quinta-feira, 22 de maio de 2014

Voto por mudança


A sociedade brasileira não sabe mais o que fazer, nem pra onde ir. O sentimento de abandono é imenso e a insegurança, total. A cada dia, a situação se agrava, sem que nossas autoridades se sensibilizem com as necessidades do povo. São décadas de discursos políticos, de promessas não cumpridas e de espetáculos nas instâncias legislativas.
Todo ano de eleições os candidatos protagonizam peças impressionantes, fazendo de conta que estão preocupados com os nossos problemas. Esse ano não é diferente, mais um espetáculo acontece. A oposição bateu pé, insistindo na criação da CPI da Petrobrás. Agora que conseguiu, passou para o próximo capítulo: já não é mais CPI, querem CPMI. É a forma encontrada para não perder as cenas dos próximos capítulos.
Esses candidatos não se preocupam com os problemas que realmente interessam ao povo brasileiro. O país sofre com a precariedade da saúde, da educação e com a falta de segurança. Mas a gente não vê propostas concretas dos candidatos, demonstrando interesse em enfrentar com seriedade essas questões.
Enquanto isso, o povo padece. As pessoas são abandonadas à própria sorte. Diariamente, presenciamos cenas de doentes nos colos de familiares, outros, em corredores de hospitais, jogados, por falta de leitos, gente morrendo sem atendimento médico; médicos reclamando da falta de condições de trabalho; enfermos desesperados por falta de medicamentos.
Na área educacional, não é diferente. Há anos que o setor reivindica melhorias e nada. Nos centros mais desenvolvidos, ocorre uma maquiagem aqui outra ali e fica por isso mesmo. E quando os educadores tentam discutir essas questões, são tratados com ironia por nossas autoridades.
Na segurança pública, o tamanho descaso dispensa comentários. Os bandidos não temem mais nada e vão tomando conta da situação. Os policiais estão desestimulados, sentindo falta de apoio institucional. Eles sabem que seu trabalho é ridicularizado por bandidos que têm como suporte a impunidade. Com isso, a sociedade fica exposta a perigos de toda ordem. Os latrocínios acontecem, inocentes morrem, famílias choram em vão e nenhum legislador sai de sua zona de conforto, nem se sensibiliza com a dor do outro.
Mas o que nos entristece é o fato de os candidatos não discutirem essas questões. Eles só querem espetáculos. Usam de subterfúgio como CPIs, CPMIs, para desviar a atenção do povo. Se eles quisessem apurações sérias, não reivindicariam para si o direito de investigar os colegas do legislativo, deixariam isso por conta da polícia federal, para que a investigação ocorresse com imparcialidade.
Não quero avaliar o mérito da negociação, envolvendo a Petrobrás. Porém não entendo por que essas denúncias apareceram somente agora. Se é verdade que essa transação lesou o país, essas denúncias deveriam ter sido feitas anteriormente. O surgimento delas somente às vésperas do período eleitoral pode sinalizar opotunismo dos denunciantes ou falha no exercício parlamentar, que só detectou o rombo com mais de uma década de atraso. No fundo, é muito barulho e pouco trabalho; é muita gente querendo tirar proveito da situação, tentando colecionar votos com esses espetáculos.
Em razão disso, o eleitor deve aproveitar as eleições para dar o troco, não votando em candidatos oportunistas, que depois de eleitos, não querem saber de problema algum. Quem ocupa um cargo no legislativo há anos e não tem o que apresentar à sociedade, deve ser riscado da lista. Esse é o momento de o eleitor fazer a reforma que os políticos não querem. Ou seja, votando pela mudança, pela não eleição de quem só sabe fazer discursos e dar espetáculos.

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