O exercício da liderança, para
ser bem sucedido, deve conter na sua base o componente pedagógico, uma vez que
o líder é aquele que ensina e motiva com seu modo de ser, sua conduta pessoal,
competência profissional, demonstrando sempre que sabe conviver bem com todos,
mesmo diante de grandes desafios.
Sei que há muita controversa na
discussão desse tema. No ambiente de trabalho, por exemplo, não é fácil motivar
um colaborador que se sente cansado pela rotina de suas atividades, pelo stress
do trânsito, problemas familiares e tantas outras causas que poderíamos aqui
enumerar.
Trazendo para o campo pedagógico,
um professor só conseguirá bons resultados em seu ofício, se souber motivar
seus alunos. Não adianta belas propostas, excelentes ideias, se faltar motivação
na hora de praticá-las. Não bastam apenas bons planejamentos, competência
técnica, otimismo. Além disso, o líder, a exemplo do professor, precisa de
entusiasmo, ânimo e força de vontade para alcançar sucesso em suas realizações.
Nada de lamentações, portanto. A
luta por melhores condições no emprego, por melhores salários, deve ocorrer
como a busca de um direito de cidadania, tanto para quem contrata, quanto para
quem é contratado. Se, na prática, não acontece assim, essa realidade deve ser
encarada como mais um desafio a ser vencido, mas nunca deixar que isso
interfira negativamente no resultado das atividades desenvolvidas. Cabe, então,
ao líder encontrar caminhos para a motivação de seus colaboradores, caso esse
sentimento tome conta deles.
É plausível dizer que as
conquistas dos trabalhadores resultam de processos de mobilização,
conscientização, organização e luta. Sem união de forças, sem comprometimento
da categoria para propor soluções, nada acontece. Por isso, se o profissional
insistir na justificativa de que trabalha somente pelo valor do salário que
recebe, ficará cada vez mais desmotivado, sem entusiasmo, desanimado, além de
se sentir impotente para alcançar melhorias em sua vida pessoal e profissional.
Ele sempre vai pensar que seus vencimentos estão aquém do que merece e, como
consequência, virá a queda da autoestima, do desempenho e da qualidade do seu
trabalho, fazendo-o se sentir cada vez mais desvalorizado.
Desse modo, o bom líder é aquele
que tem consciência dessas questões e sabe lidar de forma equilibrada com elas.
Ele deve ser ético, fazendo o melhor para si, para seus colaboradores e para a
instituição a que serve, sem expor negativamente quem quer que seja. Se alguém
à sua volta precisar de correção, de ajuda, cabe ao líder agir com sensatez e
discernimento, sem condená-lo publicamente pelos deslizes cometidos.
Constatadas as limitações, em vez de criticar, o líder deve orientar o
colaborador e demonstrar que, apesar da falha cometida, acredita na sua
capacidade de superação e de aprendizagem, para que fatos semelhantes sejam
evitados.
Essa atitude de apoio do líder
fará o colaborador se sentir motivado a melhorar o seu desempenho cada vez
mais. Enquanto a humilhação pelo erro derruba, a compreensão, o respeito e o
incentivo elevam a autoestima, tornando a pessoa um ser humano, um cidadão e um
profissional melhor. Enfim, o respeito ao semelhante e o sentimento de justiça
devem sempre nortear as atividades, a conduta e a tomada de decisões do líder.
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