quinta-feira, 19 de setembro de 2013

País da criminalidade

Se voltarmos ao significado da palavra lei, que procede do latim “lex”, vamos perceber que ela se refere a um conjunto de normas concebidas para regular a conduta social e impor sanções a quem apresenta desvios de conduta. Neste sentido sua função seria controlar os comportamentos e ações das pessoas, visando resguardar os bons princípios e a sociedade.
Porém não é bem isso que se observa. As leis brasileiras não evitam ações e atrocidades de bandidos. Com isso, as pessoas ficam cada vez mais acuadas em seus redutos, sem poderem exercer o sagrado direito de transitar livremente pelas vias públicas, pois a qualquer momento, podem ser surpreendidas por um assalto à mão armada, por uma bala perdida, ou por um bandido em fuga da polícia.
Se uma pessoa de bem é vítima de violência e procura seus direitos, entra num processo de luta sem fim. Na maratona em busca de socorro, vai perdendo as forças e a esperança. Se ela é atendida, fica frustrada ao perceber que os criminosos se beneficiam das brechas de nossa legislação, afastando para longe as possibilidades de justiça.
É comum os bandidos arrombarem residências, levarem objetos, equipamentos e eletrodomésticos, prenderem as pessoas em banheiros e em outros espaços, amordaçarem, torturarem, estuprarem e fugirem tranquilamente pelas ruas, levando os produtos do roubo em veículos das famílias assaltadas.
Quando a polícia é acionada, os bandidos fogem, colocando em risco a vida de pessoas inocentes, como o atropelamento dos senhores, Domingos Correia dos Santos, de 83 anos e Mário de Andrade, de 47 anos, que conversavam em frente as suas residências, no início da noite do dia 16/09/2013, em Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte. A tragédia só não foi pior porque o avô, Mário de Andrade, ao perceber que seria atingido pelo veículo em fuga, atirou o netinho, Bruno Araújo, de 2 anos, que estava em seus braços, em cima de um canteiro de grama, morrendo, mas salvando heroicamente esse pequeno ser.
Os assaltos nas ruas também são rotineiros. Nestes são utilizados vários tipos de armas para intimidar as pessoas que, simplesmente, devem entregar tudo aos assaltantes para não serem agredidas, torturadas e mortas.
É muito triste essa realidade. Muitas vezes a polícia faz o seu papel de investigar e prender os marginais. Mas eles não ficam presos, pois sempre os advogados encontram brechas na lei, livrando os criminosos do cárcere. A polícia faz seu papel, apresenta os bandidos à justiça e esta de posse de uma legislação frouxa, solta-os, para cometerem outros crimes, na certeza da impunidade.
Não é possível entendermos as razões de tanta acomodação de nossas autoridades. Não temos mais socorro, apenas desamparo. A polícia já não sabe o que fazer. Ela se expõe muito diante da bandidagem, prendendo um mesmo criminoso, pelo mesmo motivo, várias vezes. Esse fato deixa o policial e seus familiares, numa situação de vulnerabilidade, já que os bandidos dificilmente ficarão presos, por falta de uma legislação moderna e eficiente. Assim, enquanto nossas autoridades dormem em berço esplêndido, ficamos acuados, sem liberdade, vendo o poder dos criminosos contabilizando atos e mais atos de criminalidade. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário