Trovadorismo (século XII ao XIV)
Contexto
A literatura na língua portuguesa surge
em Portugal, no século XII. Os primeiros estilos foram o trovadorismo (século
XII, XIII e XIV), o humanismo (século XV) e o classicismo (renascimento – século
XVI). O primeiro foi marcado pela presença da poesia trovadoresca, que era
cantada ao som do instrumento musical. Era uma literatura de qualidade
discutível, com características lingüísticas próximas da oralidade, que apresentava
uma visão teocêntrica do mundo e trazia a mulher como fonte de lirismo. Havia
dois tipos de cantigas, as líricas e as satíricas. Tanto estas como aquelas
poderiam ser de dois tipos, sendo as primeiras de amigo e de amor e as últimas
de escárnio e de maldizer.
Características das cantigas
Nas cantigas de amigo, o trovador
interpretava os sentimentos femininos, como se fosse uma mulher fazendo uma
confissão amorosa à mãe, à amiga, ou aos elementos da natureza. A mulher se
queixava pela ausência do namorado (amigo). A canção apresentava estrutura
simples com poucas variações de versos. Já as cantigas de amor revelavam o
sentimento do trovador por uma dama que lhe era indiferente, por ser comprometida,
ou por pertencer a uma classe social elevada, diferente da sua. Prevalece,
nessa cantiga, o caráter idealista do amor, também conhecido como amor
platônico.
As cantigas satíricas, de escárnio e de
maldizer, fazem uma crítica contra alguém ou alguma coisa, procurando
ridicularizar pessoas, organizações, ou costumes sociais. A diferença entre uma
e outra é que, na primeira, faz-se uma sátira indireta que se observa nas
entrelinhas, enquanto, na segunda, utiliza-se uma linguagem agressiva, com
expressões grosseiras, com a intenção de denegrir a imagem, ou diminuir a
importância do ser, dos costumes, ou dos hábitos sociais, objeto da sátira.
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