Cidadania

Cidadania
Professor Doniseti

O conceito de cidadania nos faz refletir sobre o valor e o significado de tudo aquilo que compõe os atributos essenciais do ser humano, que carrega consigo desejos, necessidades, direitos e responsabilidades.

Não há como pensar no ser humano, sem levar em conta que, por ser humano, ele é digno de todo respeito. Essa é uma frase recitada por muitos, às vezes até mecanicamente, sem um juízo de valor mais significativo, o que é uma pena, pois quanto mais distante o sujeito estiver da sua acepção real menos consciência ele terá da sua importância como cidadão.

É comum a sociedade valorizar as pessoas pelo que elas têm e não pelo que são. Assim, se alguém é poderoso, notável, famoso ou abastardo financeiramente, todos o respeitam, mesmo que dono de um caráter duvidoso. Neste caso, a pessoa vale pelo que tem, não pelo que é; vale a aparência, não a essência.

Aparência e essência... isso mesmo. Muitos fazem enorme esforço para construírem uma imagem que pouco ou quase nada reflete o que são verdadeiramente. No fundo, desejam demonstrar aos outros sua “bondade”, sua “lealdade”, sua “honestidade”, mesmo que tais coisas não façam parte do seu caráter, da sua personalidade.

O exercício da cidadania pressupõe a garantia de direitos, mas também o cumprimento dos deveres e responsabilidades. A cidadania, portanto, é uma via de mão dupla. Assim quem tem consciência de seus deveres e obrigações deve agir sempre pensando em ser justo com o semelhante para garantir a este os seus direitos. Quem percebe as injustiças praticadas contra si ou contra outrem deve lutar para combatê-las. Quem deixa de fazer tal coisa não age como cidadão.

É comum nós censurarmos os outros, principalmente os mais fracos, por não lutarem por seus direitos. Em relação a esse tema, há muita hipocrisia, especialmente daqueles que gozam de privilégios na sociedade. Se sabemos quais são os direitos da pessoa, por que não garanti-los a elas? Essa seria uma atitude digna de um verdadeiro cidadão.

A cidadania deve sempre ser um alvo, uma busca incessante por parte de todos. Ele não é fácil de ser alcançado, sua realização depende de inúmeros fatores, mas de todos a consciência, o senso de justiça são os mais importantes.

A defesa dos direitos de cidadania precisa sair dos discursos e se efetivar na prática. E qualquer sujeito, seja rico, seja pobre, poderoso ou não, se tiver consciência de seu papel como ser humano, agirá sempre pensando em fazer o que é bom para a sociedade, pois nesta estão os sujeitos que precisam viver realmente como cidadãos. E para isso, basta recorrer à Constituição Federal, pois lá estão arrolados os direitos e os deveres indispensáveis ao exercício da cidadania. É preciso praticá-los e não utilizá-los apenas como artifício de retórica.