No período da
quaresma, principalmente na semana santa, as pessoas costumam renovar
os votos por uma vida de arrependimento e de santidade, mas passado
esse tempo, tudo volta ao normal e, rapidamente, elas se distanciam
dos votos que fizeram. Todavia não devemos agir assim, já que a
busca da paz e do amor deve ser constante na vida de cada ser, não
importando se é tempo de quaresma ou não.
Como cristãos,
importa-nos o fato de buscarmos Jesus como “o caminho a verdade e a
vida” (Jo 14:6), o único capaz de nos salvar. Se realmente cremos
nEle como único e suficiente Salvador, confessando e testemunhando
fielmente a nossa fé, somos alcaçados pelo seu infinito amor. Se o
amor de Cristo é eterno, não tem fim, é nosso dever “andarmos
na luz como Ele na luz está” (1 João 1:7). Agindo assim, seremos,
em todos os períodos da nossa exístência, seres humanos cada vez
melhores.
Essa caminhada,
a partir do momento em que dizemos “sim” para Cristo, não pode
mais parar. A santidade de uma vida, lavada pelo sangue de Jesus, não
se restringe à época da quaresma, semana santa e outros. Na obra do
Senhor, não há férias, recessos, feriados, nem períodos mais ou
menos apropriados para mudança de postura ou de comportamento. A
prática cristã deve ser constante em nossas ações, em todo tempo
e lugar, seja ela com palavras ou testemunhos.
Essa é uma
tarefa árdua, um grande desafio. Realmente não é fácil pelejar
pela salvação de almas enfraquecidas, submersas em pecados, nesse
mundo cheio de desvios de conduta, de corrupção, de atrativos
materiais, que tentam de toda maneira alcançar a todos,
principalmente os fracos de espírito, que se deixam levar pelas
armadilhas contrárias à fé cristã. Essa labuta somente será
vitoriosa, se seguirmos os passos e o ministério de Cristo, com
amor, dedicação e simplicidade. A coisa mais certa, quando se trata
do Evangelho do Reino, é que, se fomos chamados para semear a
palavra, cuidando bem, para que ela produza frutos viçosos e
permanentes, devemos fazê-lo do melhor modo possível, pois, com um
trabalho sério, a boa semente germina e cresce, mesmo diante da ação
contrária de adversários ou inimigos.
A palavra de
Deus diz que “Aquele que semeia com lágrimas colhe com alegria”
(Salmo 126:5). Esse versículo nos mostra que a tarefa do semeador é
árdua, porém após o esforço da semeadura, vem a recompensa. Por
isso não nos podemos acomodar, devemos sempre nos colocar em posição
de sentido, dispostos a “combater o bom combate, guardando sempre a
fé” (2 Timóteo 4:7). Desse modo, “As portas do inferno não
prevalecerão contra a Igreja” (Mt 16:18), pois o Senhor Deus,
nosso Pai, é o “agricultor” (Jo 15:1) que nos ensina a semear.
Como semeadores,
precisamos ser valentes, corajosos e sempre vigilantes, não
permitindo que o mal roube a semente, ou que o joio prevaleça sobre
o trigo. Assim, nós guardamos a Palavra de Deus, não deixando que
ela seja deturpada. A fé em Cristo, a confiança nEle e o entusiasmo
com a obra do Senhor encherão nossas vidas de permanentes vitórias.
Nossa semeadura,
portanto, não tem fim, devendo ocorrer continuamente em todos os
períodos do ano. Quem depende apenas do tempo da quaresma, ou da
semana santa, para buscar santidade engana a si mesmo, pois segue uma
tradição, um rito religioso, que pode, inclusive, afastá-lo da fé
cristã. O tempo de Deus é eterno, logo, para Ele, pouco importa se
é quaresma ou não. Como semeadores, devemos sempre pisar o campo,
plantando, tomar o barco, pescando, independente de época e lugar.
Assim, a semente lançada por nós produzirá frutos, o trigo se
destacará diante do joio, o grão de mostarda se transformará em
hortaliça, o fermento fará a massa levedar e a rede se fartará de
peixes. Enfim, fazendo a obra de Deus do modo como Jesus nos ensina,
Ele se sentirá honrado e glorificado, coroando nosso trabalho de
pleno êxito.
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