No dia
12 de junho de 2014, escrevi, nessa coluna, um texto intitulado “Copa do Mundo,
uma lição importante”. Na oportunidade, eu falava do insucesso do Brasil em
2010, na África do Sul e lembrava que tal episódio deveria nos servir de lição
para que o emocional de nossos atletas não pesasse negativamente no resultado
final do campeonato.
Desde o início da competição, percebemos que a
seleção brasileira estava sem consistência tática, na total dependência de
alguns atletas, como se o campeonato pudesse ser conquistado com talentos
individuais. Isso, para mim, foi um erro, pois antes das habilidades dos
gênios, precisamos de um grupo forte, bem preparado e totalmente focado na
disputa.
Em
todas as partidas do Brasil, antes da eliminação, não foi possível observar um
padrão de jogo que nos desse um pouco de confiança em nossa seleção. Avançamos
até as quartas de final, empatando, vencendo, mas não convencendo. Em alguns
momentos, padecemos grande sufoco. Basta lembrarmos as partidas contra o
México, fase de grupos e, principalmente, contra o Chile, vencida nos pênaltis.
Esperávamos
que a partir dali o Brasil encontrasse o seu bom futebol, com uma organização
tática eficiente e padrão de jogo definido. Todavia não foi o que ocorreu.
Contra a Colômbia, os mesmos erros de antes: um time sem consistência, com
alguns atletas conduzindo em demasia a bola, em vez de se valerem do
entrosamento e da força coletiva.
Para
complicar mais ainda, nesse mesmo jogo, o capitão Tiago Silva, numa atitude
infantil, recebeu, gratuitamente, o 2º cartão amarelo. Depois, o nosso craque,
Neymar Jr., atingido, violentamente, se contundiu, dando adeus à competição. Essas
duas ausências pesaram muito na partida contra os alemães. Sem seu líder, a
seleção se perdeu completamente em campo; sem seu craque, ficou sem a
referência do time e sem a possibilidade de jogadas geniais que produzissem os
gols de que tanto precisava.
A
partir da contusão do nosso principal jogador, parece que a seleção se
distanciou de seu foco principal. Só se falava em vencer a Copa e dedicá-la ao
Neymar. Nossos atletas se esqueceram de que, para continuarem na competição,
teriam que superar os alemães que, desde o início, demonstraram boa técnica,
pragmatismo e muitos recursos para mudar a postura tática, conforme o
desenrolar de cada partida.
Assim,
o retrato da partida foi o seguinte: de um lado, a Alemanha, um time bem
organizado em campo, experiente, com um padrão de jogo definido; de outro, o
Brasil, uma equipe, desestabilizada, sem foco, correndo muito, de modo
desordenado, na esperança de que o melhor acontecesse.
Essa
situação por si só explica o resultado. Um vexame! O maior de toda a história
do futebol brasileiro. Uma vergonha, que demonstra que as lições de 2010 não
foram aprendidas. Vamos ver se em 2018, conseguiremos colocar em prática os
ensinamentos das seleções que fizeram bonito nessa Copa, desde as mais modestas
até as grandes forças do futebol mundial.
Dessa vez não deu. Fracassamos. Mas vamos continuar
a luta, de mãos dadas, para sermos campeões na educação, na saúde, na
segurança, na justiça e no bem estar dos compatriotas que desejam muito um país
melhor para se trabalhar e viver. Temos muito que fazer agora, depois da
eliminação da Copa do Mundo. Essa derrota de 7 x 1, para a Alemanha, dói,
mas não nos tira o brilho, nem o orgulho de sermos brasileiros.
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