sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Eleições contra corrupção


O período eleitoral chegou. Estamos convivendo com os habituais discursos políticos, falaciosos e oportunistas. Tudo ocorre como de costume: muitas mentiras, críticas sem fundamento, promessas mil e total falta de credibilidade. Muitos temas são levantados, sendo os principais: saúde, educação, segurança e mobilidade urbana.
Como sempre, o eleitor se cansa das cenas de outrora, que se repetem a cada dois anos. Nada de novo: vemos de volta os mesmos personagens, com seus velhos esquemas e artimanhas. Tudo como dantes. Apenas a possibilidade do ensaio de novos discursos que, no fundo, não são novos, são paráfrases de tantos já encenados. Assim, a vida vai sendo violada, desrespeitada e massacrada, no exercício da política. Ou melhor, dos políticos.
Parece que habitamos dois mundos: o da política e do poder, repleto de privilégios e mordomias; e o mundo dos abnegados cidadãos que resistem, bravamente, na luta pela sobrevivência. Mundo dos trabalhadores, dos contribuintes sinceros que, a cada dia, se doam mais e mais para bancar os privilégios dos poderosos.
A elite privilegiada, na rotina do dia a dia, não precisa de transporte público, não acorda de madrugada, não toma ônibus, não fica presa em tráfego caótico. Não precisa cumprir horário. Se não trabalha, não corre risco de perder o emprego. Para ela, serviço não é importante, cada um trabalha como e quando quer. Leva uma vida de rei, cercada de prestígio, poder e dinheiro. São pessoas que vivem um mundo diferente, repleto de mordomias, enquanto o cidadão honesto segue cada vez mais sacrificado. O pior é que, mesmo diante de tudo isso, ele ainda se vê obrigado a votar. E votar certo. Missão essa muito difícil, já que o atual modelo político fecha as portas para a igualdade de direitos, a transparência, a lisura, a justiça e a probidade.
Certamente, todo eleitor comparece às urnas, querendo escolher o melhor. E escolhe. Porém os bons se misturam com outros, são pressionados e vencidos. São peixes ofegantes, nadando contra a maré, tentando livramento das garras dos desonestos, gananciosos e corruptos.
Com esse quadro, ficamos sem alternativas para a conquista de melhorias. Todavia, sabemos que o foco da mudança está no legislativo. Ali, tudo acontece. As barganhas, as trocas de favores, a venda de voto e as pressões contra o executivo. O apoio de um parlamentar custa caro. Seu poder de negociar tem a dimensão de seu caráter.
Sabendo disso, o eleitor pode-se valer das ferramentas da internet, pesquisando as ações dos candidatos. Aqueles que estiverem no poder há mais de dois mandatos, se não mostram trabalho, nem conduta séria em seu mandato, não devem ser reeleitos. Se forem reconduzidos, continuarão fazendo do cargo um grande negócio, legislando em causa própria e não em favor da sociedade.
Sem uma reforma política verdadeiramente democrática, o voto certo será sempre uma aposta, um tiro na escuridão. Por isso uma grande renovação no legislativo se faz necessária e urgente. Precisamos trocar as peças viciadas, inúteis e corruptas, por outras que nos tragam um pouco de alívio e de esperança. O eleitor não pode continuar refém do sistema político, nem dos caprichos de políticos oportunistas. Chega de discursos vazios e sem consistência. Vivemos na prática os problemas da saúde, educação, segurança e mobilidade urbana que, em toda campanha eleitoral, enchem a boca dos candidatos. Isso já virou clichê. Não precisamos de parasitas, usurpadores, corruptos, ou oportunistas. Queremos seriedade, atitude e ação.

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