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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Importância do Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem um papel muito significativo na vida dos brasileiros. Criado em 1998 para avaliar a qualidade do Ensino Médio no país, ele evoluiu, constituindo-se numa oportunidade de ingresso dos estudantes nas principais universidades brasileiras. Assim, o aluno obtendo sucesso na prova do Enem, mesmo não conseguindo vaga numa universidade pública, dependendo da sua nota, pode estudar com bolsa parcial ou integral em um bom centro de educação superior do país.
Hoje, a importância do Enem vai além, já que muitas instituições o adotam em substituição aos tradicionais concursos vestibulares. Algumas universidades públicas o utilizam como forma única de selecionar seus alunos, outras o utilizam parcialmente. Mas a tendência, no futuro, é ele substituir totalmente os vestibulares da maioria das nossas instituições públicas de ensino.
Outra característica do Enem consiste na certificação de quem não possui o Ensino Médio, desde que tenha o mínimo de 18 anos de idade, Ensino Fundamental completo e obtenha o aproveitamento mínimo exigido para tal. Aquelas pessoas que se submetiam aos exames supletivos agora podem fazer as provas do Enem para concluírem o Ensino Médio. Basta apontar isso, no momento da inscrição.
As competências avaliadas no Enem são as mesmas tanto para a prova objetiva quanto para a redação. A diferença é que naquela avalia-se o saber contextualizado por meio das habilidades de leitura, interpretação e análise, com o estabelecimento de associações e relações entre conhecimentos de diferentes áreas e, nesta, a capacidade que o candidato tem de aplicar essas habilidades em um texto escrito.
Para um melhor entendimento do assunto, vamo-nos ater aos aspectos importantes que são avaliados na redação do Enem, pois esse destaque nos ajuda a compreendê-lo, também, na dimensão da prova objetiva.
Na Competência I, o candidato deve saber empregar o registro de linguagem, conforme o padrão culto ou formal. São considerados, na avaliação da redação, aspectos gramaticais, em que se observa habilidades do aluno no domínio da sintaxe de concordância (verbal e nominal), regência (verbal e nominal), colocação pronominal, pontuação, acentuação gráfica, flexão de palavras (nomes e verbos), ortografia, emprego de letras maiúsculas e minúsculas, translineação (divisão silábica na mudança de linha) e adequação linguística.
Na Competência II, para o candidato obter sucesso, ele precisa compreender bem a proposta, mantendo-se fiel ao tema, que deve ser desenvolvido, a partir da ideia a ser defendida no texto (tese), com argumentos sustentáveis, segundo a modalidade de texto dissertativo-argumentativo. Nesse tipo de texto, o candidato deve demonstrar habilidades para analisar, interpretar, relacionar dados, informações e conceitos, como estratégia de argumentação, buscando convencer o leitor a concordar com o ponto de vista do autor sobre o assunto.
Na Competência III, será observado o modo como o candidato seleciona, organiza, relaciona e interpreta os dados, informações e conceitos na abordagem do assunto. Aqui, o candidato deve demonstrar habilidades na apresentação da tese, na capacidade de elaborar argumentos pertinentes e convincentes. Deve ainda se posicionar, de forma equilibrada, sem imposição e sem arbitrariedade, na defesa de seu ponto de vista sobre o tema proposto. Esta competência trata da inteligibilidade do texto, da coerência de sentido entre as  partes, da ordenação e progressão das ideias no desenvolvimento do tema, da precisão vocabular e da adequação entre o conteúdo do texto e a realidade que nos cerca.
Na Competência IV, o candidato deve demonstrar que sabe utilizar os mecanismos de coesão textual, visando à adequada articulação dos argumentos, fatos e opiniões selecionados para a defesa de um ponto de vista sobre o tema. Assim serão observadas habilidades do candidato no emprego de mecanismos linguísticos como coesão referencial, coesão lexical (sinônimos, hiperônimos, repetição, reiteração); e coesão gramatical (uso de conectivos, tempos verbais, pontuação, sequência temporal, relações anafóricas, conectores intervocabulares, intersentenciais e interparágrafos). O domínio no emprego desses recursos possibilita possibilita a estruturação lógica entre as partes do texto, já que as frases e os parágrafos asseguram a interdependência, ou encadeamento das ideias no texto. Neste sentido, o uso correto das preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais estabelecem a inter-relação entre orações, frases e parágrafos, que podem apresentar um ou mais períodos também articulados, de modo que cada ideia nova se relacione com as anteriores.
Competência V, avalia-se a qualidade da intervenção que o candidato apresenta para arrematar a discussão, ou solucionar a problemática desenvolvida. A intervenção do candidato será avaliada pela sua habilidade em finalizar o texto, sem se desviar do tema, mantendo coerência com a tese apresentada e sintonia com os argumentos desenvolvidos. Tudo isso, sem ferir direitos humanos e sem romper com valores relacionados à cidadania, à solidariedade, à liberdade e à diversidade cultural do país, eixos fundamentais que formam os alicerces de uma sociedade democrática.
O Enem avalia o candidato com foco nas suas habilidades de leitura, interpretação, compreensão, análise e escrita, pois estas evidenciam a capacidade que ele tem de realizar operações, de estabelecer relações, de fazer associações com saberes das diversas áreas do conhecimento. Essa mudança foi significativa, já que a boa leitura do mundo que nos cerca, determina o êxito de nossa conduta pessoal, social, cultural, profissional, moral e ética.
A avaliação pelo eixo das competências, segundo as diretrizes do Enem, pressupõe uma mudança de mentalidade e de atitude de todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. A prática dos questionários com respostas padronizadas, as longas listas com exercícios repetitivos, sem aprofundamento e descontextualizados, o isolamento dos alunos dentro das salas de aula e a falta de uma participação solidária, na construção de conhecimento são substituídos por um ensino dinâmico, onde a troca de saberes e de experiências ditam as normas do exercício pedagógico.
Enfim, partindo do princípio de que tudo que fazemos depende de um exercício de leitura, para decodificarmos códigos, sinais e mensagens por meio de diferentes linguagens, essa nova metodologia de ensino possibilita o desenvolvimento de uma mentalidade educacional, em sintonia   com a realidade. Essa mudança é fundamental, visto que preconiza o desenvolvimento de diversas habilidades de cada área do conhecimento, priorizando a formação integral do sujeito, em substituição à prática solitária da simples memorização de conteúdos. 

Dicas para o Enem

Na reta de chegada do Enem, nota-se uma grande inquietação daqueles que se conscientizaram da importância dele para o ingresso no ensino superior. Afinal, trata-se de uma grande oportunidade para o candidato realizar o estudo dos sonhos numa universidade federal ou numa instituição de ensino particular de excelência.
Quem deseja se preparar bem para o Enem precisa ficar atento aos assuntos da atualidade, principalmente aqueles que aparecem com maior frequência nos principais veículos de comunicação do país, já que as questões do exame e a proposta de redação são formuladas a partir do que ocorre, normalmente, até 4 meses antes da sua realização.
No que diz respeito à redação, é preciso ter um cuidado especial, pois a produção de um bom texto representa um peso importante, no resultado final da prova do candidato, já que cada uma das cinco competências da redação pode chegar ao valor de 200 pontos, perfazendo o total de 1000 pontos. A prova de redação então é a principal do dia, logo o candidato deve fazê-la primeiro, antes do cansaço habitual com as demais provas.
O Enem apresenta sempre um problema, esperando que o candidato reflita sobre ele para, no final, apontar uma proposta de solução. Os temas são polêmicos, atuais e de interesse social, o que requer do candidato uma posição equilibrada e negociada diante deles. O candidato não pode se posicionar de forma arbitrária, ou maniqueísta, pois isso pode levá-lo a ignorar as diferenças individuais e a diversidade social e cultural do país, o que é grave na redação do Enem.
A produção de um bom texto para o Enem começa com uma prova de leitura, pois o candidato precisa, antes da escrita, compreender bem a proposta. Nesse ponto, os candidatos cometem um grande equívoco, já que ficam muito tempo lendo os textos motivadores e leem superficialmente a proposta. O Enem quer conhecer a forma como o candidato se posiciona diante do assunto e não se ele interpretou bem os textos motivadores. Compreendendo bem a proposta, o candidato não se desviará do tema da redação, do tipo de texto (dissertativo-argumentativo) a ser produzido, não desrespeitará direitos humanos, nem produzirá uma redação com menos de 8 linhas, problemas estes que resultam na desclassificação dos textos, uma vez que denunciam a falta de preparo do candidato, para o exercício da leitura e da interpretação adequada de uma proposta.
O candidato, então, diante do tema, deve fazer um roteiro com tópicos básicos a serem desenvolvidos. Esse planejamento é importante, pois possibilitará uma melhor seleção e organização das ideias utilizadas no texto. Ao fazer esse esboço, o candidato conseguirá sentir sua redação, mesmo antes de concluí-la, o que facilitará o processo de revisão. Importante é, pois, que o candidato treine a fazer esse esquema, com mais ou menos 15 minutos. Assim, ele terá ainda 15 minutos para fazer o rascunho, 15 para a revisão e outros 15 para passá-la a limpo, com as correções finais, tempo mais do que suficiente para a produção de um bom texto. Sem fazer o planejamento do texto, o candidato corre o risco de passar o tempo pensando, escrevendo, reescrevendo, sem conseguir elaborar uma redação coesa, organizada e coerente.

