quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Chuvas e tragédias

A lição das águas

Mais um ano se finda, outro se inicia e as tragédias se repetem para o desespero de todos aqueles que dependem de ações políticas sérias de nossas autoridades.

Esse ano de 2012 não foi diferente. Milhares de pessoas estão em desespero com as conseqüências das chuvas que inundam as diversas regiões espalhadas por esse país. Muitos alagamentos, rios transbordando, pontes caindo, encostas descendo, construções desabando, soterramento de pessoas, mortes, lágrimas e luto por toda parte.

Nada diferente dos anos anteriores. Apenas um capítulo da mesma peça, com outros personagens, igualmente vítimas do mesmo enredo, da mesma história. Uma tristeza para os amigos e familiares que a cada dia sofre com o anúncio de novas cenas, sobre cenários cada vez mais catastróficos por onde passam protagonistas incapazes de qualquer êxito.

Essa tragédia parece não ter fim. Vários capítulos já foram escritos e o assunto não foi ainda discutido com a seriedade que merece. Vem ano, passa ano, vem chuva, passa chuva e tudo continua como se nada pudesse ser feito para evitar o surgimento de novos capítulos dessa tenebrosa peça.

Nada se vê nesse sentido. Nossas autoridades aproveitam o momento, para visitar os locais atingidos e, sob os holofotes da mídia, mobilizam alguns órgãos de proteção e defesa para o resgate das vítimas, alojam-nas em espaços públicos, anunciam verbas para a solução do problema e nada acontece. Um ano depois, as mesmas cenas, os mesmos cenários, o mesmo espetáculo e milhares de vítimas.

Quando vemos os noticiários sobre os capítulos dessa tragédia anunciada, temos a impressão de que é a repetição do que se passou no ano anterior. Parecem ser as mesmas matérias, apenas com o envolvimento de outros personagens. O pior é que não vemos nenhuma autoridade se mexendo para elaborar projetos preventivos capazes de evitar a repetição de novas catástrofes que já se despontam na virada de 2012.

Quando chegarmos lá, as águas novamente tomarão bairros e cidades, derrubarão pontes, destruirão estradas, provocando inúmeros acidentes nas rodovias. Encostas romperão, provocando soterramentos e mortes. Outras vidas serão ceifadas, milhares serão novamente desabrigadas, muitos políticos aparecerão sob os holofotes da mídia, novos recursos serão anunciados e tudo continuará como antes, à espera do que virá no final de 2013.

É lamentável! Todavia, resta-nos ressaltar aqui o espírito solidário do povo brasileiro que se une voluntariamente para ajudar as milhares de vítimas dos deslizamentos de terras, dos transbordamentos das águas e de outros acidentes que ocorrem em conseqüência das chuvas. Pena é que esses voluntários não têm instrumentos para fiscalizar o trabalho das autoridades, principalmente dos senadores, deputados federais, estaduais e vereadores, que exercem seus mandados preocupados apenas com projetos pessoais e não trabalham em favor do povo brasileiro.

Nota 10, portanto, para ajuda humanitária, pelo espírito solidário do povo brasileiro. Já nossas autoridades precisam mudar de atitude, pois até hoje, apesar de tantas repetições da mesma catástrofe, não aprenderam a lição das águas.

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