quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Problemas de redação


Nesse momento em que os candidatos se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, todos devem-se preocupar com a redação de bons textos. Para isso, é preciso selecionar bem as ideias, demonstrar conhecimento do assunto e habilidade no processo de reflexão escrita, além de saber empregar adequadamente a norma culta da língua.
Todo processo de escrita é trabalhoso, requer disposição, vontade e persistência. O bom texto dificilmente fica pronto na primeira versão, por isso precisa ser revisto e melhorado. Esse processo é árduo, depende de muita força de vontade, transpiração, para que, no final, o rascunho se transforme numa redação de boa qualidade.
A pressa em terminar rápido sempre atrapalha, pois os alunos perdem a chance da reescrita. Muitos fazem um texto desorganizado, com as ideias mal definidas e desconectadas, comprometendo a qualidade do texto. Há situações em que não se observa textualidade, somente um amontoado de palavras.
Todo concurso, vestibular, Enem, ou processo seletivo, espera que a produção escrita do candidato apresente boa estrutura, vocabulário adequado, domínio da língua padrão, desenvolvimento lógico, coerência e coesão. O texto precisa demonstrar que as ideias se ligam num movimento progressivo do início ao fim. Enquanto isso não acontece, não se pode dizer que o texto esteja pronto.
Esse é o grande problema da produção escrita. Poucos têm paciência de persistir no exercício e querem se livrar dele o quanto antes. A maioria entrega o texto sem ao menos passá-lo a limpo, sem releitura, sem revisão. Uns, por preguiça, ou desconhecimento; outros, por não valorizarem o processo de escrita, atitude essa que compromete o resultado, deixando-o em um nível aquém do esperado.
Independente do texto a ser produzido, o redator precisa ter força de vontade, determinação e desejo de fazer sempre o melhor. Ele não pode ter preguiça, pois esta não combina com o exercício de redigir. Um escritor preguiçoso é como um atleta que quer vencer uma competição, fugindo dos treinamentos. Por mais talentoso que seja, não estará em forma para o momento da grande decisão.
Alguns erros são inaceitáveis e só acontecem por falta de dedicação. Há casos de redações em que o candidato não acentua uma só palavra, nem as proparoxítonas. Erros básicos de concordância, regência, ortografia e pontuação acontecem sem justificativa, pois são casos que o candidato, certamente, estudou e já os revisou durante a educação básica. Se ele não aprendeu foi por falta de vontade, já que oportunidade ele teve muitas e em diferentes momentos.
Quem pretende ter um bom desempenho na escrita deve-se preparar bem para isso. Deve treinar com a determinação de um atleta destemido e vencedor. Precisa aprender e praticar, buscando a forma ideal dos grandes competidores. É preciso escrever, sabendo o que faz, e não simplesmente para cumprir uma exigência ou obrigação. Escrever é uma arte e como tal exige o máximo de esforço do artista.
Em se tratando da produção de textos dissertativos, deve-se observar o emprego dos verbos em terceira pessoa, referindo-se aos pronomes “ele”, “ela”, “eles”, “elas”, para assegurar o que se chama de impessoalidade. A linguagem empregada deve obedecer às regras do registro padrão, formal ou culto. Ela deve ser objetiva, os períodos devem ser curtos, para assegurar o máximo de clareza.
Não é admissível uma redação dissertativa para concurso em que apareçam gírias, clichês, expressões feitas, ou enunciados prontos. Por isso quem ao longo do texto emprega termos como “o bofe”, “tá bom”, “sem noção”, “ninguém merece”, “tampá o sol com a peneira”, “isso está me cheirando mal”, desqualifica seu texto. Além disso, não se deve usar expressões como “eu acho”, “na minha opinião”, “eu acredito que”, “de acordo com o que penso”, já que exprimem redundância, uma vez que esse tipo de texto revela o ponto de vista do autor. No caso de usar a primeira pessoa, deve-se optar pelo plural, evitando assim marcas de individualismo no discurso. 
Feito isso, é hora de finalizar o texto, observando se a estrutura dele está correta. Ou seja: se o primeiro parágrafo traz uma ideia preliminar, geralmente breve, que apresenta o assunto, procurando despertar a atenção do receptor para a leitura do texto; se os argumentos foram desenvolvidos, cada um em um parágrafo, para justificar, explicitar ou comprovar a tese do autor; se o texto encerra a discussão de modo coerente, deixando claro o ponto de vista do redator sobre a tese apresentada inicialmente. Além disso, os parágrafos devem ser bem demarcados, com o afastamento da primeira linha, o texto deve ter entre 20 e 35 linhas e letra legível.
Portanto, para quem quer mandar bem na redação do Enem, deve atender a essas condições. O candidato que se esforçar, sendo persistente e dedicado, alcançará um ótimo resultado. Mas é preciso querer, aprender e praticar. Esse é o ponto de partida para quem deseja crescer na arte de redigir.


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