Dia dos namorados

Chega o dia dos namorados, encantando a todos com o colorido especial de suas mensagens. Para uns, essa é uma data de imensa beleza, para outros, apenas mais uma “bobagem” que o mundo cria para atender a interesses que pouco, ou quase nada tem que ver com sentimentos amorosos.

Se voltarmos ao tempo da criação do mundo, percebemos ali o primeiro caso de namoro instituído por Deus. Para que Adão não ficasse sozinho, Deus criou, a partir dele e para ele, uma companheira, Eva, sua eterna namorada.

Esse cuidado de Deus é muito significativo, para nós, pois nos revela a importância que Deus dá ao relacionamento amoroso entre o homem e a mulher, parceiros em todos os sentidos, na constituição de uma família, base para a procriação e, conseqüentemente, para a perpetuação da humanidade.

Ao comemorarmos essa data, é importante refletirmos sobre o significado dessa relação amorosa entre namorados. É comum concebermos esse relacionamento em diferentes etapas. A primeira é a fase do namoro, propriamente dito; a segunda, a fase do noivado; e por último, o casamento.

No namoro, tudo parece maravilhoso! Sempre o namorado ou a namorada representa um para o outro as melhores pessoas do mundo. São seres imaculados, quase perfeitos, com características sobre-humanas. Há um desejo constante de um estar próximo do outro, como se toda a felicidade se resumisse nessa simples aproximação.

Com o tempo, as pessoas vão-se conhecendo, e à medida que se conhecem, vão perdendo seus atributos angelicais, que dão lugar as suas características humanas. E aqueles momentos de sonhos vão sendo substituídos pela força da realidade que envolve a inteireza de cada um. Nesse clima, muitas vezes vem o noivado, sem a euforia dos primeiros dias. Assim, o noivo já não é mais o príncipe encantado e a noiva deixa de ser princesa, tornando-se a futura esposa.

Mas essas coisas deveriam ser vistas como algo positivo, pois refletem a maturidade essencial à prática do bem-viver. Nessa fase do relacionamento, os enamorados deveriam refletir sobre as qualidades e limitações próprias de cada um. À medida que cada um fosse conhecendo-se melhor, esse conhecimento deveria ser utilizado para dialogar com o outro, procurando sempre solucionar os conflitos de forma racional e salutar ao exercício da boa convivência. Com tal grau de maturidade, estariam ambos prontos para o matrimônio.

Aquele namoro cheio de sonhos e fantasias de outrora, transforma-se em casamento. Esse é um momento de grandes desafios, já que um passa a viver agora em função do outro também. Cada um tem suas qualidades, seus defeitos, seus hábitos, suas preferências alimentares e outras manias. Um gosta de passear, viajar e o outro prefere o sossego do lar. Um gosta de festas, o outro não. Essas diferenças, se não forem bem compreendidas podem interromper, ou até mesmo pôr fim ao encantamento da vida amorosa. Por isso é importante a sabedoria de ambos para os diálogos indispensáveis à busca de soluções para os problemas conjugais. O namorado precisa conhecer bem sua namorada e vice-versa, mas precisa sobretudo conhecer bem a si mesmo, pois só assim é possível perceber as diferenças do outro, respeitá-las e conviver bem com elas.

O segredo da boa convivência implica aceitar o outro com suas diferenças e não moldar sua conduta de vida, conforme o que queremos, ou achamos correto. Devemos entender que o fundamento do verdadeiro amor implica criar condições para a felicidade de quem amamos. Se cada namorado, se cada namorada aplicar isso em sua vida, certamente, os conflitos e os dissabores amorosos serão resolvidos satisfatoriamente para a felicidade de ambos.

Para que a felicidade seja completa, é só regar o sentimento do amor com afeto, sinceridade, respeito e muito carinho. Aí vale tudo: o simbolismo dos cartões coloridos, o romantismo das mensagens amorosas, o lirismo poético e os mais variados tipos de presentes. Dessa forma, estaremos de fato comemorando o dia dos namorados, procurando fazer a felicidade de quem muito amamos. Assim, a data ganha um sentido especial, pois podemos fazer da vida conjugal um eterno namoro, sempre melhor e mais agradável, para o encanto e a beleza dos apaixonados.