A palavra Páscoa evidencia, dentre
outros, três aspectos importantes, demarcados por momentos bem significativos
de nossa história. O primeiro se relaciona com a festa dos agricultores e dos
nômades pastores, comemorando o sucesso da colheita, depois de um exaustivo ano
de trabalho. O segundo diz respeito à retirada dos hebreus, que padeciam há
cerca de 400 anos de escravidão nas terras do Egito. E, no Novo Testamento,
Páscoa significa salvação do pecador, mediante a fé em Cristo Jesus.
Saindo
então do primeiro conceito, quando na passagem do inverno à primavera, os
agricultores e os nômades pastores se reuniam para festejar o sucesso da
colheita, entramos na Páscoa dos israelitas, que começa com o prenúncio de
grandes sofrimentos. A história nos diz que Faraó baixou uma lei ordenando o
extermínio de todas as crianças do sexo masculino de até um ano de idade,
talvez temendo que o aumento do número de homens israelitas pudesse favorecer a
mobilização e a organização deles que, fortalecidos, lutariam contra a
escravidão em que viviam.
Mas Deus salvou um menino: Moisés. Sua
mãe tomou todos os cuidados e conseguiu escondê-lo por três meses. Depois,
cuidando para que ele não fosse encontrado pelos soldados de Faraó, colocou-o
dentro de um cesto, e o deixou no rio para ser levado pela correnteza, na
esperança de que alguém pudesse salvá-lo.
Assim se fez. O menino foi salvo das
águas e criado como príncipe pela filha de Faraó. Na corte real, ele teve vida
nobre, recebendo uma ótima educação, adquirindo grande cultura. Essa formação
privilegiada possibilitou que Moisés ocupasse cargos importantes, chegando a
ser, inclusive, comandante do exército de Faraó.
Dessa forma, Deus preparou Moisés para
libertar os hebreus da escravidão do Egito. Como bom estrategista, Moisés
tentou convencer Faraó sobre os terríveis sofrimentos que viriam contra aquela
nação, caso ele não amolecesse seu coração. Como Faraó não cedeu, dez pragas
terríveis se abateram sobre a terra, sendo a última, a morte dos primogênitos,
a mais cruel.
Para livrar os israelitas da terrível
praga, Deus pediu a Moisés que reunisse toda a congregação, e cada família
deveria pegar um cordeiro perfeito, de um ano, sacrificá-lo e comê-lo assado
para celebrar a Páscoa. E todos deveriam tingir, com o sangue do cordeiro
sacrificado, os umbra ais das portas de suas residências. Isso deveria
acontecer no décimo quarto dia do primeiro mês do ano. Assim, quando o anjo da
morte passasse, na noite daquele dia, ele saltaria as casas que tivessem a
marca de sangue na entrada. Desse modo, Deus poupou da morte os primogênitos
dos israelitas.
Com a morte dos primogênitos, houve
muita tristeza e desolação. Faraó, muito abatido pela perda de seu primeiro
filho, sob os impactos de grande dor e
muito sofrimento, permitiu que Moisés saísse do Egito, conduzindo seu povo.
Naturalmente, o rei temia que houvesse mais mortes, por causa da dureza de seu
coração, conforme lhe advertira Moisés.
Faraó, todavia, vendo os hebreus em retirada, convocou seu exército e seu povo e os ordenou que impedissem a fuga
dos israelitas. Cercado pelo Mar Vermelho, Moisés, sob a ordenança divina,
levantou seu cajado na direção do mar, e este se abriu para a passagem daquele
povo perseguido. Assim que os israelitas atravessaram, Moisés voltou seu cajado
na direção do mar, que se encheu de água, matando os egípcios que se lançaram à
travessia.
Até a vinda de Jesus, a Páscoa era celebrada,
primeiro, para festejar o êxito da colheita no campo, depois, para comemorar a
libertação do povo hebreu da escravidão do Egito. Com Jesus, a Páscoa adquiriu
um novo significado, sendo celebrada em memória do sacrifício que Ele fez para
nos libertar do pecado. Portanto, ao celebrarmos a Páscoa, devemos fazê-lo,
lembrando sempre que todo o sacrifício de Jesus na Cruz do Calvário, não foi em
vão, foi o preço que Ele pagou pela nossa salvação.
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