcentagem.
Concorda com o substantivo.
5% da população preferiu a vota­ção.

5% dos eleitores preferiram a vota­ção.