sábado, 20 de abril de 2013

Escola prazerosa

Todo ser precisa sentir-se bem no ambiente em que atua para realizar com bom gosto e motivação suas tarefas e obrigações. Cumprindo com entusiasmo seus afazeres, o indivíduo cresce no processo de aprendizagem.
Várias são as coisas que fazem o aluno sentir saudade da escola, quando dela se ausenta: a convivência com os colegas, o carinho dos professores, o respeito da direção e a amizade de todos os funcionários, enfim, dos educadores. Se o aluno percebe que é amado, a escola, para ele, independente de suas condições materiais, torna-se especial, gostosa e agradável.
O prazer na escola não se liga diretamente à riqueza, ao conforto e à sua beleza arquitetônica. Muitas vezes nos emocionamos com cenas de crianças estudando em locais que, aparentemente, não teriam a mínima condição para tal. Todavia, é interessante notar que em muitos locais onde falta a materialidade para uma boa educação, sobram afeto e amor para compensá-la.
Lembro-me de uma cena que muito me sensibiliza: uma educadora, várias crianças, à sombra de uma árvore, numa região de campo minado da imensa África. Os pequenos africanos, sentados no chão, por falta de carteiras, exposto ao tempo, por falta de abrigo, procuravam registrar os ensinamentos que nasciam temperados com o amor que jorrava do coração da mestra. A professora, com seu entusiasmo, fazia a escola brilhar de tal modo que a vontade de todos era permanecer ali, partilhando a grandeza dos sentimentos que brotavam naquela simplicidade sem igual.
Em contrapartida, há escolas dotadas de condições de pleno funcionamento, de imenso conforto, que não conseguem ser prazerosa para o aluno que sempre procura subterfúgios, a fim de se livrar dela o mais rápido que pode.
Esses dois comentários nos revelam a importância de lutarmos por uma escola comprometida com a vida, de um modo geral e, em especial, com os anseios daqueles que mais necessitam. Uma escola solidária, autônoma, dinâmica, justa e sempre preocupada com a satisfação dos alunos e das famílias, segmentos esses que são a razão de sua existência.
Essa escola é possível; basta lutarmos pela sua construção. As condições para isso nos são dadas. Temos liberdade para a discussão dos grandes temas educacionais, para a elaboração de projetos, visando à inclusão de todos os alunos, através de uma proposta educacional consistente e sintonizada com a realidade.
Nessa caminhada, há muitos problemas. Todavia não podemos parar diante deles. Se deixarmos de agir por causa de deficiências infraestruturais, de salários aquém do que julgamos merecer, vamos acabar inviabilizando a construção desta escola tão sonhada. Devemos sim lutar por melhores condições de trabalho, todavia fazendo bem a nossa parte, pois varias são as coisas que estão ao nosso alcance e somente nós, educadores, podemos realizá-las. Basta refletirmos sobre essa temática que vamos encontrar os caminhos para a construção dos projetos pedagógicos adequados que possibilitem o contentamento de quem aprende, ensinando, e de quem ensina, aprendendo.
Não podemos perder tempo. Devemo-nos mobilizar em torno de projetos que busquem a formação integral dos nossos alunos, de forma amena e segura, para a satisfação e a interação dos sujeitos da educação. Devemos também mobilizar os pais e os alunos, pois o envolvimento e a contribuição de todos os interessados resultarão numa prática educativa saudável e tranquila.  É só, no momento de definirmos a proposta curricular, de organizarmos os conteúdos e de desenvolvê-los, temperarmos cada uma dessas etapas com o sabor amável do carinho, da solidariedade e do calor humano. Não faltando esses ingredientes, sem dúvida, um passo importante será dado em favor de um ensino de qualidade e da construção de uma escola agradável e prazerosa.

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