Esse
ano de 2014 certamente trará grandes lições para os brasileiros. A nossa
capacidade de agirmos conscientemente estará em xeque a todo o momento. Em
março, temos carnaval, em junho, a Copa do Mundo e, em outubro, as eleições
para presidente da república, governadores dos estados, senadores e deputados.
Realmente, muitas contradições para desviar nossa atenção das questões mais
importantes que precisam ser solucionadas.
Existe no
país uma ideia de que as coisas só acontecem depois do carnaval. O brasileiro
já se acostumou com essa justificativa e muitos planejam algumas ações
estratégicas para depois do período carnavalesco. E enquanto este não chega, as
coisas vão sendo levada sem maiores pretensões.
Esse
ano, logo após o carnaval, vem a Copa do Mundo, que deverá mobilizar os
sentimentos dos brasileiros, desviando suas atenções de outros temas e ações
importantes. Se o carnaval, sendo um acontecimento rotineiro em nosso meio,
paralisa muitas ações no país, a Copa do Mundo poderá fomentar em muitos o
descompromisso e a alienação.
Essa
situação muito nos preocupa, pois sendo este um ano eleitoral, muitos chegarão
ao pleito, sem acompanharem atentamente as artimanhas políticas que
correm paralelamente aos preparativos carnavalescos e às badalações acerca da
Copa do Mundo. Sem dúvida, a consciência de muitos, no momento de depositarem
os votos nas urnas pode ser ainda mais discutível do que sempre foi. E uma vez
mais o povo poderá ser acusado de não saber votar.
Aliás,
nenhuma outra justificativa me incomoda mais que essa. Alguns podem não saber
votar, mas a maioria não tem em quem votar. Nossa cultura política nos diz que
para quem está no poder, saber votar é apoiar o projeto de continuidade e para
quem está fora dele, vota certo aquele que aposta na oposição. Por mais que
queiramos, não conseguimos sair dessa armadilha que impede o soerguimento de um
projeto alternativo e de mudança. Tudo fica no bla-blá-blá, pois, passado o
período eleitoral, todos que obtiveram êxito se acomodam, uns no bloco da
situação, outros na oposição. Assim, vem a troca de favores, cada qual quer ter
mais vantagens, pouco ligando para os sentimentos e necessidades do eleitor.
Muito
me estranha o silêncio de nossas autoridades nesse início de 2014. Ninguém ousa
colocar a mão no fogo em relação aos problemas ainda não solucionados para a
Copa do Mundo. Ficam todos esperando para dar o bote no momento de levar mais
vantagens. Se tudo correr bem, o silêncio de agora beneficiará a todos; se algo
der errado, os oportunistas vão-se esbravejar, eximindo-se de toda a culpa.
Depois ainda querem que o eleitor vote certo.
Como
sempre, as autoridades nada perderão, já que seus esquemas estão arquitetados
para quaisquer resultados. Como o eleitor é refém do sistema político/eleitoral,
ele fica impedido de provocar alguma mudança. Anular o voto, votar em branco
não terá peso algum no resultado. Votar contra um ou outro candidato pouco
adiantará. No atual modelo, quem for eleito cuidará de seus interesses pessoais,
acomodando-se na situação ou na oposição, distanciando-se dos verdadeiros
interesses daqueles que o elegeram. Nesse sentido, as raposas da política só têm a
ganhar com a Copa do Mundo, pois muitos, alienados, voltados para esse grande
acontecimento, colocarão em segundo plano as eleições de 2014. Isso
representará um enorme prejuízo político para o país.
Concordo plenamente.
ResponderExcluirMuito interessante , vale a pena se repensar...
ResponderExcluirMUITO BOM, PARABÉNS!!
ResponderExcluirGostei do primeiro parágrafo
ResponderExcluiramei
ResponderExcluirlegal ...
ResponderExcluirÉ verdade o primeiro parágrafo disse tudo.
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