Caminhada
Um homem anda pela rua, sem rumo certo.
Vem pra cá, anda pra lá, um jeito abatido,
já sem vida, a vagar.
Ele olha, contempla, pensa e decide avançar.
Alguma coisa o incomoda, ele se amola,
arrebenta uma sacola pra se alimentar.
Sua refeição, a de agora,
foi descartada, jogada fora.
Apesar disso, ele come;
precisa acabar com a fome.
Enquanto uns se deliciam
com banquetes e mais banquetes,
esse homem se encolhe, se definha
e, muitas vezes, se aninha.
Dura é a vida que o acolhe,
que embaraça o seu viver.
Pior é o mundo que o detém,
que o massacra e o faz sofrer.
Assim, ele segue, sem forças,
sem alegria, carregando nos ombros
a frieza da noite e a imensidão dia.
(Professor Doniseti)
Nenhum comentário:
Postar um comentário