Mostrando postagens com marcador Português para concurso. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Português para concurso. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Dicas de leitura e interpretação de texto

Processo de leitura e interpretação

§  Etapas do processo de leitura e interpretação do texto, segundo a hermenêutica*: Pré-compreensão, Compreensão, Interpretação.

a) Pré-compreensão: entrada do leitor no texto, sem conhecimento prévio sobre o assunto, ou área específica.
b)  Compreensão: entrada do leitor no texto, já com conhecimento prévio sobre o assunto, para que ele relacione as informações novas com as que possui, entendendo assim a intencionalidade do texto. Compreensão significa entender o significado dos elementos linguísticos, a explicação, as justificativas e o alcance social do texto.
c) Interpretação:  a “fusão dos horizontes” do texto e o do leitor, para abertura, crescimento e ampliação para novos sentidos. Ou seja, a resposta que o leitor dará, depois de “conversar” com o texto, de compreendê-lo. A interpretação resulta na produção de um novo texto.

Algumas dicas

1) Uso de dicionário

§  Potencializar a leitura com consulta ao dicionário, especialmente, na primeira etapa, a da “pré-compreensão”.
§  Anotar as palavras novas em um caderninho à parte para melhor assimilação.
§  Pesquisar no dicionário o significado delas para ampliação do vocabulário.

2) Reescrita

§  Fazer paráfrases, seguindo as ideias do autor, sem copiar trechos do texto.
§  Fazer resumo, selecionando as expressões-chave, indicando, com as próprias palavras, as ideias básicas do texto.
§  Fazer resenha, segundo os passos do resumo, incluindo a intervenção pessoal com um comentário sobre o texto.
§  Fazer esquema, das ideias, apresentando o esqueleto do texto em tópicos, ou pequenas frases, usando recursos como cores, imagens, para facilitar a visualização.

3) Leitura no papel

§  Priorizar a leitura no papel, pois nele pode-se sublinhar, marcar, escrever nas margens, facilitando a compreensão e a fixação.
§  A leitura no papel possibilita avançar ou retroceder as páginas para registro de informações ou releitura.
§  Esse tipo de leitura permite rever as partes em destaque, as anotações feitas, o que facilita lembrar ou recordar melhor o que foi lido ou estudado. 

Passos para a leitura

§  Concentrar-se antes de iniciar a leitura, para não ficar lendo e relendo, sem saber o que está fazendo, ou sem estar entendendo.
§  Procurar o ritmo de leitura mais confortável, pois isso reduz o estresse, melhora a concentração e facilita o entendimento, principalmente, de textos mais longos.
§  Reservar pelo menos 30 ou 45 minutos diários, longe das distrações tecnológicas, para ler, a fim de que o cérebro recupere a capacidade de fazer a leitura linear.
§  Predispor o cérebro para realizar leituras lineares, aproveitando as vantagens de detalhes sensoriais (formato, desenhos) para se lembrar de informações-chave da leitura.
§  Ler somente em telas, para quem não tem hábitos de estudos, cria uma certa ilusão de estar aprendendo, mas o que o leitor retém são fleches de leitura, sem desenvolvimento das habilidades de, compreensão, interpretação e elaboração de conhecimentos.

Procedimentos para interpretação

§  Analisar o texto, a partir do título, indagando sobre as possibilidades de abordagem que um texto com tal título pode revelar.
§  Ler todo o texto, para ter uma visão geral do assunto e para se certificar de que há uma pré-compreensão sobre a temática abordada.
§  Ler, destacando as expressões-chave dos parágrafos, ou das partes do texto.
§  Assimilar as ideias novas, procurando associá-las ao conhecimento prévio, para a compreensão do assunto.
§  Não interromper a leitura mediante a presença de palavras ou termos desconhecidos.
§  Ler bem, ler profundamente, com bastante concentração,
procurando, com perspicácia, perceber as sutilezas que se apresentam nas entrelinhas do texto.
§  Tomar cuidado para evitar que prevaleçam as ideias pessoais sobre as do autor.

