sábado, 5 de julho de 2014

Copa do Mundo e Educação

A Copa do Mundo avança para as quartas de final. Daqui a pouco termina, vem o fim das férias escolares, das comemorações, do choro e das frustrações. Por isso dedico esse momento para refletir sobre a educação, já que ela é a base do desenvolvimento humano e, consequentemente, do progresso das nações.
O educador Paulo Freire falou muito, e nos fala ainda, da importância de práticas educacionais que valorizem as experiências dos sujeitos da educação. Não há dúvida de que a partir do momento em que se trabalham os diversos saberes em sala de aula, há mais envolvimento e melhor aprendizagem.
O desenvolvimento de um programa solidário nos ensina a partilhar o que há de essencial em nós para melhorarmos a convivência com o outro, dando um melhor sentido à nossa vida e, por conseguinte, a vida de nosso semelhante. Vários educadores já trabalham nessa linha, respeitando as diferenças de cada aluno e suas experiências. Porém são práticas não contempladas ainda nos currículos escolares, razão por que não se refletem no sistema educacional como um todo.
Uma proposta pedagógica que leve em conta as diferenças de idade, de experiências de vida e de saber acumulado de cada sujeito contribui sobremaneira para o crescimento de todos. Uns aprendem com os outros, os que têm facilidades ajudam os demais e todos crescem no processo de ensino e aprendizagem.
Muitos são os educadores que procuram inovar, buscando alternativas para um trabalho e ensino qualificado. Contudo isso só não basta. O reconhecimento do outro como ser humano que merece respeito pelo que é, e não pelo que tem, precisa fazer-se presente nos programas e práticas educacionais.
Não me parece nenhum absurdo, nem exagero, trabalhar numa mesma turma com diferentes grupos, na abordagem de um determinado assunto. Pelo contrário, não vejo razão para que as aulas sejam quase sempre padronizadas como se o resultado da aprendizagem pudesse se aferido de igual modo. Numa aula de leitura e redação, por exemplo, podemos ter grupos de alunos trabalhando com poemas, contos, crônicas, artigos, reportagens e outros. Imagine a riqueza cultural de uma sala de aula com essa diversidade de ensino!
A prática educacional solidária possibilita o surgimento de interessados em ajudar os colegas com mais dificuldade, sendo também uma oportunidade para a formação de líderes. Todos ensinam e aprendem, fazendo melhorar a autoestima, o entusiasmo e a motivação, criando assim um ambiente propício à busca de conhecimentos.
Desse modo, será possível fomentar uma educação respeitosa, qualificada, que leve em consideração os interesses e necessidades dos alunos. Essa convivência saudável favorece o crescimento de todos, na caminhada educacional, uma vez que quebra a monotonia que normalmente impera nas escolas.
Sabemos que fazer educação, segundo tais pressupostos, não é fácil, mas é uma questão que deve ser pensada. Não adianta aplicarmos métodos antigos numa realidade diferenciada, com características desafiadoras e criativas. Devemos, pois, buscar outros caminhos para a grandeza dos nossos alunos, da nossa sociedade e do nosso país. Precisamos aprender a praticar uma educação realmente para a vida.
Não podemos esquecer que a Copa do Mundo vai passar, mas a luta por uma boa educação deve continuar. Se nossas autoridades são capazes de realizar um evento mundial, de tamanha envergadura, devem ter também a competência de oferecer um ensino melhor para todos. Assim como o esporte, a educação merece um tratamento de qualidade.

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