segunda-feira, 25 de abril de 2011

Quaresma e fé cristâ

No período da quaresma, principalmente na semana santa, as pessoas costumam renovar os votos por uma vida de arrependimento e de santidade, mas passado esse tempo, tudo volta ao normal e, rapidamente, elas se distanciam dos votos que fizeram. Mas os cristãos não devem agir assim, já que a busca da paz e do amor com Cristo deve ser constante na vida de cada um. Não importa se é quaresma ou não.

Como cristãos, não precisamos fazer nenhum voto, pois se cremos em Jesus como “o caminho a verdade e a vida” (Jo 14.6), único capaz de nos salvar, nosso compromisso é com Ele e seu tempo é eterno, o que nos indica que a busca de santidade deve ocorrer sempre, em todos os períodos do ano.

Essa busca, a partir do momento em que dizemos sim para Cristo Jesus, não pode mais parar, deve acontecer ininterruptamente, em todos os momentos e lugares, não só na época da quaresma, semana santa e outros. Na obra do Senhor, não há férias, recessos, feriados, nem períodos mais ou menos apropriados para mudança de postura ou de comportamento. A prática cristã deve ser constante em nossas ações, em todo tempo e lugar, seja ela com palavras ou com exemplos.

Essa é uma tarefa árdua, um grande desafio. Realmente não é fácil pelejar pela salvação de almas enfraquecidas, submersas em pecados, nesse mundo cheio de desvios de conduta, de corrupção, de atrativos materiais, que tentam de toda maneira alcançar a todos, principalmente os fracos de espírito, que se deixam levar pelas armadilhas contrárias à fé cristã. Essa labuta somente será vitoriosa, se seguirmos os passos e o ministério de Cristo, com amor, dedicação e simplicidade.

Quando se trata do Evangelho do Reino, uma coisa é certa: se fomos chamados para semear a palavra, cuidando bem, para que ela produza frutos viçosos e permanentes, devemos fazê-lo do melhor modo possível, pois, com um trabalho sério, a boa semente germina e cresce, mesmo diante da ação contrária dos inimigos.

A palavra de Deus diz que “Aquele que semeia com lágrimas colherá com alegria” (Salmo 126.5). Esse versículo nos mostra que a tarefa do semeador não é fácil, mas depois do esforço da semeadura, vem a recompensa. Ou seja: a colheita que Deus realizará, em tempo oportuno, como fruto de nosso trabalho. Por isso não nos podemos acomodar, devemos sempre nos colocar em posição de sentido, dispostos a combater o bom combate, guardando sempre a fé (2 Timóteo 4.7). Desse modo, “As portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16.18); pois o Senhor Deus, nosso Pai, é o Agricultor” (Jo 15.1) que nos ensina a semear.

Como semeadores, precisamos ser valentes, corajosos e sempre vigilantes, não permitindo que o inimigo roube a semente, ou que o joio prevaleça sobre o trigo. Assim, nós protegeremos a Palavra de Deus, não deixando que ela seja deturpada pelas forças do mal. A fé em Cristo, a confiança nEle e o entusiasmo com a obra do Senhor encherão nossas vidas de permanentes vitórias. Basta que nos espelhemos em Jesus, que cumpriu seu ministério com verdadeira paixão.

Nossa semeadura, portanto, não tem fim, devendo ocorrer continuamente em todos os períodos do ano. Quem depende apenas do tempo da quaresma, ou da semana santa para buscar santidade pode estar enganando a si mesmo, pois estará seguindo uma tradição, um rito religioso e não a prática da fé cristã. O tempo de Deus é eterno, logo para Ele pouco importa se é quaresma ou não. Como semeadores, devemos sempre enfrentar o campo, plantando, ou o barco, pescando, independente de época e lugar. Assim, a semente saída de nós produzirá frutos, o trigo se destacará diante do joio, o grão de mostarda se transformará em hortaliça, o fermento fará a massa levedar e a rede se fartará de peixes. Enfim, fazendo a obra de Deus do modo como Jesus fez, Ele se sentirá honrado com o nosso trabalho.

3 comentários:

  1. Realmente, as pessoas confundem tradição religiosa com fé. Oportuna essa reflexão. Se todos pensassem assim, talvez o mundo mudaria de rumo.

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  2. Professor, achei interessante essa discussão. Muitas pessoas ficam muito apegadas às religiões e esquecem daquele que de fato merece toda a consideração e louvor, por ser o único capaz de salvar o homem do pecado: Cristo Jesus. Parabéns, professor!

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