Outros cuidados

§  Verificar a coesão e a coerência nos processos de coordenação e de subordinação das ideias no texto:

1) As orações coordenadas possuem independência de sentido, mas a ordem em que elas aparecem garantem o coerência textual. Ou seja:
Ø “O pássara embeleza o espaço natural, canta e voa”.
Ø “O pássaro canta, voa e embeleza o espaço natural”.
2) As orações subordinadas completam a significação das orações principais, logo é preciso atenção às relações e aos efeitos de sentido de todo o período. Ou seja:
Ø “João Pedro precisa estudar muito, embora queira se dar bem na prova”.
Ø “João Pedro precisa estudar muito para se dar bem na prova”.

§  Verificar a harmonia entre um termo subordinado e um subordinante, sabendo-se que os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado.
§  Ter consciência de que a interpretação não depende de cada leitor, pois, enfim, “O que está escrito, escrito está.”

Estratégias para resolução de provas

§  Considerar que toda prova seja semelhante a um jogo de varetas, composta de questões fáceis, médias e difíceis.
§  Ler os enunciados, procurando identificar as expressões-chave que orientam para a resposta.
§  Observar se a etimologia ou a semelhança das palavras apontam para a resposta.
§  Procurar identificar as ideias, ou opiniões expostas pelo autor, na elaboração do enunciado das questões.
§  Não ficar muito tempo nas questões que gerem dúvidas, pois isso pode provocar inquietação, nervosismo e desconcentração.
§  Pular para a próxima questão, no caso de não se lembrar de algum detalhe da questão analisada, mesmo dominando o assunto.
§  Deixar sinalizadas as alternativas das questões que lhe parecerem possíveis, para ganhar tempo no processo de releitura da questão.
§  Voltar às questões não resolvidas, depois de ter lido as restantes e resolvido as mais simples.

Outras dicas

§  Ficar atento aos vocábulos: “destoa” (= diferente de ...), “não”, “correta”, “incorreta”, “certa”, “errada”, “falsa”, “verdadeira”, “exceto”, e outras palavras dos enunciados.
§  Procurar perceber tais palavras e até destacá-las, se preciso, para não perdê-las de vista no processo de leitura.
§  Quando duas alternativas parecerem corretas, procurar a mais coerente com o enunciado.
§  Quando o autor apenas sugerir a ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva.
§  Não se deve procurar a verdade exata dentro da resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do enunciado.
§  Descartar, de imediato, as alternativas que se afastam do que está proposto no enunciado.
§  Identificar entre as possíveis alternativas corretas a que seja mais coerente com o sentido do enunciado.
§  Procurar perceber as ideias que o autor defende;
§  Considerar a importância dos adjuntos adverbiais e dos predicativos do sujeito na interpretação do texto.

Ex.: Ele morreu de fome.

§  de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele").

Ex.: Ele morreu faminto.


§  faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.

sábado, 10 de setembro de 2016

Tipos textuais - esquema

Esquema da narração

1° parágrafo: esclarecimento sobre o acontecimento que será narrado; indicação do tempo e do lugar em que ocorreu.
2° parágrafo: relato das causas do fato, relacionando as ações dos personagens.
3° parágrafo: relato, com detalhes, do modo como tudo aconteceu.
4° parágrafo: apresentação do resultado, das consequências do fato.

A produção de um texto narrativo tem como base os seguintes elementos:

Ø O que aconteceu? O que se vai narrar? (acontecimento).
Ø Onde e quando aconteceu? (lugar – tempo).
Ø Quem participou do acontecimento? (personagens).
Ø Qual o ponto de vista de quem conta a história? (narrador em 1ª ou 3ª pessoa).
Ø Qual (ou quais) os motivos do acontecimento? (causa).
Ø Como os fatos ocorreram? (modo).
Ø Qual (ou quais) as consequências do acontecimento?

