quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dia do trabalhador

O dia do trabalhador, celebrado em vários países do mundo, teve como nascedouro, as ruas de Chicago, em 1º de maio de 1886. Naquela época, milhares de pessoas tomaram as ruas daquela cidade, reivindicando melhorias nas condições de trabalho. Foi uma grande mobilização que reuniu diferentes categorias profissionais em torno da redução da jornada diária de trabalho. Dessa manifestação, intensa e organizada, resultou a greve geral dos trabalhadores de Chicago.
Essa deliberação dos trabalhadores, em terras americanas, ocorrida em 3 de maio de 1886, como todo movimento reivindicatório, sofreu uma forte pressão dos patrões, da imprensa ligada ao patronato e até mesmo de alguns setores da sociedade conservadora. Houve a intervenção da polícia que, agindo de forma truculenta, culminou com a morte de vários manifestantes.
O assassinato dos trabalhadores gerou um sentimento de ira e revolta, o que fortaleceu o poder de mobilização dos grevistas. No dia seguinte, 4 de maio de 1886, em meio às manifestações, uma bomba foi atirada por alguém contra a polícia que agia, com violência, tentando dispersar a multidão. A explosão da bomba foi fatal. Em decorrência dela sete agentes policiais foram mortos. A polícia reagiu, atirando contra os manifestantes, assassinando doze pessoas e deixando feridas mais algumas dezenas. A Revolta de Haymarket, nome que foi dado a este triste episódio, foi ponto de discussão e de reflexão em Paris, no dia 20 de junho de 1889, por ocasião da segunda Internacional Socialista. Nesta, os congressistas deliberaram convocar anualmente uma manifestação para lutar pela redução da jornada diária de trabalho para 8 horas.
A luta dos trabalhadores de Chicago, iniciada em 1886, foi o ponto de partida para definição do 1º de maio como dia de manifestação anual. Dois anos mais tarde, no norte da França, a polícia francesa, de forma violenta, dispersou os manifestantes. Esse lamentável fato acabou reforçando o 1º de maio como dia de luta dos trabalhadores. Alguns meses mais tarde, em Bruxelas, a Internacional Socialista aprovou o 1º de maio como dia de reivindicação por melhores condições de trabalho.
A França foi o primeiro país a aprovar a redução da jornada diária de trabalho para 8 horas. Em 23 de abril de 1919, o Senado francês aprovou mensagem nesse sentido e decretou feriado nacional em 1º de maio. Depois, em 1920, foi a vez de a Rússia decretar feriado nacional nesse dia.
No Brasil, o movimento dos trabalhadores ganhou força com a greve operária que ocorreu em São Paulo, no início do século. De lá para cá, os trabalhadores foram-se organizando, criando sindicatos, realizando manifestações, fazendo graves e participando de negociações com os representantes das administrações públicas, com os empresários, ou com os representantes do patronato brasileiro.
Graças às organizações dos trabalhadores, à sua militância, a garra e à força de luta, várias coisas importantes foram conquistadas. Dentre elas, podemos destacar o 13º salário, direito a férias remuneradas, multa de 40% por rompimento de contrato, licença maternidade e salário desemprego. 
Como se vê, a história do 1º de maio começou a ser escrita em 1886. Foi uma longa trajetória até chegar aos dias de hoje. Muitos trabalhadores ficaram pelo caminho, não vendo o resultado de suas lutas. Mas valeu. Ficou o exemplo, o testemunho e o desejo de justiça. Ficou a semente lançada para ser cuidadosamente cultivada por outros trabalhadores. Cabe a estes agora a continuidade da luta para que outros belos capítulos sejam escritos nas páginas de nossa história.

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