O significado do trabalho pode ser
concebido de diferentes maneiras: uma delas é o trabalho como sacrifício
imposto às camadas sociais de baixo poder aquisitivo; outra, o trabalho como
meio de sobrevivência; outra ainda é o trabalho como forma de realização
pessoal.
Há pessoas que fazem do trabalho a
pior coisa do mundo e só trabalham porque são obrigadas. O trabalho se torna um
verdadeiro suplício, trazendo ao sujeito o mau humor, a insatisfação e a
infelicidade. O grau de descontentamento fica tão imenso que o trabalhador se
sente vítima da própria sorte. Assim, o relacionamento com a chefia, com os
colegas, fica péssimo, já que como vítima, ele não suporta ninguém, nem ninguém
o suporta.
Visto como meio de sobrevivência, o
trabalho adquire outro significado, torna-se algo importante, pois é através
dele que vem o sustento do trabalhador e de sua família. Concebido assim, o
trabalho deixa de ser castigo, passando a ser sinônimo de salário, o que nos dá
uma impressão negativa, já que não aponta para o crescimento do trabalhador, significando
apenas a venda da força de trabalho por um determinado vencimento mensal.
O trabalhador que se sente sacrificado
por depender de uma ocupação profissional tem por esta uma grande rejeição. Mal
começa o dia e ele fica irritado com o que faz ou com as pessoas a sua volta.
Sofre durante sua jornada de trabalho, o que pode gerar conflitos,
aborrecimentos e até problemas emocionais.
A venda da força de trabalho por
salário também traz frustrações. Visto desta maneira, o trabalho sempre será
desgastante, e o salário, uma mesquinharia, decorrendo daí o sentimento de que
o assalariado sempre recebe menos do que o que merece.
Essa constatação pode até ser
verdadeira, mas se prender a ela significa sofrimento, pois dela pode vir o
sentimento de revolta, a vontade de se acomodar, de não desempenhar bem suas
funções. Fica sempre na expectativa de um aumento salarial que nunca chega. E
quando surge, atinge um percentual insignificante, gerando no trabalhador um
descontentamento ainda maior.
A concepção de trabalho como
realização pessoal deveria ser compreendida por todos; tanto para os que o
encaram como um fardo difícil, quanto para os que vêem nele um meio de
sobrevivência. Sendo penalizado, injustiçado ou não, o trabalhador precisa
encontrar uma motivação em tudo que faz. Com motivação, o fardo fica menos
pesado e o trabalhador começa a perceber a sua importância profissional e
pessoal.
Não importa se é trabalhador do campo,
ou da cidade. Todos têm a sua importância. Seja aquele que desempenha as mais
humildes ocupações, ou o mais qualificado, ambos são indispensáveis ao
funcionamento da sociedade.
Em qualquer patamar da escala
funcional, o trabalhador precisa descobrir que há algo a ser realizado, de modo
especial e agradável. Por mais simples que sejam as atividades, há sempre a
possibilidade de inovação e de um exercício profissional aprazível.
O segredo da felicidade está no modo
como vemos e sentimos o que realizamos. Por isso precisamos de motivação. Sem
esta, não há nada que preste, nem salário que baste; não há alegria, nem
vontade de vencer. Por outro lado, se agirmos com entusiasmo, o que nos parece
enfadonho acaba sendo ameno e prazeroso. O que nos parece monótono pode ficar
surpreendente, pelo indescritível sabor daquilo que se realiza com iniciativa e
criatividade. É importante, pois, envidarmos esforços, para que o trabalho seja
uma oportunidade de aprendizado, de crescimento, de formação humana e cidadã,
pois este é o segredo do sucesso, tanto pessoal, quanto profissional.
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