Esquema da descrição

I – de pessoas

1° parágrafo: ideia geral da pessoa que vai ser descrita.
2° parágrafo: características físicas (altura, peso, cor, idade, cabelos, traços do rosto, voz, vestimenta)
3° parágrafo: características psicológicas (personalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações, postura, objetivos)
4° parágrafo: retomada de qualquer outro aspecto de caráter geral.

II – de objetos

1° parágrafo: observação de caráter geral referente à procedência ou localização do objeto descrito.
2° parágrafo: menção e rápidos comentários das partes que compõem o objeto, seguidos da descrição de como as partes se agrupam para formar o todo.
3° parágrafo: detalhes do objeto visto como um todo, externamente (formato, dimensões, material, peso, textura, brilho)
4° parágrafo: observação de caráter geral referente à sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto na sua totalidade.

III – de anbientes

1° parágrafo: observação de caráter geral (referência do local como um todo -casa, museu, bairro, cidade).
2° parágrafo: detalhes referentes à estrutura global do ambiente (paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade, aroma).
3° parágrafo: detalhes específicos em relação a objetos lá existentes (móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou quaisquer outros objetos)
4° parágrafo: observação sobre a “atmosfera” que paira no ambiente.
               
Ao produzir um texto descritivo, deve-se fazer, respondendo as seguintes indagações:

Ø O que é? Como é? Como funciona?
Ø Principais características?
Ø Detalhes específicos que o individualizam?
Ø Para que serve? Como funciona?
Ø Outros detalhes característicos importantes?

Esquema da dissertação

1° parágrafo: apresentação geral do tema e indicativo dos argumentos a serem desenvolvidos.
2° parágrafo: desenvolvimento do primeiro argumento.
3° parágrafo: desenvolvimento do segundo argumento.
4° parágrafo: desenvolvimento do terceiro argumento, se houver;
5° parágrafo: retomada da expressão (ou ideia) inicial para reafirmação do   tema, com o acréscimo de um comentário final.

Redação de um parágrafo

1ª parte: tópico frasal - apresentação de uma frase, (ou de parte de uma frase) de aspecto geral, com a ideia a ser desenvolvida.
2ª parte: desenvolvimento do tópico frasal (especificação do conteúdo do      tópico frasal, através da exposição de detalhes, fatos, razões, comparações e de exemplos que justificam a declaração inicial.
3ª parte: conclusão (reafirmação do tema nos moldes do texto dissertativo)

Estrutura do parágrafo

a)    Primeiro período: apresentação do assunto para preparar o leitor para os argumentos.
b)   Segundo período: desenvolvimento de um argumento justificando parcialmente as ideias apresentadas no primeiro período.
c)    Terceiro período: desenvolvimento de um argumento mais forte, justificando as ideias do segundo período, se houver.
d)   Quarto período: posicionamento final diante do assunto, baseado nas ideias defendidas e nos argumentos apresentados.

Redação a partir de texto (s) de referência

a)    Marcar as expressões-chave do texto.
b)   Identificar as ideias mais importantes.
c)    Identificar, entre as mais importantes, a ideia principal.
d)   Redigir, com as próprias palavras, um parágrafo a partir da ideia principal, associando o conteúdo do texto a um aspecto da realidade.
e)    Analisar com atenção o parágrafo escrito, procurando adequá-lo à proposta da redação.

Observação:
a) Sendo solicitada a redação de um parágrafo, deve-se seguir os passos acima.
b)   Não sendo dado nenhum texto de referência, apenas um tema, deve-se escrever, procurando responder as seguintes indagações:

Ø O que sei sobre o assunto?
Ø Qual a melhor maneira de eu apresentá-lo ao leitor?
Ø Qual a ordem dos argumentos que esclarece melhor o que penso sobre o assunto?
Ø De que forma devo-me posicionar, finalmente, sobre o assunto?
                   
