quarta-feira, 11 de junho de 2014

Copa do Mundo

Uma lição importante

A Copa do Mundo de 2010 foi para o Brasil apenas um sonho que findou prematuramente, antes que os brasileiros acordassem. Parecia tudo tão fácil, mas não deu. Ficamos pelo caminho, entristecidos pelo pesadelo da desclassificação, nas quartas de final.
Na primeira fase, nenhuma dúvida, o Brasil passaria sem problemas, pois caiu num grupo fácil, no qual figuravam equipes pouco credenciadas a avançarem na competição. Poucos acreditavam que Coréia do Norte prosseguisse na disputa, após a primeira fase dos jogos no continente africano. Costa do Marfim ainda poderia representar alguma ameaça por ter bons atletas atuando em alguns grandes times do futebol mundial. Assim, Brasil e Portugal passariam para as oitavas de final, sem qualquer problema.
Apesar da fragilidade dessas equipes do grupo G, os brasileiros não demonstraram competência: primeiro, um jogo fraco contra a Coréia do Norte, um sofrido 2 X 1, sem qualquer vibração; depois, uma partida apenas razoável contra a Costa do Marfim, justificada pelo placar de 3 X 1, tendo o Brasil se beneficiado de um gol irregular marcado pelo atacante, Luís Fabiano, após dominar a bola com a mão; finalmente, um 0 X 0, numa partida bisonha contra Portugal, que também não justificou sua ida à Copa da África do Sul, sendo eliminado pela Espanha, sem avançar para as oitavas de final.
Veio então a “laranja mecânica” e não deu outra: eliminação do Brasil. Desde o início da partida, sem nenhuma razão, alguns atletas brasileiros resolveram mostrar cara feia, trava de chuteira, agressividade, em vez de jogarem futebol. Se o árbitro Yuichi Nishimura fosse mais experiente, mais enérgico, poderia ter excluído da partida algum atleta brasileiro, ainda no primeiro tempo da partida, o que teria sido muito pior. Mas o juiz japonês preferiu levar numa boa a partida, beneficiando assim o Brasil que pôde terminar o primeiro tempo com os 11 atletas em campo.
Na segunda etapa, todos esperavam que os atletas brasileiros voltassem tranquilos, pois afinal vencia a partida por 1 X 0. Com a vantagem no placar, seria natural que o técnico brasileiro procurasse acalmar seus comandados, instruindo-os a fazer um jogo cadenciado, explorando os espaços que a Holanda deixaria, uma vez que atacaria afoitamente o Brasil em busca do gol de empate. O que vimos, porém, foi o contrário: o Brasil, mais nervoso, alguns atletas descontrolados emocionalmente, outros procurando as câmaras para se exibirem e futebol que era obrigação, nada.
Foi ridícula aquela partida. A Holanda nem precisou jogar um bom futebol para virar o placar no segundo tempo. O Brasil, de forma incompetente, entregou-lhe dois gols, sendo uma presa fácil por tropeçar em seus próprios erros. Infelizmente foi assim: a comissão técnica e os jogadores brasileiros esqueceram a jabulani e voltaram mais cedo para a casa, embalados pelos acordes das vuvuzelas.
Nessa Copa de 2014, devemos ter cautela, garra, equilíbrio e competência para apagarmos a péssima imagem de 2010. Que o insucesso vivenciado na África do Sul nos sirva de lição, afinal estamos em casa e precisamos honrar o nome e as cores do escrete canarinho. Nada de excesso de confiança, complexo de superioridade, se quisermos ser uma vez mais os melhores do mundo.

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