No dia
22/11/2012, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisa Anísio Teixeira (INEP) divulgaram o desempenho dos alunos e das
escolas, no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em 2011. Somente dez escolas
públicas apareceram entre as cem melhores do país; destas, oito são federais e
duas estaduais. Entre as vinte melhores, apenas o Colégio de Aplicação da
Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Ao
colocamos na balança esses elementos, entendemos as razões do fracasso
das escolas públicas estaduais e municipais, quando comparadas com outras redes
de ensino. Fica difícil, mudar esse quadro diante de tanta precariedade
dos estabelecimentos, onde faltam laboratórios adequados, bibliotecas
atualizadas, salas de aula equipadas, segurança, recursos materiais e humanos,
políticas de incentivo às práticas desportivas, artísticas, culturais e acadêmicas. Essas
deficiências, somadas a outras relacionadas ao sistema, organização e
funcionamento do ensino, à desvalorização do processo educativo e dos
educadores, sem dúvida, refletem na qualidade da educação, pois trazem, como
consequência, a desmotivação e o desinteresse, tornando o ofício de
instruir e de aprender um desafio quase insuperável.
Todavia o
que mais me incomoda é perceber que o baixo desempenho dos alunos das escolas
públicas estaduais e municipais em 2010 e 2011 será igual em 2012 e quiçá em
2013, já que não há uma movimentação significativa de nossas autoridades,
buscando melhorias nas condições de trabalho dos educadores da rede pública de
ensino. Aliás, estes sempre foram tratados, ao longo da história, com
indiferença pelas autoridades, como se uma boa educação não fosse importante ao
bom funcionamento da sociedade e ao desenvolvimento do país.
Portanto,
se as escolas estaduais e municipais quiserem atingir um padrão de qualidade à
altura do que merecemos, precisam repensar essas questões e agir rapidamente em
busca de soluções. Nesse particular, o apoio de nossas autoridades é
fundamental, garantindo investimentos para uma remuneração justa dos
educadores, melhoria de infraestrutura das escolas, reestruturação do ensino,
redimensionamento dos tempos pedagógicos e execução dos projetos inovadores da
comunidade escolar. Sem isso, vamos continuar "batendo no molhado",
tentando o tempo todo "tirar leite das pedras".
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