Importante

a)    Os textos dissertativos se alicerçam: na reflexão, análise, estabelecimento
    de relações, nas inferências, na demonstração de pontos de vista.
b)   Nos textos dissertativos, o escritor objetiva expor um assunto, ou convencer, persuadir alguém através de seus argumentos.
c)    O tema de uma redação consiste na afirmação sobre determinado assunto, em que se percebe uma tomada de posição. Pode ser formado por um período simples ou composto.
d)   O título de uma redação é uma referência ao assunto abordado. Em geral não contém verbos, nem deve ser um provérbio; o título é uma expressão menor que o tema.

Síntese

a)    Dissertação: que penso sobre?
b)    Narração: que acontece, ou aconteceu?
c)     Descrição: que é, como é e como funciona tal coisa? 


Nota: Textos injuntivos

a) Modalidade de texto com função de orientar, ensinar, indicar ordem, recomendação, conselhos e disciplinar ações e comportamentos.
b) Linguagem simples para transmitir a mensagem do modo mais claro possível.
c) A instrução ao destinatário pode ser de modo coercitivo, levando-o ao cumprimento de algumas condições preestabelecidas (Editais de concursos, contratos, leis)
d) Predominância de verbos no modo imperativo, ocasionalmente, no infinitivo e no futuro do presente do indicativo.
e) Exemplos de textos injuntivos: receitas culinárias, bulas de remédios, normas disciplinares, proposições didáticas, regimentos, convenções, regras de jogos, regulamentos diversos, editais, contratos e leis.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Elementos da comunicação e Funções da linguagem

Relação entre Elementos da
comunicação e funções da linguagem


Contexto
Função referencial
Mensagem
Remetente / função poética / Destinatário
Emissor                            Receptor
Função emotiva <---> Função conativa
Contato
Função fática
Código
Função metalinguística

....................................... ....................................


Legenda:

Elementos da comunicação
Funções da linguagem 
                 

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Dicas de redação



Cuidados importantes

  1. O candidato deve compreender a proposta, produzindo um texto, demonstrando fidelidade ao tema;
  2. O candidato deve utilizar os fundamentos gramaticais, demonstrando domínio da norma culta, empregando corretamente a concordância e a regência (verbal e nominal), a pontuação, a ortografia, acentuação gráfica, a flexão e emprego de palavras, a colocação pronominal e outros processos relacionados ao paralelismo sintático e semântico;
  3. O candidato deve saber selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa do ponto de vista anunciado no início da redação;
  4. O candidato deve construir a argumentação, demonstrando conhecimento dos mecanismos linguísticos para a elaboração de um texto consistente, segundo os princípios da coerência e da coesão textual;
  5. O candidato deve demonstrar capacidade de elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos, considerando a diversidade sociocultural, enfatizando, com clareza, o ponto de vista assumido diante do tema abordado.

    Estrutura do texto

    1ª parte

    Deve apresentar o tema através de uma ideia central. É a chamada sentença-tese. Esse é o momento de o autor apresentar o assunto, deixando claro o rumo de sua argumentação e o ponto de vista que sustentará em sua reflexão escrita. Nessa etapa, o autor pode levantar um (ou mais) problema (s) a ser (em) discutido (s), desenvolvido (s), (s) e finalizado.

    2ª parte

    É a exposição ou desenvolvimento de argumentos para explicitar, justificar, afirmar ou negar a ideia geral apresentada no início do texto. Cada argumento deve ser desenvolvido em um parágrafo, podendo o autor utilizar conhecimentos do cotidiano e leitura diversas (jornais, revistas, livros e sites da internet) para dar maior consistência a sua argumentação.

    3ª parte

    Geralmente é a conclusão, ou intervenção do autor na abordagem do (s) problema (s) levantado. Esse é o ponto em que a discussão se encaminha para o desfecho, com especial destaque para o ponto de vista assumido pelo autor, e para a coerência das idéias organizadas, desenvolvidas e conectadas. Às vezes, podem-se apontar responsabilidades ou resumir as principais ideias apresentadas. Nessa modalidade de texto, é importante que se busquem saídas, apontando alternativas para que a discussão do (s) tema (s) proposto para a redação seja concluída.

