sexta-feira, 16 de maio de 2014

Eleições e violência

A onda de violência por que passa o Brasil é uma demonstração clara de que o estado e a sociedade estão perdendo a guerra para a criminalidade.  Parece que estamos em um país sem lei, pois o sentimento é de que vivemos entregues à própria sorte. Os crimes se repetem e os bandidos continuam livres, sem uma punição justa, à altura dos atos que praticam.
Ao ligarmos o rádio, a televisão, ao abrimos um jornal, deparamos sempre com notícias estarrecedoras, causando-nos cada vez mais inquietação. À medida que as coisas acontecem, aumenta a nossa descrença, já que nenhuma medida se toma para proteger as pessoas de bem. Nossos deputados e senadores não se movem, permanecem tranquilos como se o Brasil fosse o país das maravilhas.
Essa indiferença de nossas autoridades alimenta o sentimento de revolta da população, que está, em muitos casos, procurando fazer justiça com as próprias mãos. Ninguém aguenta mais a ironia dos bandidos, que se comportam como donos da situação, desafiando as autoridades policiais, a justiça, numa clara demonstração de profundo desrespeito à sociedade. Eles sabem que se forem presos, logo estarão nas ruas para a prática de outros crimes. Os menores apreendidos esbanjam arrogância, colecionam crimes, ostentam prepotência, pois sabem que ficarão impunes, uma vez que serão julgados pela idade e não pela gravidade dos crimes que cometem.
A insegurança no país a cada dia eleva o número de vítimas numa proporção assustadora. E por não acreditarem nas leis, nem nas autoridades, a população está reagindo, com veemência e de modo preocupante. O resultado disso são as atrapalhadas que presenciamos nos últimos dias. Às vezes, uma bala perdida, um inocente confundido com criminoso, um linchamento por engano. Fato é que essa conta está sendo paga por quem não tem culpa alguma.
Por outro lado, acuados, os policiais sabem que eles e seus familiares correm perigo. Eles se tornam presas fáceis dos bandidos que os recebem munidos de verdadeiros arsenais de guerra. São muitos os confrontos, trocas de tiros e vidas ceifadas. Vários são os relatos de pessoas presas por um mesmo policial, o que o torna mais vulnerável, pois este sabe que um bandido, mesmo que preso, logo será liberado pela justiça, indo para as ruas guerrear novamente contra ele.
E os nossos legisladores, onde estão?  Infelizmente, nossos deputados e senadores, no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas, há 10, 15, 20, 30 ou 40 anos, não se esforçam para mudar essa realidade. Fazem belos discursos, em épocas de eleições, atacam adversários, se elegem e fim. Cada um usa a força do cargo para barganhas, troca de favores, adversários viram aliados e tudo se acomoda. E o povo continua abandonado, desiludido e com a consciência pesada, achando que uma vez mais não soube votar.
Portanto é hora de acordar. Em anos de eleições, temos uma arma na mão, o voto. Aliás, a única que nos é possível. Por isso, é importante que todos pesquisem a vida de cada parlamentar e a sua atuação no legislativo. É lá que as coisas acontecem, que as barganhas são feitas. É de lá que vêm as pressões contra o executivo, é lá que se armam os palanques e as peças políticas. É hora de darmos o troco. Já que não há limites para a reeleição no legislativo, o eleitor pode descartar os políticos que estão no poder, há mais de 8 anos, advogando em causa própria. Se eles não querem reforma, essa o eleitor pode fazer. Tomara que o voto de cada um, no próximo pleito eleitoral, possa acordar o Brasil! Assim esperamos.

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