Tenho pensado muito, ultimamente,
acerca dos problemas que envolvem os seres humanos e que muitas vezes
os deixa submersos no mundo das lamentações. Não é raro conversar
com as pessoas e ficarmos grande parte do tempo apenas ouvindo
reclamações disso ou daquilo, sem que nada de novo seja apresentado
para a busca das soluções adequadas.
Criticar, todos criticamos. Mesmo que
os motivos sejam os mais fúteis possíveis, achamos que temos razão
e que somos mais capazes e conhecedores do que os outros. É assim
quando tratamos de assuntos religiosos, políticos, educacionais,
financeiros, esportivos e tantos outros. Às vezes, penso que
dedicamos muito tempo às reclamações, sem fazermos proposições,
logo avançamos pouco e progredimos menos ainda. Quando estou em um
evento, participando de discussões e deliberações sobre algum
assunto, tenho a sensação de perda de tempo, pois as pessoas
estacionam no patamar das reclamações e não discutem propostas que
poderiam evoluir para a solução dos graves problemas que são
motivos de constantes queixas.
A sensação que tenho, nesses
momentos, é que as pessoas esquecem a importância da força
coletiva, do trabalho em equipe e da interação social, que resultam
em conquistas, crescimento profissional e realização pessoal. Desse
modo, cada um em seu canto, numa atitude egoísta, pensa somente em
si, não somando esforços em busca do bem comum.
Essa falta de engajamento, de
solidariedade, de comprometimento com o outro, consciente ou
inconsciente, provoca um vazio e um sentimento de infelicidade nas
pessoas que, sufocadas, tentam transferir a culpa para outrem. Elas
se esquecem de que, a partir do momento em que somos proativos,
propositivos e que lutamos em favor do que é justo, correto, damos
um significado especial a nossa existência.
A impressão que fica, a partir dessas
reflexões, é que nós conquistamos o bem, fazendo o melhor para
todos, principalmente para os mais necessitados que nos rodeiam. Sem
o exercício do bem-fazer, ficamos isolados, reclamando de tudo,
esperando que outros façam aquilo que está no rol de nossas
obrigações. Por isso, em vez de ficarmos lamentando, procurando
culpados por algo que não acontece, é necessário agirmos, saindo
da cômoda posição de apenas reclamar, uma vez que tendo clareza de
nossos objetivos, fica menos difícil a luta para conquistá-los.
Vale dizer que o individualismo e o
isolamento nos fazem esquecer que a diferença se dá, quando fazemos
algo de bom em favor da sociedade da qual somos parte. Logo
precisamos somar forças com outras pessoas para a construção de
alternativas de interesse coletivo, pois isso nos traz um sentimento
de realização e de felicidade. Viver bem significa sair do
comodismo, trabalhando, com iniciativa e criatividade, sem ferir os
direitos de cada pessoa. Esse é o segredo da felicidade.
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