    Redação com texto (s) motivador (es)
  1. Ler atentamente o enunciado, antes de ler o (s) texto (s) motivador (es), identificando o sentido da expressão-chave, para compreender bem a proposta de redação;
  2. Ler o texto (ou textos) motivador (es), relacionando as ideias principais à proposta de redação;
  3. Relacionar as informações que possui sobre o tema e aproveitá-las no desenvolvimento da argumentação;
  4. Selecionar as informações que vão ser usadas na redação, ordenando-as da forma que lhe parecer mais conveniente e coerente;
  5. Redigir a introdução, formulando a tese em torno da qual serão desenvolvidos os argumentos para deixar clara a posição do autor em relação ao assunto proposto;
  6. Redigir o desenvolvimento por meio de argumentos que convençam o leitor sobre o ponto de vista do autor em relação ao assunto apresentado;
  7. Redigir a conclusão, apresentando soluções (ou perspectivas de soluções), retomando algum aspecto importante da discussão, ou acrescentando elementos que reforcem o ponto de vista do autor.

    Sintetizando

    Ao produzir um texto dissertativo-argumentativo, o autor deve ficar atento às seguintes orientações:
  1. Escrever, inicialmente, expondo uma ideia geral sobre o assunto. Essa ideia geral (tese) é a base para o desenvolvimento dos argumentos, nos parágrafos seguintes.
  2. Observar quantos e quais argumentos podem ser desenvolvidos, a partir da ideia geral apresentada, na primeira parte do texto. Em seguida, desenvolver cada argumento em um parágrafo distinto.
  3. Fechar o texto, depois de desenvolver todos os argumentos apontados na primeira parte dele, retomando algum aspecto importante que deve ser enfatizado, no momento de concluí-lo, para exprimir com clareza a opinião do autor sobre o assunto. 
  4. Escolher um título criativo para o texto, caso seja necessário. O título não deve ser muito longo, nem deve conter verbos, provérbios, sinais de pontuação ou aspas, nem deve ser sublinhado.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Nova ortografia

O senado brasileiro aprovou em novembro de 2009, o acordo ortográ­fico, re­sultado de uma articulação política entre os países de língua portu­guesa. Esse acordo alterou a escrita de 0,43% das palavras, no Brasil, e 1,42% das pala­vras, em Portugal. Para os brasileiros, as mudanças se referem ao acréscimo das consoantes “k, w e y” ao alfabeto português, à extinção do trema, à acen­tuação gráfica e ao em­prego do hífen.

Vejamos o que prevalece:

Situação
Exemplos
1
Incorporação de k, w e y ao alfa­beto, passando a ter 26 letras.
Km, watt, Byron, kg.
2
Extinção do trema, ficando em no­mes estrangeiros e derivados.
frequentemente, aguentar, tran­quili­dade, quinquênio, pinguim.
Müller, mülleriano; Hübner, hübneriano.

3
Sem acento, os ditongos abertos “ei” e “oi” em palavras pa­roxíto­nas. Nas oxítonas, ele continua.
ideia, assembleia, heroico, ono­mato­peia, paranoia, jiboia.
herói, constrói, anéis, papéis réu e dói.

4
Sem acento, agudo, o “i” e “u” tô­nicos, precedidos de ditongo de­cres­cente, nas paroxítonas. Nos ditongos crescentes, continua.
feiume, feiura, baiuca (lugar popular de festejos ou de encontro com amigos), bocaiuva (espécie de palmeiras).       Guaíba, Guaíra.

5
Sem acento, o “u” tônico depois de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” das formas verbais rizotônicas.
averigue, apazigue, ar­guem, em vez de:

“averi­gúe”, apazigúe e argúem.
6
Sem acento, a primeira vo­gal dos hiatos “oo” e “ee”.
voo, enjoo, abençoo, creem, leem, veem, deem.
7
Acento diferencial em

pôr” (verbo), por (prep.); “pôde” (verbo), “pode” (tempo presente).
É opcional em “fô­rma” / “forma”.

