quinta-feira, 27 de junho de 2013

Crise na saúde


Quando abordamos o tema saúde, logo deparamos com inúmeros problemas que nos deixam totalmente perplexos diante da magnitude que os envolve.
O primeiro problema o cidadão enfrenta ao procurar uma unidade de saúde para tratamento médico. Às vezes padece horas e horas na fila, sendo obrigado a retornar às suas casas sem conseguir uma simples consulta. Se o cidadão for insistente, perseverante, pode até conseguir um atendimento precário, depois de amargar um grande tempo de aflição nas filas de espera.
Argumentos que justificam a precariedade na saúde nós temos de sobra: falta de profissionais, de infraestrutura, de equipamentos atualizados; os baixos salários; falta de investimento dos governos federal, estadual e municipal. São questões que nada tem que ver com o pobre que, apesar de a lei assegurar que ele tem direito à saúde, não consegue nem ter o diagnóstico da doença por falta de exames adequados. Se a doença for grave, a pessoa morre, sem conhecer as causas que a levaram ao óbito. Conseguindo atendimento, dentro da habitual precariedade em que ocorre, o médico prescreve uma medicação para minimizar os efeitos doloridos. Passado o tempo de alívio, propiciado pela medicação recomendada, os sintomas da enfermidade reaparecem, levando o (a) paciente à impressão de que padece de um mal totalmente incurável.
Assim, o (a) paciente procura uma unidade de atendimento e entra numa fila durante horas, dias e semanas, sem conseguir alívio para o seu sofrimento. Se ele carece de atenção especial, precisa ficar em corredores de hospitais ou clínicas, aguardando vagas para internação, independente da gravidade do caso. Essa situação caótica atinge os usuários do SUS e também aqueles que pagam planos de saúde privados. Não há privilégios, quando se trata de um atendimento especializado ou de urgência. Não adianta ter plano de saúde, se não há vagas nos CTIs, se não há leitos para a internação. O (a) paciente, mesmo em estado grave, precisa entrar na fila e aguardar a sua vez de ser atendido.
Os problemas da saúde vão além dos já conhecidos, relacionados aos baixos salários, à falta de equipamentos nas unidades hospitalares e ausência de medicamentos na rede pública. Mesmo quem paga por todo o serviço, através de um plano de saúde, fica sem a garantia da assistência médica.
Hoje, falta algo muito mais sério para que o brasileiro tenha um atendimento digno. Faltam hospitais bem estruturados e com equipamentos modernos funcionando. Falta investimento em pessoal, não só para a melhoria salarial dos profissionais, mas também para prepará-los, a fim de prestarem um bom serviço ao cidadão e assim pôr fim à humilhação que este sofre, quando precisa de atendimento em uma unidade de saúde, quer pelo SUS, ou por um convênio particular.
É preciso rever, com urgência, toda a política de saúde. Os hospitais reclamam, dizendo que os recursos repassados pelo SUS, pelos convênios e pelos planos de saúde são insuficientes. Os médicos reclamam dos valores que recebem pelos atendimentos. Os demais funcionários dos serviços de saúde se sentem igualmente desvalorizados e sobrecarregados. Portanto, tudo isso justifica o mal atendimento e, em muitos casos, a falta de um tratamento digno a quem, por motivo de enfermidade, já se acha fragilizado.
Para que essa situação caótica não perdure, é preciso uma mudança de atitude. Se não houver uma ação efetiva de todos, principalmente, de nossas autoridades, mergulharemos cada vez mais nesse caos, até chegarmos a um abismo sem fim. Enquanto há tempo, seria bom que nossa “classe política”, seja do legislativo, do executivo, ou do judiciário, saísse da retórica e partisse para a prática. Solução há, basta que todos queiram e trabalhem pelo bem comum.

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