terça-feira, 3 de julho de 2012

Literatura brasileira - Romantismo


6) Romantismo (século XIX)

Contexto

            O marco inicial do Romantismo no Brasil foi a publicação do livro “Suspiros Poéticos e Saudades”, de Gonçalves de Magalhães, em 1836. Nesse período, houve uma intensa produção literária marcada por diversos movimentos de grande riqueza para a literatura brasileira.
            O momento histórico em que ocorre o Romantismo, no Brasil, pode ser observado a partir da vinda da corte portuguesa que, fugindo de Napoleão Bonaparte, chegou ao Rio de Janeiro, em 1808. Com a vinda da família real, o Rio de Janeiro viveu um processo de urbanização, tornando-se um campo favorável à divulgação das novas ideias do velho mundo, fazendo a então colônia caminhar na direção da sua independência.
            Após o ano de 1822, o sentimento de nacionalismo cresceu, buscou-se o passado histórico, exaltando-se a natureza da pátria. Na realidade, foi um ufanismo herdado da Europa que se encaixava perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar as profundas crises sociais, financeiras e econômicas. Apenas para ilustrar, de 1823 a 1831, o Brasil experimentou um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I. Ou seja: a dissolução da Assembléia Constituinte, a constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de ter mandado assassinar Líbero Badaró; e, finalmente, a abdicação, seguida do período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. Justamente, nesse ambiente confuso, surgiu o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e de nacionalismo.
            Didaticamente falando, o período romântico no Brasil, durou 45 anos, desde a publicação do livro “Suspiros Poéticos e Saudades”, de Gonçalves de Magalhães, em 1836, até a publicação de “Memórias Póstuma de Brás Cubas”, de Machado de Assis, em 1881, obra esta que marca o início do Realismo no Brasil.
            A Revolução Industrial ocorrida na segunda metade do século XVII trouxe consigo a necessidade de especialização e, consequentemente, o surgimento de novas universidades e o fortalecimento da imprensa. Nesse contexto, o desenvolvimento da indústria se acelera, fazendo crescer o capitalismo no mundo, elevando assim a burguesia ao poder que passa a ser a nova classe patrocinadora das artes.
            Outrossim, a Revolução Francesa (1788 e 1789) influenciou sobremaneira a produção literária do romantismo, uma vez que os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade inspiravam toda a classe artística a se manifestar, livremente.
No Brasil, a Independência do país em de 1822, despertou a consciência nacional, evidenciando a necessidade de uma divulgação positiva da realidade brasileira, o que se fez, para o mundo inteiro, por meio da valorização dos elementos naturais (fauna e flora) em detrimento da problemática social e econômica do Brasil Império. Desse modo, na Corte, Rio de Janeiro, em 1808, surgem as primeiras manifestações jornalísticas, exibindo diariamente, em folhetins, capítulos dos romances dos nossos principais autores da época.



Características


  1. Destaque para a personalidade do autor que coloca em evidência uma visão particular da sociedade em que vive, ou seja, o seu modo de vê-la, de contemplá-la e de descrevê-la. Subjetivismo.
  2. Foco no sentimento dos personagens, com a exploração da temática amorosa e os dramas do amor. O autor usa a literatura para evidenciar os sentimentos comuns como o amor, a cólera, a paixão e outros. Sentimentalismo. 
  3. Necessidade de criação de uma cultura genuinamente brasileira. Os autores procuravam autenticidade na expressão literária, distanciando-se dos traços da literatura europeia. Nacionalismo, ufanismo.
  4. O autor poderia ficar livre para criar suas obras, dando ênfase à expressão, sem preocupação com a estrutura do verso, da frase ou do texto. Liberdade formal. 
  5. O espírito de brasilidade deveria prevalecer, logo os autores se inspiravam nas raízes pré-coloniais, utilizando palavras da cultura indígena e do regionalismo brasileiro para a criação de uma linguagem com a feição nacional. Nacionalismo.
  6. A literatura romântilca evidencia a fé, como meio de mostrar austeridade e espiritualidade, expressando aspectos da divindade no ambiente natural. Religiosidade.
  7. A figura do índio era fonte de inspiração na criação literária romântica brasileira. Ele foi tomado como herói nacional (bom selvagem), símbolo de patriotismo e brasilidade. Indianismo.
  8. Pertencem a essa geração poética do romantismo autores que utilizavam em suas criações literárias temas como a morte, a dor, a solidão, o sofrimento pelos amores impossíveis e outros. Essa geração é também denominada byroniana e ultrarromântica. Mal do século
  9. A realidade era vista de forma pessoal e superficial, logo era idealizada, imaginada. O autor partia de seus sonhos e desejos para pintar a realidade, conforme o mundo da subjetividade e das fantasias. Idealização da realidade.
  10. Os artistas, no período romântico, fugiam da opressão gerada pela revolução industrial. Eles não podiam criticar abertamente a burguesia, pois eram os burgueses mercenários de sua literatura. Logo evadiam para o mundo da fantasia, fugindo da realidade. Assim, o escapismo compreendia a fuga no tempo, no sonho, na imaginação, na loucura, no espaço e na morte. Escapismo.
  11. Os elementos do ambiente natural, cultuados pelos índios, eram observados como algo divino e puro, por isso eram valorizados e compunham o cenário e a temática do idealismo romântico que apareciam com liberdade e criatividade nas obras dos autores. Culto à natureza
  12. A figura feminina era concebida como um ser especial, sobrenatural, intocável. A mulher era retratada como o ser puro, angelical fonte de toda a inspiração dos autores românticos. Idealização da mulher.
  13. 1ª geração - nacionalista, indianista e religiosa; 2ª geração (Mal do Século, Ultrarromântica. byroniana): Culto da dor, da solidão,das trevas e da morte; 3ª geração (condoreira): engajamento nas causas sociais, abolicionistas. As gerações românticas.
  14. José de Alencar, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Castro Alves. Autores destaques.

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