sexta-feira, 15 de junho de 2012

O bom líder


O exercício da liderança, para ser bem sucedido, deve conter na sua base o componente pedagógico, uma vez que o líder é aquele que ensina e motiva com seu modo de ser, sua conduta pessoal, competência profissional, demonstrando sempre que sabe conviver bem com todos, mesmo diante de grandes desafios.
 Sei que há muita controversa na discussão desse tema. No ambiente de trabalho, por exemplo, não é fácil motivar um colaborador que se sente cansado da rotina de suas atividades, do stress do trânsito, dos problemas familiares e de tantas outras causas que poderíamos aqui enumerar.
 Trazendo para o campo pedagógico, um professor só conseguirá bons resultados em seu ofício, se souber motivar seus alunos. Não adianta belas propostas, excelentes ideias, se faltar motivação na hora de praticá-las. Não bastam bons planejamentos, competência técnica, otimismo. Além disso, o líder, a exemplo do professor, precisa de entusiasmo, ânimo e força de vontade para alcançar sucesso em suas realizações.
 Nada de lamentações, portanto. Adversidades como salários não condizentes com a função desempenhada, falta de reconhecimento e de valorização profissional devem ser enfrentadas como a busca de um direito de cidadania a ser conquistado. Claro que nessa busca, pode surgir um antagonismo de interesses entre empregador e empregado, mas essa realidade deve ser encarada como mais um desafio a ser vencido, sem que isso interfira negativamente no resultado das atividades desenvolvidas. Cabe, então, ao líder encontrar caminhos para a motivação de seus colaboradores, caso esse sentimento tome conta deles.
 É plausível dizer que as conquistas dos trabalhadores resultam de processos de mobilização, conscientização, organização e luta. Sem união de forças, sem comprometimento da categoria para propor soluções, nada acontece. Por isso, se o profissional insistir na justificativa de que trabalha somente pelo valor do salário que recebe, ficará cada vez mais desmotivado, sem entusiasmo, desanimado, além de se sentir impotente para alcançar melhorias em sua vida pessoal e profissional. Ele sempre vai pensar que seus vencimentos estão aquém do que merece e, como consequência, virá a queda da autoestima, do desempenho e da qualidade do seu trabalho, fazendo-o se sentir cada vez mais desvalorizado.
 Desse modo, o bom líder é aquele que tem consciência dessas questões e sabe lidar de forma equilibrada com elas. Ele deve ser ético, fazendo o melhor para si, para seus colaboradores e para a instituição a que serve, sem expor negativamente quem quer que seja. Se alguém à sua volta precisar de correção, cabe ao líder agir com sensatez e discernimento, sem condená-lo publicamente pelos deslizes cometidos. Constatadas as limitações, em vez de criticar, o líder deve orientar o colaborador e demonstrar que, apesar da falha cometida, acredita na sua capacidade de superação e de aprendizagem, para que fatos semelhantes sejam evitados. 
 Essa atitude de apoio do líder fará o colaborador se sentir motivado a melhorar o seu desempenho cada vez mais. Enquanto a humilhação pelo erro derruba, a compreensão, o respeito e o incentivo elevam a autoestima, tornando a pessoa um ser humano, um cidadão e um profissional melhor. Enfim, o respeito ao semelhante e o sentimento de justiça devem sempre nortear as atividades, a conduta e a tomada de decisões do líder.

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