Todo ser precisa sentir-se bem no
ambiente em que atua para realizar com bom gosto e motivação suas tarefas e
obrigações. Cumprindo com entusiasmo seus afazeres, o indivíduo cresce no
processo de aprendizagem.
Várias são as coisas que fazem o
aluno sentir saudade da escola, quando dela se ausenta: a convivência com os
colegas, o carinho dos professores, o respeito da direção e a amizade de todos
os funcionários, enfim, dos educadores. Se o aluno percebe que é amado, a
escola, para ele, independente de suas condições materiais, torna-se especial,
gostosa e agradável.
O prazer na escola não se liga
diretamente à riqueza, ao conforto e à sua beleza arquitetônica. Muitas vezes
nos emocionamos com cenas de crianças estudando em locais que, aparentemente,
não teriam a mínima condição para tal. Todavia, é interessante notar que em
muitos locais onde falta a materialidade para uma boa educação, sobram afeto e
amor para compensá-la.
Lembro-me de uma cena que muito me
sensibiliza: uma educadora, várias crianças, à sombra de uma árvore, numa
região de campo minado da imensa África. Os pequenos africanos, sentados no
chão, por falta de carteiras, exposto ao tempo, por falta de abrigo, procuravam
registrar os ensinamentos que nasciam temperados com o amor que jorrava do
coração da mestra. A professora, com seu entusiasmo, fazia a escola brilhar de
tal modo que a vontade de todos era permanecer ali, partilhando a grandeza dos
sentimentos que brotavam naquela simplicidade sem igual.
Em contrapartida, há escolas dotadas
de condições de pleno funcionamento, de imenso conforto, que não conseguem ser
prazerosa para o aluno que sempre procura subterfúgios, a fim de se livrar dela
o mais rápido que pode.
Esses dois comentários nos revelam a
importância de lutarmos por uma escola comprometida com a vida, de um modo
geral e, em especial, com os anseios daqueles que mais necessitam. Uma escola
solidária, autônoma, dinâmica, justa e sempre preocupada com a satisfação dos
alunos e das famílias, segmentos esses que são a razão de sua existência.
Essa escola é possível; basta
lutarmos pela sua construção. As condições para isso nos são dadas. Temos
liberdade para a discussão dos grandes temas educacionais, para a elaboração de
projetos, visando à inclusão de todos os alunos, através de uma proposta
educacional consistente e sintonizada com a realidade.
Nessa caminhada, há muitos problemas.
Todavia não podemos parar diante deles. Se deixarmos de agir por causa de deficiências
infraestruturais, de salários aquém do que julgamos merecer, vamos acabar
inviabilizando a construção desta escola tão sonhada. Devemos sim lutar por
melhores condições de trabalho, todavia fazendo bem a nossa parte, pois varias
são as coisas que estão ao nosso alcance e somente nós, educadores, podemos
realizá-las. Basta refletirmos sobre essa temática que vamos encontrar os
caminhos para a construção dos projetos pedagógicos adequados que possibilitem o
contentamento de quem aprende, ensinando, e de quem ensina, aprendendo.
Não podemos perder tempo. Devemo-nos
mobilizar em torno de projetos que busquem a formação integral dos nossos
alunos, de forma amena e segura, para a satisfação e a interação dos sujeitos
da educação. Devemos também mobilizar os pais e os alunos, pois o envolvimento
e a contribuição de todos os interessados resultarão numa prática
educativa saudável e tranquila. É só, no
momento de definirmos a proposta curricular, de organizarmos os conteúdos e de
desenvolvê-los, temperarmos cada uma dessas etapas com o sabor amável do
carinho, da solidariedade e do calor humano. Não faltando esses ingredientes,
sem dúvida, um passo importante será dado em favor de um ensino de qualidade e
da construção de uma escola agradável e prazerosa.
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