quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Eleições 2014

Esse ano de 2014 certamente trará grandes lições para os brasileiros. A nossa capacidade de agirmos conscientemente estará em xeque a todo o momento. Em março, temos carnaval, em junho, a Copa do Mundo e, em outubro, as eleições para presidente da república, governadores dos estados, senadores e deputados. Realmente, muitas contradições para desviar nossa atenção das questões mais importantes que precisam ser solucionadas.
Existe no país uma ideia de que as coisas só acontecem depois do carnaval. O brasileiro já se acostumou com essa justificativa e muitos planejam algumas ações estratégicas para depois do período carnavalesco. E enquanto este não chega, as coisas vão sendo levada sem maiores pretensões.
Esse ano, logo após o carnaval, vem a Copa do Mundo, que deverá mobilizar os sentimentos dos brasileiros, desviando suas atenções de outros temas e ações importantes. Se o carnaval, sendo um acontecimento rotineiro em nosso meio, paralisa muitas ações no país, a Copa do Mundo poderá fomentar em muitos o descompromisso e a alienação.
Essa situação muito nos preocupa, pois sendo este um ano eleitoral, muitos chegarão ao pleito, sem acompanharem atentamente as artimanhas políticas que correm paralelamente aos preparativos carnavalescos e às badalações acerca da Copa do Mundo. Sem dúvida, a consciência de muitos, no momento de depositarem os votos nas urnas pode ser ainda mais discutível do que sempre foi. E uma vez mais o povo poderá ser acusado de não saber votar.
Aliás, nenhuma outra justificativa me incomoda mais que essa. Alguns podem não saber votar, mas a maioria não tem em quem votar. Nossa cultura política nos diz que para quem está no poder, saber votar é apoiar o projeto de continuidade e para quem está fora dele, vota certo aquele que aposta na oposição. Por mais que queiramos, não conseguimos sair dessa armadilha que impede o soerguimento de um projeto alternativo e de mudança. Tudo fica no bla-blá-blá, pois, passado o período eleitoral, todos que obtiveram êxito se acomodam, uns no bloco da situação, outros na oposição. Assim, vem a troca de favores, cada qual quer ter mais vantagens, pouco ligando para os sentimentos e necessidades do eleitor.
Muito me estranha o silêncio de nossas autoridades nesse início de 2014. Ninguém ousa colocar a mão no fogo em relação aos problemas ainda não solucionados para a Copa do Mundo. Ficam todos esperando para dar o bote no momento de levar mais vantagens. Se tudo correr bem, o silêncio de agora beneficiará a todos; se algo der errado, os oportunistas vão-se esbravejar, eximindo-se de toda a culpa. Depois ainda querem que o eleitor vote certo. 
Como sempre, as autoridades nada perderão, já que seus esquemas estão arquitetados para quaisquer resultados. Como o eleitor é refém do sistema político/eleitoral, ele fica impedido de provocar alguma mudança. Anular o voto, votar em branco não terá peso algum no resultado. Votar contra um ou outro candidato pouco adiantará. No atual modelo, quem for eleito cuidará de seus interesses pessoais, acomodando-se na situação ou na oposição, distanciando-se dos verdadeiros interesses daqueles que o elegeram. Nesse sentido, as raposas da política só têm a ganhar com a Copa do Mundo, pois muitos, alienados, voltados para esse grande acontecimento, colocarão em segundo plano as eleições de 2014. Isso representará um enorme prejuízo político para o país. 

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