segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Crise na escola pública

É comum as pessoas dizerem que o professor é o responsável pelo progresso do país, mas isso soa como uma falácia, pois há muito, o mestre vive acuado, sem as mínimas condições de ensinar como deveria.
Até a Constituição de 1988, a escola abria as portas àqueles que realmente alimentavam o forte desejo de buscar uma formação de qualidade. O professor era respeitado, seu saber reconhecido, o que trazia grande motivação para o ofício de ensinar e aprender. Os alunos valorizavam a escola, esforçavam-se para aprender bem o que lhes era ensinado, os pais tinham orgulho do progresso dos filhos e os professores se sentiam realizados.
Com a universalização do ensino, muitos estudantes passaram a frequentar a escola por obrigação e não por opção, fato que os tornou indisciplinados, prejudicando os bons e verdadeiramente dedicados. Em um toque de mágica, a escola, sem uma preparação adequada, passou a conviver com os alunos desinteressados, dominadores e perigosos.
Essa escola deveria ser para todos, porém foi abandonada pelas autoridades, que não se empenharam, nem se empenham, para torná-la de qualidade. Se ela ainda existe é porque os educadores sonham e ainda lutam para não deixá-la submersa nas ondas caóticas que tentam arrastá-la para um abismo cada vez mais tenebroso.
Hoje, os alunos de bem e os educadores não encontram paz no ambiente escolar, por causa dos infratores que os dominam, dificultando o trabalho do professor, deixando os colegas temerosos, sem direito à liberdade e à aprendizagem.
Os gestores escolares e os educadores se tornam vítimas de agressões e de humilhações de toda ordem. São muitos os casos de alunos armados dentro das escolas, de tentativas de homicídios contra diretores, supervisores e professores e de brigas entre gangues que disputam poder no ambiente escolar.
Antes, as famílias de bem tinham certeza de que nas escolas as crianças ficavam protegidas. Ali, era lugar de estudo, de bons ensinamentos e de crescimento pessoal. Todavia, esse espaço ficou vulnerável, virou ponto de constantes brigas e até de venda e uso de drogas.
Diante desses problemas, assusta-nos a apatia das autoridades. Desde a promulgação da Constituição de 1988 que a aprendizagem vem perdendo espaço para a marginalidade, o desinteresse e o desrespeito. Hoje, já se tornou insustentável, a ponto de professores ficarem aprisionados em salas de aula, coordenadores e diretores escolares serem ameaçados, sendo, inclusive, obrigados a fecharem as portas das escolas por falta de segurança.
Esse caos parece não ter fim. O professor já não pode mais cumprir o seu papel de ensinar. A escola, desamparada, sem apoio, não consegue reencontrar o seu caminho. Os menores infratores podem tumultuar as aulas, semear pânico, sequestrar, agredir, matar, vender e usar drogas, mas não podem ser coibidos, repreendidos, presos, nem encaminhados para o trabalho. 
É triste, muito triste! Uma vez mais, as pessoas de bem estão penalizadas, já que a legislação brasileira assegura inúmeros benefícios aos criminosos. Logo, se não houver uma mudança de atitude de nossas autoridades, brevemente naufragaremos todos. Então, será o fim.


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