É comum as pessoas dizerem
que o professor é o responsável pelo progresso do país, mas isso soa como uma
falácia, pois há muito, o mestre vive acuado, sem as mínimas condições de
ensinar como deveria.
Até a Constituição de
1988, a escola abria as portas àqueles que realmente alimentavam o forte desejo
de buscar uma formação de qualidade. O professor era respeitado, seu saber
reconhecido, o que trazia grande motivação para o ofício de ensinar e aprender.
Os alunos valorizavam a escola, esforçavam-se para aprender bem o que lhes era
ensinado, os pais tinham orgulho do progresso dos filhos e os professores se
sentiam realizados.
Com a universalização do
ensino, muitos estudantes passaram a frequentar a escola por obrigação e não
por opção, fato que os tornou indisciplinados, prejudicando os bons e
verdadeiramente dedicados. Em um toque de mágica, a escola, sem uma preparação
adequada, passou a conviver com os alunos desinteressados, dominadores e
perigosos.
Essa escola deveria ser
para todos, porém foi abandonada pelas autoridades, que não se empenharam, nem
se empenham, para torná-la de qualidade. Se ela ainda existe é porque os
educadores sonham e ainda lutam para não deixá-la submersa nas ondas caóticas que
tentam arrastá-la para um abismo cada vez mais tenebroso.
Hoje, os alunos de bem e
os educadores não encontram paz no ambiente escolar, por causa dos infratores
que os dominam, dificultando o trabalho do professor, deixando os colegas
temerosos, sem direito à liberdade e à aprendizagem.
Os gestores escolares e os
educadores se tornam vítimas de agressões e de humilhações de toda ordem. São
muitos os casos de alunos armados dentro das escolas, de tentativas de
homicídios contra diretores, supervisores e professores e de brigas entre
gangues que disputam poder no ambiente escolar.
Antes, as famílias de bem
tinham certeza de que nas escolas as crianças ficavam protegidas. Ali, era
lugar de estudo, de bons ensinamentos e de crescimento pessoal. Todavia, esse espaço
ficou vulnerável, virou ponto de constantes brigas e até de venda e uso de
drogas.
Diante desses problemas,
assusta-nos a apatia das autoridades. Desde a promulgação da Constituição de
1988 que a aprendizagem vem perdendo espaço para a marginalidade, o
desinteresse e o desrespeito. Hoje, já se tornou insustentável, a ponto de
professores ficarem aprisionados em salas de aula, coordenadores e diretores
escolares serem ameaçados, sendo, inclusive, obrigados a fecharem as portas das
escolas por falta de segurança.
Esse caos parece não ter
fim. O professor já não pode mais cumprir o seu papel de ensinar. A escola,
desamparada, sem apoio, não consegue reencontrar o seu caminho. Os menores
infratores podem tumultuar as aulas, semear pânico, sequestrar, agredir, matar,
vender e usar drogas, mas não podem ser coibidos, repreendidos, presos, nem
encaminhados para o trabalho.
É triste, muito triste!
Uma vez mais, as pessoas de bem estão penalizadas, já que a legislação
brasileira assegura inúmeros benefícios aos criminosos. Logo, se não houver uma
mudança de atitude de nossas autoridades, brevemente naufragaremos todos.
Então, será o fim.
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