O dia 8 de março representa uma marca indelével na luta da mulher pelos seus direitos. Em 1857, as trabalhadoras de uma indústria têxtil, em Nova Iorque, fizeram um movimento reivindicando melhorias nas condições de trabalho. Elas labutavam exaustivamente e recebiam menos de um terço do salário dos homens, razão por que reivindicavam a redução da jornada de trabalho de 16 para 10 horas diariamente e o pagamento de seus vencimentos de acordo com a função, em igualdade de condições com os homens.
Todavia, em vez de os patrões se reunirem com as operárias, no dia e horário marcados, fecharam as portas do estabelecimento, atearam-lhe fogo, queimando covardemente cerca de 130 mulheres que se achavam ali dentro daquela fábrica inesquecível e de triste memória.
Os incendiários assassinos tentaram, com esse genocídio, sufocar a consciência feminina, mas felizmente seus planos não vingaram. Organizações de voluntários, associações de defesa do direito à vida, intelectuais, democratas, enfim pessoas comprometidas com a justiça e com os direitos da pessoa suscitaram mobilizações em diversas partes do mundo, em repúdio à monstruosidade de tal acontecimento e em apoio à luta da mulher pelos seus direitos.
No Brasil, início do século XX, corajosamente, a mulher toma parte dos movimentos sociais, culturais e políticos. Na Semana de Arte Moderna de 1922, lá estava ela, representada dentre outras, por Tarsila Amaral, Anita Mafalti. Um pouquinho à frente despontava na literatura a escritora Raquel de Queirós, com a prosa regionalista, e a poetisa Cecília Meireles, com o seu inefável lirismo, fazendo ressoar pela Pátria Amada a expressão máxima da voz feminina na poesia brasileira.
Assim foi na pintura, na música, artes plásticas, escultura e política. Através da sua obstinada luta, juntamente com representações de outros setores da vida social, política e religiosa, a mulher conquistou o direito de votar, de ser votada e de ocupar cargos importantes, antes destinados apenas aos homens.
O crescimento da participação da mulher brasileira pode ser observado hoje na militância política, no poder judiciário, nas funções administrativas, públicas e privadas, nas funções executivas, na educação, na cultura, nas artes de um modo geral e em outras funções específicas, nas áreas da saúde, do transporte, da metalurgia, da agricultura e da pecuária.
Com seu trabalho, a mulher divide (em muitos casos assume) a responsabilidade pelas despesas familiares. Além da sua ocupação profissional, ela lava, passa, cozinha, cuida da casa, leva filhos à escola e muito mais. Para dar conta de tantas coisas, ela se desdobra, fazendo às vezes duas ou três tarefas simultaneamente.
Hoje, enquanto cresce, ocupando seu espaço, a mulher enfrenta uma visível sobrecarga de afazeres e obrigações. Todavia, com sua docilidade e espírito desbravador, ela vai seguindo, superando os mais ferrenhos obstáculos, realizando assim os seus objetivos e matizando com as cores da beleza os seus sonhos.
Parabéns, mulher! Por todas essas razões, desejamos-lhe tudo de bom, pois tudo de bom é o que você merece.
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