terça-feira, 3 de julho de 2012

Lieratura brasileira - Barroco


4) Barroco Brasileiro (século XVII)

  Contexto
            Somente podemos falar em literatura brasileira a partir dos anos 1600, quando começa a surgir uma literatura feita no Brasil, sobre o Brasil e para os brasileiros. Enquanto a nobreza perdia espaço em Portugal, com o fortalecimento da burguesia, o Barroco brasileiro se desenvolveu, no período em que se consolidava a aristocracia nacional. A base da economia nacional era a cana-de-açúcar, cuja exploração era também cobiçada por holandeses e franceses que acabaram invadindo o país, mexendo com a vida da sociedade brasileira, ainda fragilizada no processo de consolidação social.
            O início do Barroco no Brasil se deu com a publicação do poema épico, Prosopopéia, de Bento Teixeira. O surgimento de uma poesia com características brasileiras ocorreu na 2ª fase, com a participação do grupo baiano, constituído por Gregório de Matos Guerra, Eusébio de Matos, Domingos Barbosa e outros. Destes, Gregório de Matos merece maior destaque por ter escrito poemas líricos, satíricos e religiosos. Foi como poeta satírico que ganhou notoriedade, criticando, em seus poemas, os costumes sociais da época, o clero e os colonizadores. Na 3ª fase, aparecem algumas academias literárias e os autores Manuel Botelho de Oliveira, Frei Manuel de Santa Maria Itaparica, entre outros, também importantes nesse processo de afirmação da Literatura Brasileira.
            O jesuíta português, Padre Antônio Vieira, teve também importante participação no Barroco Brasileiro. Atuou ativamente na busca de soluções para os problemas sociais da época, no Brasil. Notável intelectual, exímio orador sacro, deixou sua marca indelével na estética barroca tanto no Brasil como em Portugal. Ele e Gregório de Matos são os dois expoentes desta escola literária baiana que tão bem representa a literatura do Brasil daquela época.

Características

            As principais características são o cultismo e o conceptismo. O primeiro pode ser observado pela linguagem cheia de ornatos, enfeites, obscura, com inversões sintáticas, pelas metáforas excessivas e exageradas, pelo vocabulário sofisticado, pouco comum e pela presença de trocadilhos, de figuras como hipérbato, hipérbole e antítese. O segundo se caracteriza pela preocupação com o desenvolvimento lógico das idéias, com o uso de uma linguagem explicativa, reinterativa, e valorização mais do pensamento que da forma. A linguagem extravagante, carregada de metáforas (dizer uma coisa com outras palavras), paradoxos (contradições lógicas) e antíteses (idéias opostas) revelam os conflitos entre e alma e corpo, espírito e matéria, enfim, o dualismo entre o cristianismo e o paganismo. 

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