Os deputados federais
absolveram o colega Natan Donadon, numa demonstração clara da pouca vergonha e
da falta de seriedade no exercício da função pública. Essa decisão foi
importante, pois revelou o caráter dos políticos que agem com casuísmo para não
perderem o apoio dos colegas, na cobertura de seus desmandos e desvios.
Essa decisão da
Câmara dos Deputados muito nos entristece, pois revela a verdadeira face do
poder legislativo. A absolvição de um deputado, condenado há 13 anos por crime
de peculato e formação de quadrilha, que desviou R$ 8,4 milhões da Assembleia
de Rondônia, quando era diretor financeiro da instituição, é inadmissível. Isso
mostra que, ao livrarem o colega da cassação, os parlamentares que assim o
fizeram, consciente e estrategicamente, procuraram resguardar os seus mandatos.
O resultado dessa
votação é bem significativo. Partindo do princípio de que pelo menos 50% + 1
dos nossos políticos são sérios e honestos, a cassação seria tranquila.
Todavia, para começar, 108 parlamentares não compareceram à sessão, 41 se
abstiveram de votar, 133 votaram pela manutenção do mandato e apenas 233 foram
a favor da cassação de Donadon. Ou seja: 55% dos parlamentares agiram em favor
da corrupção e dos corruptos.
Alguns deputados
apontaram como causa desse resultado o voto secreto, o que não é verdade. Se os
parlamentares fossem íntegros, independente de o voto ser secreto ou não, eles
votariam em favor da honestidade, da justiça e do país. Quem absolveu Donadon
usou de artimanha, pensou primeiro em si, evitando criar precedentes para o
próprio julgamento no futuro.
É comum o sentimento
de impotência do cidadão de bem diante de fatos como esse. A população é
enganada, desprotegida e desrespeitada por nossos políticos. Eles fazem de
conta que são bonzinhos, agem de forma inescrupulosa, passando uma imagem que nada
tem que ver com o que são realmente. Por isso o resultado da votação na Câmara
dos Deputados foi importante, uma vez que revelou a essência dos nossos
parlamentares.
Após essa vergonha
nacional, os próprios deputados, numa jogada de oportunismo, tentaram amenizar a
situação, aprovando o fim do voto secreto, como se isso fosse mudar alguma
coisa. O país precisa de cidadãos e políticos sérios, honestos, que honrem seus
compromissos, sem engodos, fundados no respeito ao ser humano, à sociedade e ao
país.
Não foi à toa que o
senador Renan Calheiros, logo após a aprovação do fim do voto secreto pela
Câmara dos Deputados, reagiu contrariamente à decisão, alegando que o Senado não
deverá votar essa matéria, sem alterações. No fundo, o Senador e seus colegas querem
manter suas aparências, ofuscando a essência desonesta e a prática corrupta que
carregam ao longo da história.
A impressão que fica de tudo isso é que o Congresso Nacional está cheio de Donadons. Quem ainda acreditava na seriedade das nossas instâncias legislativas, a julgar pelo resultado favorável a Donadon e pelas declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros, certamente, está desconfiado. O exercício político dos parlamentares virou um balcão de negócios, um “toma-lá-dá-cá”, num processo em que todos os aliados ganham e muitos se livram de condenações e cassações. Esperamos que esse sentimento de indignação se reflita no resultado das eleições de 2014, para que os germes do mal da política brasileira sejam arrancados do Congresso Nacional.
A impressão que fica de tudo isso é que o Congresso Nacional está cheio de Donadons. Quem ainda acreditava na seriedade das nossas instâncias legislativas, a julgar pelo resultado favorável a Donadon e pelas declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros, certamente, está desconfiado. O exercício político dos parlamentares virou um balcão de negócios, um “toma-lá-dá-cá”, num processo em que todos os aliados ganham e muitos se livram de condenações e cassações. Esperamos que esse sentimento de indignação se reflita no resultado das eleições de 2014, para que os germes do mal da política brasileira sejam arrancados do Congresso Nacional.
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