sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Educação solidária

A escola, para alcançar satisfação na prática do ensino, precisa descobrir formas inovadoras que envolvam os diversos sujeitos que se interagem no processo de aprendizagem. Sem isso, ela pode perder o fôlego da sobrevivência e os resultados podem acabar provocando instantes de infindáveis frustrações.

O educador Paulo Freire falou muito, e nos fala ainda, da importância de práticas educacionais que valorizem as experiências dos sujeitos da educação. Não há dúvida de que a partir do momento em que se trabalham os diversos saberes em sala de aula, há mais envolvimento e melhor aprendizagem.

Muitos são os educadores que procuram seguir esses ensinamentos do mestre; contudo, isso só não basta. O reconhecimento do outro como ser humano que merece respeito pelo que é, e não pelo que tem, precisa fazer-se presente nos programas, ou práticas educacionais.

O desenvolvimento de um ensino com esse foco nos dará condições de aprendermos a partilhar o que há de essencial em nós para melhorarmos a convivência com o outro, dando um melhor sentido à nossa vida e, por conseguinte, a vida de nosso semelhante.

A presença de um espírito solidário nos programas educacionais possibilitará uma prática também solidária. Vários educadores já trabalham nessa linha, respeitando as diferenças de cada aluno e respeitando suas experiências. Porém são práticas não contempladas ainda nos currículos escolares, razão por que não repercutem no sistema educacional como um todo.

Uma proposta pedagógica alternativa, que considere as diferenças de idade, as experiências de vida e os saberes acumulados dos alunos nos parece perfeitamente viável. Não é difícil, por exemplo, identificarmos, numa mesma classe, interesses e dificuldades comuns a um determinado grupo de alunos. Logo, a realização de um trabalho, com equipes formadas, conforme seus desejos, necessidades e aspirações, certamente resultará num maior envolvimento e participação de todos, no cumprimento das tarefas apresentadas.

Não me parece nenhum absurdo, nem exagero, trabalhar numa mesma turma com grupos diferentes, na abordagem de um determinado assunto ou conteúdo. Pelo contrário, seria por demais enriquecedor. Não há razão para que as aulas sejam sempre, padronizadas como se o resultado da aprendizagem pudesse se aferido de igual modo para todos.

Por fim, vale dizer que a todos deve ser dado o mesmo ponto de partida; a partir disso, o esforço de cada um é que vai determinar o ponto de chegada. Como a caminhada de cada pessoa terá suas peculiaridades e diferenças, as estratégias pedagógicas também devem ser diferenciadas, a fim de que os alunos tenham motivação para progredirem em seus estudos. Por isso é fundamental que a escola e os educadores incorporem em suas práticas um espírito verdadeiramente solidário. Assim, será possível a construção de uma realidade educacional centrada de fato no respeito aos seres humanos.

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