A
preparação para a vida é um desafio que se coloca para a sociedade, o poder
público e o setor privado, que precisam garantir o direito que cada ser humano
tem de exercer plenamente a sua cidadania. Nesse sentido, precisamos dar ao
sujeito condições de desenvolver sua autonomia, para tomar decisões, de forma consciente
e responsável.
Somos
pessoas sensíveis e como tal devemos labutar em favor do bem-estar daqueles com
os quais convivemos. Mas, para isso, devemos entender que o amor e a
solidariedade devem ser praticados por cada um que deseja um mundo e uma
sociedade melhor para todos.
Preparar
o sujeito para a vida não se resume a transmitir-lhe ensinamentos; significa
caminhar com ele, na construção de conhecimentos. A prática da produção do saber
é a melhor forma de desenvolvimento da autonomia e do senso crítico e criativo
do aprendiz.
Esse
conceito de processo formativo é interessante, pois nos deixa em condições de
constante aprendizagem. Ele coloca em xeque a concepção, segunda a qual, uns são
inteligentes, detêm o saber e o transmitem aos que precisam de ensino, evidenciando que há diferentes níveis de conhecimento, o que possibilita tanto a quem instrui quanto a quem é instruído aprenderem um com o outro.
A
preparação para a vida ocorre então, quando trabalhamos na perspectiva de
darmos ao sujeito possibilidades de exercer seu papel social na comunidade em
que vive, na igreja em que congrega, nas entidades representativas dos
segmentos sociais e profissionais. O sujeito pode até não exercer um papel de
liderança, mas deve ser preparado, pois no momento em que surgir a oportunidade,
desejando ele aproveitá-la, estará pronto para tal.
O
trabalho é um componente importante na vida do cidadão, mas não contempla a
totalidade da dimensão humana. Preparar única e exclusivamente para o mercado
seria tirar o que há de mais sagrado do ser humano, ou seja, a possibilidade de
ele crescer integralmente, buscando sua realização pessoal, incluindo nesta as
atividades profissionais.
Quando
adotamos esse conceito de formação humana, aprendizagem permanente ou
continuada, tudo que fazemos pode ser prazeroso e agradável, uma vez que, neste
sentido, o trabalho figura não como fim único, como labor difícil, penoso e
desgastante, mas como um exercício educativo, de descoberta, de crescimento e
de complemento da personalidade.
O
sujeito, antes de ser um trabalhador, é um ser humano, dotado de outros
atributos, aspirações e desejos. Sua formação integral possibilita-lhe o
desenvolvimento de sua autonomia para alcançar a autorrealização, a felicidade
e o prazer naquilo que faz. Com isso, ele aprende a ser, a aprender e a
conviver, buscando estratégias sábias para enfrentar, com êxito, os desafios da
realidade que o cerca.
Desse modo, é possível entender que tudo que
somos e realizamos deve ser visto como um processo de formação, já que a
vivência e a experiência de cada um nos permite tirar infinitas lições de
aprendizagem. Assim, cada sujeito, com esse nível de consciência, independente
da idade, certamente será feliz, aprendendo cada vez
mais e, consequentemente, se preparando melhor para a vida.
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