sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Caos na saúde

Saúde à espera de socorro

Quando falamos que a saúde no Brasil está péssima, logo nos vem à lembrança o SUS, como se o caos rondasse apenas a esfera dos serviços públicos. Todavia é um engano pensar assim, pois quem paga planos de saúde particulares também padece, não tendo o atendimento que deveria receber.

Não é preciso aqui fazer nenhuma avaliação sobre a qualidade dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde no Brasil, basta observar as filas que se formam nas unidades de atendimento, sejam hospitais ou clínicas. Vários fatores contribuem para isso: falta de profissionais, de equipamentos funcionando, de medicamentos, de leitos, de CTIs, dentre outros.

Muitas vezes, o cidadão procura uma unidade de atendimento e fica numa fila durante horas, dias e semanas, sem conseguir alívio para um pouco de seu sofrimento. Se ele consegue atendimento e carece de atenção especial, precisa entrar noutra fila em corredores de hospitais ou clínicas e permanece aguardando vagas para internação, independente da gravidade do caso. Essa situação caótica atinge os usuários do SUS e também aqueles que pagam planos particulares de saúde. Não há privilégios, quando se trata de um atendimento especializado ou de urgência. Não adianta ter plano de saúde, se não há vagas nos CTIs, se não há leitos para a internação.

Os problemas da saúde vão além dos já conhecidos, relacionados aos baixos salários, à falta de equipamentos nas unidades hospitalares e ausência de medicamentos na rede pública. Hoje, falta algo muito mais sério para que o brasileiro tenha um atendimento digno. Faltam hospitais bem estruturados e com equipamentos modernos funcionando. Falta investimento em pessoal, não só para a melhoria salarial dos profissionais, mas também para prepará-los, a fim de prestarem um bom serviço ao cidadão e assim pôr fim à humilhação que este sofre, quando precisa de atendimento, em uma unidade de saúde, quer pelo SUS, ou por um plano de saúde particular. Faltam profissionais da atenção básica e técnicos especializados. Além de tudo isso, faltam novos hospitais, pois, mesmo equipando bem os que existem, não serão suficientes para atender a demanda que cresce, dia a dia, assustadoramente.

É preciso rever, com urgência, toda a política de saúde. Os hospitais reclamam, dizendo que os recursos repassados pelo SUS e pelos convênios são insuficientes. Os médicos reclamam dos valores que recebem pelos atendimentos. Os demais funcionários dos serviços de saúde se sentem igualmente desvalorizados. E tudo isso justifica o mal atendimento e, em muitos casos, a falta de um tratamento digno a quem, por motivo de enfermidade, já se acha fragilizado.

Para que essa situação caótica não perdure, é preciso uma mudança de atitude. Se não houver uma ação efetiva de todos, principalmente, de nossas autoridades, mergulharemos cada vez mais nesse caos, até chegarmos a um abismo sem fim. Enquanto há tempo, seria bom que nossa “classe política”, seja do legislativo, do executivo, ou do judiciário, saísse da retórica e partisse para a prática. Solução há, basta que todos queiram e trabalhem pelo bem comum.

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