Temas de redação do Enem 2012

Como professor de redação, com vasta experiência em cursos preparatórios para os diferentes vestibulares, sou interpelado a todo instante pelos alunos que, ansiosamente, querem tirar da minha boca o tema da redação do Enem. Lógico que não tenho bola de cristal, mas sempre digo a quem me interroga que o tema está sendo anunciado cotidianamente, pois todos os assuntos em destaque podem aparecer como proposta de redação.
Desde a primeira edição (1998), o Enem apresenta uma temática de redação, contemplando assuntos da atualidade, esperando dos candidatos uma proposta de ação social. Sugiro, pois, atenção a temas como desigualdade social, violência no trânsito, nas escolas, tráfico de drogas, questões ambientais e sustentabilidade, a importância da leitura na formação da juventude, os problemas e desafios da nova família brasileira, a importância das práticas solidárias no desenvolvimento da sociedade, o poder destruidor das drogas no seio das famílias envolvidas, a necessidade de uma política de desenvolvimento sustentável, a importância de uma conduta ética e responsável na construção de uma sociedade melhor, a participação política do jovem na sociedade moderna, a inclusão social por meio do esporte e das artes, bullying nas escolas, efeito estufa, aquecimento global, as novas tecnologias, o protagonismo juvenil e as mídias sociais. 
Além desses assuntos polêmicos, outros como a sexualidade juvenil, a legalização do aborto, o combate ao uso e ao tráfico de drogas, o poder de influência da mídia no comportamento humano, a ética na política e na vida social, questões envolvendo as migrações de estrangeiros para o Brasil, os reflexos da crise mundial na economia brasileira, educação profissional e desenvolvimento, as tendências do mercado de trabalho, relacionamento interpessoal e liderança, problemas da saúde e da segurança pública, direitos humanos e cidadania podem também aparecer.
O candidato que se mantiver antenado em todas essas questões terá amplas possibilidades de êxito na redação do Enem, pois será capaz de estabelecer relações com outros conhecimentos e de aplicar conceitos das várias áreas do saber, no desenvolvimento do tema. Para isso, basta ter cuidado e atenção no momento de leitura da proposta para que ela seja interpretada e compreendida corretamente.  Depois, é só organizar as ideias de modo que o texto mantenha uma coerência argumentativa.
Ninguém precisa ficar ansioso em relação ao tema que será cobrado no Enem. Em vez dessa preocupação, o candidato deve, de forma criteriosa, fazer um roteiro ou esquema, a partir do entendimento correto da proposta, para nortear o desenvolvimento da redação, deixando claro o seu posicionamento diante do assunto, já que se trata de um texto dissertativo-argumentativo. Essa etapa de topicalização do tema, mesmo que ele seja uma novidade, vai tornando-o familiar, fazendo a redação fluir naturalmente, num processo de evolução para o rascunho e para o texto definitivo.
Assim, mais importante que acertar o tema de redação do Enem é tomar esses cuidados, selecionando, ordenando e desenvolvendo bem os argumentos para que haja a progressão das ideias, no texto. Essa metodologia, independente do tema apresentado, garantirá um bom resultado, já que o domínio de tais habilidades propiciará ao candidato um desempenho satisfatório, na abordagem de diversos assuntos. 

Dicas para uma boa redação no Enem

Como todo bom texto argumentativo, a redação do Enem compreende uma parte em que se faz a apresentação do tema, deixando clara a tese e o ponto de vista assumido pelo autor. Depois são desenvolvidos os argumentos para aprofundar e fundamentar a discussão do tema. A terceira parte é o momento em que o autor retoma os pontos principais da discussão, reforçando seu ponto de vista sobre o assunto para convencer o leitor.
No início, então, o candidato deve redigir um parágrafo expressando a ideia geral sobre o tema proposto, com a finalidade de situar o assunto a ser desenvolvido e de chamar a atenção do leitor para a tese a ser defendida. Em seguida, ele deve verificar quais argumentos podem ser extraídos da ideia geral, desenvolvendo um em cada parágrafo, apresentando uma análise fundamentada e uma reflexão coerente sobre o tema. Por último, em outro parágrafo, o candidato deve encerrar o texto, mantendo fidelidade ao tema, sintonia com os argumentos desenvolvidos e coerência com a proposta. No final, a intervenção do candidato, além de ser consistente e convincente, deve preservar o sentimento de respeito aos valores humanos e à diversidade sociocultural brasileira.
O êxito na elaboração de um bom texto implica atenção, concentração, treinamento e cuidado. Neste sentido, a boa redação do Enem já está sendo escrita por cada candidato ao longo de seu itinerário formativo. A data da prova é apenas o momento de transformar fatos, opiniões, informações, ideias, conceitos e valores em um texto dissertativo/argumentativo. Ou seja: um momento mágico, de superação dos próprios limites, na produção escrita, evidenciando habilidades relacionadas à arte de ler, interpretar, analisar e escrever corretamente.
Por essas razões, é indispensável planejar bem os estudos, desenvolver as habilidades de concentração e realizar muitos treinamentos. A escrita de boas redações não se dá por acaso, mas com aplicação, esforço, persistência e trabalho. Independente do tema, o candidato que assim o fizer saberá se posicionar com tranquilidade, domínio, autoconfiança e coerência, garantindo assim um bom desempenho na abordagem de qualquer assunto.