quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Oratória - técnicas e dicas

Preparando o discurso

Na elaboração do discurso, o orador pode começá-lo, respondendo as seguintes indagações:

1)  Qual o tema abordado e qual a finalidade da exposição?
2)  Quantas pessoas participarão e qual o perfil do público presente?
3)  O que motivou as pessoas a participarem do evento e qual domínio que elas têm do assunto?
4)  Qual o melhor local onde deve ficar o orador para que ele seja visto e ouvido?
5)  O que o orador deseja que os ouvintes apreendam da mensagem proferida?
6)  Que tipo de expectativa devem ter os ouvintes em relação à mensagem?
7)  Quanto tempo deve durar a exposição para que ela não seja cansativa?
8)  Com que recursos o orador poderá contar na exposição da mensagem?

Estrutura do discurso

Introdução / exórdio:

Essa parte antecipa o que os ouvintes vão assistir no decorrer da exposição. É o momento em que o orador prepara o ânimo da plateia para receber bem a mensagem. Assim, para começar bem, o comunicador deverá envolver o auditório, despertando o interesse e a curiosidade dos ouvintes.

Para a elaboração da parte introdutória, uma sequência possível pode ser:

1)  Apresentação pessoal.
2)  Comentar os pontos principais e os objetivos.
3)  Explicar a metodologia que será seguida na exposição.

Como cativar a plateia:

1)  Respeitar os ouvintes antes de tudo (pontualidade, dignidade).
2)  Não projetar uma imagem de infalibilidade e superioridade.
3)  Gerar um clima de maior aproximação, mas sem se expor em demasia.
4)  Empregar exemplos relacionados ao assunto e à experiência dos ouvintes.
5)  Observar os sinais que a plateia envia para reagir adequadamente.
6)  Cuidar da linguagem corporal.

Corpo / exposição:

Essa parte mostra o desenrolar de toda a explanação, com análise do tema, exemplificações e argumentos. É o desenvolvimento do discurso, propriamente dito. Durante essa exposição, é muito importante que a plateia perceba exatamente o que o orador quer passar. Para isso, o discurso deve ser simples, orientando o raciocínio da plateia, de forma ordenada, clara e precisa.

Para atingir esse objetivo, o orador pode seguir os passos seguintes.

1)  Usar anotações, mas não ficar lendo para o público. Como o cérebro retém pouca informação auditiva, as notas ajudam a tornar o discurso mais acessível.
2)  Manter a linguagem clara, as frases curtas e com ritmo suave, fazendo a transição lógica entre os pontos.
3)  Ordenar os argumentos e se apoiar em dados ou exemplos que ajudem o auditório a compreender a mensagem da exposição.
4)  Se puder, falar sem usar anotações e se mover com confiança pelo palco. Isso acaba com o bloqueio psicológico do “subir no palanque” e torna o orador e sua fala mais acessível.
5)  Ao falar, o orador deve manter o olhar no centro da plateia – a cerca de dois terços da distância entre a última fileira e o palco.
6)  Deixar que o apoio das pessoas que ouvem o orador lhe dê confiança, já que, em geral, elas tendem a ter mais simpatia do que hostilidade por ele.
7)  Fazer contato visual e encorajar a plateia a participar, com perguntas gerais ou individuais.
8)  Fazer o público rir também, em determinadas situações, pode ser positivo, desde que não haja exagero.

Conclusão / peroração:

Essa parte deve ser conduzida também com habilidade, o bom discurso se concretiza, quando termina bem. Assim, é bom que o final faça um compêndio do que foi dito, incluindo, na maioria dos casos, os elementos abaixo.

1)  Fazer um breve resumo do conteúdo principal do discurso.
2)  Fazer um apelo à ação.
3)  Fazer um agradecimento sincero.
4)  Contar uma história interessante, bem humorada e adequada ao tema.
5)  Fazer uma boa citação.
6)  Arranjar uma frase de efeito.
7)  Esclarecer as dúvidas da plateia
8)  Nunca dizer: “Por hoje é só”; “Era isso que eu queria dizer”; "Espero que vocês tenham gostado". 
9)  Sair de cena, despedindo-se dos ouvintes, dizendo: “Muito obrigado pela atenção e boa tarde a todos” ou algo na mesma linha. 

Se o orador não fechar bem sua fala, o discurso todo se esfria, razão por que o orador não deve terminá-lo de qualquer jeito. Todo o discurso precisa de um clímax e o orador deve prepará-lo com o mesmo cuidado que tevera para inciá-lo e desenvovê-lo. As boas impressões devem permanecer no arremate da exposição, já que elas marcam positivamente os arquivos da memória dos ouvintes.

           Para finalizar, é bom salientar que os discursos lidos devem ser praticados em situações especiais, a exemplo das relacionadas abaixo.

1)  Pronunciamentos oficiais;
2)  Textos técnicos que não possam conter erros.
3)  Discursos de posse de presidentes de entidades, pois esse é o momento em que apresentam as bases da sua administração e não devem, portanto, improvisar.
4)  Discursos de despedida de presidentes de entidades, pois ao deixar o cargo, de maneira geral, fazem um levantamento das suas realizações.
5)  Agradecimentos de homenagens feitas a grupos, especialmente quando a mensagem representar a filosofia das pessoas, ou o discurso tiver de ser distribuído para a imprensa;
6)  Discursos de oradores de turma, pois em tais situações estão representando a vontade de todos os colegas formandos. 


O orador deve ter em mente que a mensagem será transmitida aos ouvintes. Logo, ele não deve olhar para o texto o tempo todo, como se estivesse conversando com o papel. Durante as pausas prolongadas e nos finais de frases, o orador deve olhar para os ouvintes, valorizando, com essa atitude, a presença deles. Por isso, ele deve ter o cuidado de manter o papel na altura correta: muito baixo, dificulta enxergar o texto; muito alto, esconde o rosto do orador. A altura da folha deve ser a da parte superior do peito do orador.

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