quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fim de ano

Nesse momento em que o mundo se prepara para prestar as ultimas homenagens ao ano que se encerra, é oportuno fazermos um balanço do que realizamos ao longo desses 12 meses de luta e trabalho.

É comum concebermos o sentido de realização apenas relacionado à conquista material e pessoal. Desse modo, o indivíduo se sente realizado, quando consegue mais patrimônio, promoção no emprego, aumento de salário, prestígio político, fama e outros.

Claro que não há nenhum equívoco nessa concepção, apenas um risco de uma supervalorização material em detrimento do sentimento humano. A busca incessante por resultados financeiros, por fama e sucesso pessoal pode despertar no indivíduo um desejo insaciável de ter cada vez mais. Com isso, ele pode perder o equilibro e a sensatez, querendo obter êxito em tudo que faz, mesmo que isso resulte em prejuízo ao seu semelhante.

Mas o sentido de realização deve ser visto também por outro prisma, já que o ser humano não se restringe apenas ao aspecto material. Há o lado humanístico, pois este é o fundamento mais importante que move a nossa existência.

Ao fazermos então um balanço das realizações ocorridas, nesse ano que expira, devemos levar em consideração tudo que foi feito fora da realidade material. Assim, podemos avaliar o que fizemos e como fizemos em prol do bem comum. E se não o fizemos, é hora de pensarmos o que é possível empreender para que doravante algo nesse sentido faça parte de nossa vida.

Esse modo de agir e de pensar é deveras importante porque sempre haverá alguém próximo de nós à espera do nosso carinho e de nossa atenção. E toda vez que pudermos partilhar o que somos com quem realmente precisa, humanamente falando, estaremos realizando um grande bem. Logo, toda vez que socorrermos alguém em dificuldades, que prestarmos nossa solidariedade, que dermos um passo para ajudar um necessitado, para ouvirmos um desesperado e para emprestarmos nosso ombro amigo, sem dúvida, faremos a diferença na vida dessas pessoas.

Cabe, pois, a cada um examinar a si próprio para mensurar o valor do que fez ou deixou de fazer. E quem sentir que não praticou o bem que deveria, deve aproveitar o ano que se inicia, a fim de fazê-lo. Para isso, não é preciso grandes coisas, pequenos gestos podem provocar mudanças acentuadas na vida de quem os espera.

A paciência com o semelhante, a mansidão, nas ações, o autocontrole diante das situações difíceis, o equilíbrio na tomada de decisões, a força de vontade, a coragem e o desejo de ajudar o próximo são sementes que carecem ser regadas para produzirem bons frutos. Há muita gente ansiosa por nosso apoio, por isso, no decorrer do ano que se inicia, vamos usar de nossa liberalidade para ajudar quem realmente precisa. O pouco que fizermos, nesse sentido, representará muito, no momento da avaliarmos as nossas realizações. No confronto entre o ser e o ter, entre a essência e a aparência, os primeiros de cada par devem prevalecer sobre os últimos.

Enfim, os bens materiais, o sucesso, a fama e o prestígio político são importantes, desde que sejam colocados a serviço do bem comum. Do contrário, a conquista é vã, vale pouco a pena, pois sufoca o que há de melhor em nós. Ou seja: o sentimento de solidariedade e amor. Um Ano Novo feliz implica a melhoria do nosso modo de ser. Que assim seja, para o nosso próprio bem, pois conforme dizem as sagradas escrituras, cada um colhe, segundo o que semeia. Semear o bem, portanto, é o que há de mais importante, a fim de colhermos uma sociedade justa, humana e solidária. Essa será sem dúvida a nossa principal realização.

Um feliz 2011 a todos!

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