Nossa viagem pelos estudos literários parte
do século V a.C. com os filósofos gregos Platão e Aristóteles. Inicialmente,
Platão apresentou uma definição literária restrita, dividindo a poesia em três
partes, épica, mimética e dramática, uma relacionada ao aspecto narrativo, outra
aos recursos visuais e outra à representatividade. Podemos compreender essa
definição platônica, quando recitamos uma poesia, pois este exercício nos leva a
expressão do sentido da mensagem, que exprime uma força emotiva, realçada com a
combinação dos gestos e das expressões indispensáveis à arte da representação
de todo e qualquer texto.
Aristóteles, por sua vez, procurou
ampliar a definição, já que, na sua concepção, os estudos literários não se
restringiam à poesia. Assim qualquer tentativa de conceituação deveria levar em
conta as outras espécies literárias. Para ele, as obras de arte em literatura
poderiam ser agrupadas em dois gêneros, o épico e o dramático. No primeiro
estariam as obras narrativas, caso das epopéias, e no segundo, as representativas,
caso das tragédias, comédias e outras em que personagens, em cena, vivenciassem,
naquele contexto, a tensão entre o homem e os problemas do mundo.
Essa conceituação permaneceu até a era
cristã, quando o poeta latino, Horácio, nos anos 60 d.C., acrescentou o gênero
lírico à teoria aristotélica, entendo que as obras de conteúdo sentimental,
intimista, não estavam contempladas. De lá para cá, como pressuposto
metodológico, o agrupamento das obras literárias, pelas suas características
análogas ou semelhantes nos gêneros épico, lírico, ou dramático é o que
prevalece.
A título de ilustração, salientamos
que pertencem, dentre outros, ao gênero épico a epopéia, o romance, o conto, a crônica,
a novela, a fábula; ao lírico pertencem a ode (poesia de exaltação, alegre), a elegia
(poema de tom terno e triste), o idílio (poema pequeno de qualquer natureza), as
canções, o acalanto, balada (ritmo lento), acróstico (a 1ª letra formando nome, palavra
ou frase) e soneto, a espécie mais importante em toda história poética da
humanidade. E como exemplo do gênero dramático, citamos a tragédia, a comédia, a
tragicomédia (drama), o auto (representação teatral de um ato) e a farsa (humor
a partir das situações do cotidiano).
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