quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Preparação para a vida

A preparação para a vida é um desafio que se coloca para a sociedade, o poder público e o setor privado, que precisam garantir o direito que cada ser humano tem de exercer plenamente a sua cidadania. Nesse sentido, precisamos dar ao sujeito condições de desenvolver sua autonomia, para tomar decisões, de forma consciente e responsável.
Somos pessoas sensíveis e como tal devemos labutar em favor do bem-estar daqueles com os quais convivemos. Mas, para isso, devemos entender que o amor e a solidariedade devem ser praticados por cada um que deseja um mundo e uma sociedade melhor para todos.
Preparar o sujeito para a vida não se resume a transmitir-lhe ensinamentos; significa caminhar com ele, na construção de conhecimentos. A prática da produção do saber é a melhor forma de desenvolvimento da autonomia e do senso crítico e criativo do aprendiz.
Esse conceito de processo formativo é interessante, pois nos deixa em condições de constante aprendizagem. Ele coloca em xeque a concepção, segunda a qual, uns são inteligentes, detêm o saber e o transmitem aos que precisam de ensino, evidenciando que há diferentes níveis de conhecimento, o que possibilita tanto a quem instrui quanto a quem é instruído aprenderem um com o outro.
A preparação para a vida ocorre então, quando trabalhamos na perspectiva de darmos ao sujeito possibilidades de exercer seu papel social na comunidade em que vive, na igreja em que congrega, nas entidades representativas dos segmentos sociais e profissionais. O sujeito pode até não exercer um papel de liderança, mas deve ser preparado, pois no momento em que surgir a oportunidade, desejando ele aproveitá-la, estará pronto para tal.
O trabalho é um componente importante na vida do cidadão, mas não contempla a totalidade da dimensão humana. Preparar única e exclusivamente para o mercado seria tirar o que há de mais sagrado do ser humano, ou seja, a possibilidade de ele crescer integralmente, buscando sua realização pessoal, incluindo nesta as atividades profissionais.
Quando adotamos esse conceito de formação humana, aprendizagem permanente ou continuada, tudo que fazemos pode ser prazeroso e agradável, uma vez que, neste sentido, o trabalho figura não como fim único, como labor difícil, penoso e desgastante, mas como um exercício educativo, de descoberta, de crescimento e de complemento da personalidade.
O sujeito, antes de ser um trabalhador, é um ser humano, dotado de outros atributos, aspirações e desejos. Sua formação integral possibilita-lhe o desenvolvimento de sua autonomia para alcançar a autorrealização, a felicidade e o prazer naquilo que faz. Com isso, ele aprende a ser, a aprender e a conviver, buscando estratégias sábias para enfrentar, com êxito, os desafios da realidade que o cerca.
 Desse modo, é possível entender que tudo que somos e realizamos deve ser visto como um processo de formação, já que a vivência e a experiência de cada um nos permite tirar infinitas lições de aprendizagem. Assim, cada sujeito, com esse nível de consciência, independente da idade, certamente será feliz, aprendendo cada vez mais e, consequentemente, se preparando melhor para a vida.

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