Planejamento
Ao
preparar uma exposição para ser lida ou pronunciada oralmente, o comunicador
deve ficar atento a alguns cuidados indispensáveis ao êxito de sua
apresentação. Primeiro, ele deve fazer uma autoavaliação para verificar o nível
de conhecimento que tem sobre o assunto; em seguida, ter clareza dos objetivos
de sua exposição e do resultado que espera alcançar, ao concluir sua mensagem;
por último, ter ciência do perfil do público e do possível interesse e
motivação dele pelo assunto.
Feito
isso, o passo seguinte é escolher a forma de abordagem do assunto, o método a
ser adotado e as estratégias que serão empregadas para o envolvimento dos
ouvintes. Esses elementos são indispensáveis para pontilhar o pensamento do
orador na direção das expectativas dos participantes. Somente com esse caminho
será possível uma comunicação eficiente e eficaz, já que ele propiciará a
evolução natural da leitura ou da fala, assegurando a sintonia entre
comunicador e assistência.
No
planejamento do discurso, o orador deve-se orientar a partir de questões do
tipo: Qual o tema abordado? Qual a finalidade da exposição? Qual o número de
pessoas presentes? Qual o feedback esperado? O que motiva as pessoas a se
interessarem pela exposição? Quanto tempo deve durar a exposição? Quais os recursos
disponíveis? Em que parte do auditório ficar? Qual a postura adequada para esse
tipo de evento?
Introdução
Definidos os pontos acima, o orador pode então montar o seu discurso, seja redigindo o texto para ser lido, ou fazendo um esquema para a fala planejada. Assim, no início do discurso, ele deve despertar o interesse dos ouvintes, aguçando a curiosidade deles pela mensagem que será dita. Nessa etapa da intervenção do orador, que deverá durar de dois a três minutos, ele pode iniciar com a apresentação pessoal, revelando o essencial sobre sua pessoa, qualificação profissional e algo de seu perfil que tenha relação com o tema da mensagem que será ministrada.
No
início, o comunicador deve intervir com simpatia, procurando conquistar a
assistência. Uma estratégia interessante seria ele destacar os pontos principais da exposição, os objetivos e os passos que serão seguidos na abordagem do assunto.Dependendo da situação, o orador pode iniciar, fazendo o relato de uma pequena história (ou caso) que tenha
estreita relação com o conteúdo da mensagem. Pode ainda ressaltar a
importância da presença de todos, citar um autor respeitado, relatar um fato bem humorado, ou levantar uma reflexão sobre o assunto, demonstrando
sutilmente que o conhece e que o domina. Se essa introdução for feita com objetividade, segurança e vibração, sem dúvida, o orador conseguirá preparar o ânimo dos expectadores para receber bem o discurso.
Não
é recomendável contar piadas, fazer perguntas que provoquem respostas
indesejadas, pedir desculpas por problemas físicos como rouquidão, dor de
cabeça, gripe, ou resfriado. Do mesmo modo, o orador não deve demarcar sua
posição sobre assuntos polêmicos, nem iniciar a fala com chavões, ou frases
muito usadas do tipo: “a união faz a força”, “uma andorinha só não faz
verão”. Essa parte da fala não pode passar a ideia de falta de
objetividade do orador, logo precisa ser densa, concisa e objetiva.
Desenvolvimento
Ao
começar o desenvolvimento da exposição, uma boa estratégia pode ser a
intervenção do orador anunciando, em uma frase, o assunto a ser abordado. Por
exemplo: “Vamos tratar aqui da violência que apavora as pessoas nos grandes
centros urbanos”. Ele pode também fazer um relato histórico do tema ou levantar
um problema para o qual apresentará no final a solução.
Na
sequência da exposição, os argumentos devem ser direcionados cada vez mais para
o ponto de vista que o orador vai sustentar sobre o assunto. É importante que
ele seja claro e objetivo ao explicitar, justificar e comprovar sua opinião.
Para isso, de forma comedida, ele pode usar comparações, exemplos, dados
estatísticos, testemunhos; enfim, tudo que puder confirmar e elucidar o
conteúdo de sua exposição.
Durante
o desenvolvimento, o orador deverá ser coerente na abordagem dos pontos
destacados na introdução. Isso fará com que a plateia se renda completamente ao
poder sedutor de suas palavras, aumentando assim o grau de confiabilidade. A
linguagem do orador deve ser vibrante, porém clara, com frases não muito
longas, ritmo suave, fazendo a transição lógica entre os pontos destacados.
Para isso, é preciso que os argumentos sejam ordenados criteriosamente,
apoiados, se possível, em dados ou exemplos que levem o auditório a compreender
com tranquilidade a mensagem transmitida.
Por
ser essa etapa a mais longa da exposição, a preocupação com o público deve ser
constante para mantê-lo sempre interessado no desenvolvimento da mensagem. Para
cativar o público, o orador deve ler ou falar movimentando comedidamente a
cabeça, de modo que seu olhar se direcione prioritariamente ao centro da
plateia, alternando, de vez em quando, para a direita e para a esquerda, a fim
de que todos se sintam contemplados e valorizados.
Outra
forma de valorizar o público e de mobilizar sua atenção consiste na adoção de
recursos visuais. Como o cérebro retém apenas parte da informação auditiva, o orador pode-se valer de transparência com os registros dos tópicos principais da exposição.
Essa estratégia funciona bem, pois ajuda a plateia a fixar os tópicos
principais da apresentação, permitindo que os objetivos do orador sejam mais
facilmente alcançados.
Conclusão
Da
mesma forma que a introdução e o desenvolvimento, o fechamento do discurso deve-se dar com entusiasmo e vibração. Não devem ser usadas fórmulas mínimas para
concluir o discurso. Expressões do tipo, “por hoje é só”, “era isso que eu
queria dizer”, “espero que vocês tenham gostado” matam qualquer discurso. Não
se pode correr o risco de deixar uma imagem negativa, logo é questão de honra
terminar bem a exposição.
Para
um arremate em alto nível, o orador pode fazer uma síntese do conteúdo
principal da exposição, reforçando o que ele deseja que os expectadores guardem
nos arquivos da memória. Pode ainda abrir espaço para tirar algumas dúvidas da
plateia, fazer um agradecimento sincero e encerrar com uma história
interessante, bem humorada e adequada ao tema. Se preferir pode terminar com
uma citação de autor importante, ou com uma frase de efeito apropriada.
Se o
clímax do discurso for bem preparado, o sucesso da apresentação será evidente. Recomendamos, então, que o orador faça uma breve recapitulação
acerca do que foi explanado. Nessa parte, podem ser usados os mesmos recursos
do início da apresentação. Sem perder de vista a simpatia com auditório, com
bom humor, sensatez e equilíbrio, o orador retoma a ideia central do assunto
abordado, procurando persuadir os ouvintes a concordarem com o ponto de vista manifesto ao longo da exposição. Feito isso, a missão estará cumprida com
sucesso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário