Preparando o discurso
Na elaboração do discurso, o orador pode começá-lo,
respondendo as seguintes indagações:
1) Qual o tema abordado e qual a finalidade da exposição?
2) Quantas pessoas participarão e qual o perfil do público
presente?
3) O que motivou as pessoas a participarem do evento e qual
domínio que elas têm do assunto?
4) Qual o melhor local onde deve ficar o orador para que ele
seja visto e ouvido?
5) O que o orador deseja que os ouvintes apreendam da mensagem
proferida?
6) Que tipo de expectativa devem ter os ouvintes em relação à
mensagem?
7) Quanto tempo deve durar a exposição para que ela não seja
cansativa?
8) Com que recursos o orador poderá contar na exposição da
mensagem?
Estrutura do discurso
Introdução / exórdio:
Essa parte antecipa o que os ouvintes vão assistir no
decorrer da exposição. É o momento em que o orador prepara o ânimo da plateia
para receber bem a mensagem. Assim, para começar bem, o comunicador deverá
envolver o auditório, despertando o interesse e a curiosidade dos ouvintes.
Para a elaboração da parte introdutória, uma sequência
possível pode ser:
1) Apresentação pessoal.
2) Comentar os pontos principais e os objetivos.
3) Explicar a metodologia que será seguida na exposição.
Como cativar a plateia:
1) Respeitar os ouvintes antes de tudo (pontualidade,
dignidade).
2) Não projetar uma imagem de infalibilidade e superioridade.
3) Gerar um clima de maior aproximação, mas sem se expor em
demasia.
4) Empregar exemplos relacionados ao assunto e à experiência dos
ouvintes.
5) Observar os sinais que a plateia envia para reagir
adequadamente.
6) Cuidar da linguagem corporal.
Corpo / exposição:
Essa parte mostra o desenrolar de toda a explanação, com
análise do tema, exemplificações e argumentos. É o desenvolvimento do discurso,
propriamente dito. Durante essa exposição, é muito importante que a plateia
perceba exatamente o que o orador quer passar. Para isso, o discurso deve ser
simples, orientando o raciocínio da plateia, de forma ordenada, clara e
precisa.
Para atingir esse objetivo, o orador pode seguir os passos
seguintes.
1) Usar anotações, mas não ficar lendo para o público. Como o
cérebro retém pouca informação auditiva, as notas ajudam a tornar o discurso
mais acessível.
2) Manter a linguagem clara, as frases curtas e com ritmo suave,
fazendo a transição lógica entre os pontos.
3) Ordenar os argumentos e se apoiar em dados ou exemplos que
ajudem o auditório a compreender a mensagem da exposição.
4) Se puder, falar sem usar anotações e se mover com confiança
pelo palco. Isso acaba com o bloqueio psicológico do “subir no palanque” e
torna o orador e sua fala mais acessível.
5) Ao falar, o orador deve manter o olhar no centro da plateia –
a cerca de dois terços da distância entre a última fileira e o palco.
6) Deixar que o apoio das pessoas que ouvem o orador lhe dê
confiança, já que, em geral, elas tendem a ter mais simpatia do que hostilidade
por ele.
7) Fazer contato visual e encorajar a plateia a participar, com
perguntas gerais ou individuais.
8) Fazer o público rir também, em determinadas situações, pode
ser positivo, desde que não haja exagero.
Conclusão / peroração:
Essa parte deve ser conduzida também com habilidade, o bom discurso se concretiza, quando termina bem. Assim, é bom que o final faça um compêndio do que foi dito, incluindo, na maioria dos casos, os elementos abaixo.
1) Fazer um breve resumo do conteúdo principal do discurso.
2) Fazer um apelo à ação.
3) Fazer um agradecimento sincero.
4) Contar uma história interessante, bem humorada e adequada ao
tema.
5) Fazer uma boa citação.
6) Arranjar uma frase de efeito.
7) Esclarecer as dúvidas da plateia
8) Nunca dizer: “Por hoje é só”; “Era isso que eu queria dizer”;
"Espero que vocês tenham gostado".
9) Sair de cena, despedindo-se dos ouvintes, dizendo: “Muito
obrigado pela atenção e boa tarde a todos” ou algo na mesma linha.
Se o orador não fechar bem sua fala, o discurso todo se
esfria, razão por que o orador não deve terminá-lo de qualquer jeito. Todo o
discurso precisa de um clímax e o orador deve prepará-lo com o mesmo cuidado
que tevera para inciá-lo e desenvovê-lo. As boas impressões devem permanecer no
arremate da exposição, já que elas marcam positivamente os arquivos da memória
dos ouvintes.
Para finalizar, é bom salientar que os discursos lidos
devem ser praticados em situações especiais, a exemplo das relacionadas abaixo.
1) Pronunciamentos oficiais;
2) Textos técnicos que não possam conter erros.
3) Discursos de posse de presidentes de entidades, pois esse é o
momento em que apresentam as bases da sua administração e não devem, portanto,
improvisar.
4) Discursos de despedida de presidentes de entidades, pois ao
deixar o cargo, de maneira geral, fazem um levantamento das suas realizações.
5) Agradecimentos de homenagens feitas a grupos, especialmente
quando a mensagem representar a filosofia das pessoas, ou o discurso tiver de
ser distribuído para a imprensa;
6) Discursos de oradores de turma, pois em tais situações estão
representando a vontade de todos os colegas formandos.
O orador deve ter em mente
que a mensagem será transmitida aos ouvintes. Logo, ele não deve olhar para o
texto o tempo todo, como se estivesse conversando com o papel. Durante as
pausas prolongadas e nos finais de frases, o orador deve olhar para os
ouvintes, valorizando, com essa atitude, a presença deles. Por isso, ele deve
ter o cuidado de manter o papel na altura correta: muito baixo, dificulta
enxergar o texto; muito alto, esconde o rosto do orador. A altura da folha deve
ser a da parte superior do peito do orador.
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