terça-feira, 4 de setembro de 2012

O voto jovem


O título desse texto me permite fazer uma reflexão acerca da importância do voto do eleitor menor de 18 anos, em especial, daquele que, dizendo-se desmotivado, insiste em não participar ativamente do pleito eleitoral, nesse ano de 2012.
Em geral, há uma descrença grande do eleitor por causa dos absurdos e das manobras daqueles políticos que só pensam em criar fortes esquemas que lhe garantam vantagens pelo máximo de tempo possível. Esse sentimento acaba contaminando o menor de 16 e 17 anos que, muitas vezes, prefere abrir mão do seu direito de votar a correr o risco de ajudar a eleger candidatos desonestos e sem compromisso com a construção de uma sociedade melhor.
Quando penso nestas questões, reporto-me ao período da ditadura militar, tempo em que havia lutas, principalmente da juventude, que enfrentava dificuldades e riscos de toda ordem pela conquista das eleições diretas em nosso país. Vários foram os movimentos que levaram multidões às ruas em busca da tão sonhada liberdade de expressão e do exercício democrático.
Essas mobilizações, muitas vezes, acabavam em perseguições, torturas, prisões, exílios e mortes. Muitos, na esperança de conquistarem a liberdade, eram forçados a darem a própria vida em troca de tão nobre causa. O regime de exceção era cruel, não dava trégua, perseguia, espancava e torturava, tentando silenciar a boca, principalmente das lideranças mais ousadas e corajosas.
Todavia, ao mesmo tempo em que havia a prática perversa do governo autoritário, despontava uma forte consciência política que conseguia mobilizar milhares de pessoas, fazendo frente aos abusos dos comandantes militares. Por isso, se hoje podemos escolher os ocupantes do poder executivo e do legislativo foi graças a essa gente que, pensando à frente de seu tempo, romperam as muralhas da repressão política brasileira.
Hoje, quando constato que cerca 3 milhões de eleitores brasileiros são menores de 18 anos e que muitos destes não pretendem exercer seu direito de votar, fico pensando naqueles que passaram grande parte de suas vidas, lutando para que esse momento se concretizasse. Para quem não tinha o direito de abrir a boca, o voto aos 16 anos seria realmente um sonho longínquo, uma grande conquista.
Os adolescentes brasileiros precisam retomar sua militância política, pois a força, a garra, a vontade e o patriotismo deles devem ser canalizados em favor do aprofundamento democrático. Eles contribuíram decisivamente para o fim da ditadura militar, conquista das eleições diretas e o Impeachment de Fernando Collor, levando multidões às ruas, com graça, entusiasmo e criatividade. Certamente, essa lição não pode ser interrompida.
A participação política dos jovens menores de 18 anos sempre cumpriu um papel importante em nossa sociedade. As conquistas que experimentamos hoje estão cunhadas com a força e o vigor da juventude de outrora. Por isso, os adolescentes devem buscar outras realizações como a reforma política, reforma do sistema eleitoral, reforma tributária, fim da corrupção e tantas outras práticas que carecem do brado juvenil para entrar nos caminhos da justiça e da modernidade. Pelo fato de o voto ser opcional, o adolescente não pode abrir mão desse direito, devendo aproveitá-lo como instrumento de conscientização para outras conquistas.  

Um comentário:

  1. sabemos que muitas pessoas lutaram para que os jovens de 16 e 17 anos tivessem o direito do voto eleitoral.Mas como o nosso país jovens de 16 e 17 não pode mata, roubar, estupra que não será preso e que não iram pagar pelos seus atos, também não poderiam ter o direito de eleger quem deve ou não está no poder político.

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