8
Sem hífen, as palavras for­madas por prefixos terminados em vogal mais palavra iniciada por “r” ou “s”. Nesse caso, dobra-se a con­soante.
autoescola, antiaéreo, supersônico, aeroespacial, antesse­mita, antissocial, antesala, antirrá­bica, ultrarromântico, autorregula­mentação, extrarre­gimento, autossufi­ciente.

9
Sem hífen, os compostos de base oracional e os demais, que apre­sentam elementos de ligação.     Exceções: água-de-colônia, arco-da-ve­lha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia.
Maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz, deus me livre, faz de conta; pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra.
10
Sem hífen, os prefixos “pre” e “re”, mesmo elidindo com e.
preexistente, reescrever, reedi­ção, reestabelecer.
11
Sem hífen, as palavras formadas com não e quase.
(acordo de) não agressão;
(isto é um) quase delito.
12

Com hífen, as pala­vras em que o primeiro elemento termina com “r” e o segundo inicia também com “r”.
“hiper-realista”, “hiper-requin­tado”, “hi­per- requisi­tado”, “inter-racial”, “inter-regional”, “inter-rela­ção”, “super-racio­nal’, ‘super- rea­lista”.


13
Com hífen, as palavras que se iniciam com a vogal final do pre­fixo, ou o primeiro elemento ter­mina com vogal e o segundo co­meça com “h”.
“micro-ônibus”, “micro-orga­nismo”, “anti-inflamatório”, “anti-imperi­alista”, “arqui-inimigo”, “mi­cro-ondas”, “anti-herói”, “anti-higi­ênico”, “extra-hu­mano”, “semi-herbáceo”, pré-elaborar.

14
Com hífen, os prefixos “sub” e “sob” e com os prefixos “pan” e “circum”, seguido de “m”, “n”, “h”, ou vogal
pan-americano, pan-helenismo, cir­cum-navegação, pan-hispâ­nico, sub-região, sub-reitor, sob-roda.

15
Com hífen, os prefixos “pós”, “pré”, “pró”, “recém”, “sem”, “além”, “aquém” e vice.
pós-graduado, pró-reitor, vice-rei,   pré-datado, pré-escolar, além-mar, pós-doutor, pós-cirúrgico, ex-presi­dente, recém-casado, sem-terra.

16
Com hífen, as palavras compostas que nomeiam espécies animais, ou botânicas.
Fora do sentido original, sem hífen.
bem-te-vi, peixe-espada, mico-leão-dourado, lebre-da-patagônia, erva-doce, pimenta-do-reino, pe­roba-do-campo, cravo-da-índia.                      
“bico de papagaio” (doença), “olho de boi” (selo postal)

17
Com hífen, as palavras compostas que não apresentam elementos de ligação.
guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, se­gunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro.

18
Com hífen, os nomes compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação.
reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, pingue-pongue, zi­gue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre.

19
Com hífen, as palavras com abob e ad, mais palavra começada por bd ou r.
ad-digital, ad-renal,
ob-rogar, ab-rogar.

20
Com hífen, as palavras com mal, mais palavra iniciado por vo­gal, h ou l, usa-se hífen.
Mal, doença, sem hífen.
mal-entendido, mal-estar,
mal-humorado, mal-limpo, mal-lavado.

Mal de Lázaro, mal de sete dias.

21
Com hífen, as pala­vras que ocasi­onalmente se com­binam, indi­cando itinerário.
ponte Rio-Niterói.
eixo Rio-São Paulo.

estrada Belém-Brasília.

22
Com hífen, os sufixos de origem tupi-guarani, formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim.
capim-açu; amoré-guaçu
anajá-mirim; Guajará-mirim

Como se vê, as mudanças na grafia de 0,43% das palavras no Brasil não simplificaram nem reduziram as regras orto­gráficas da língua portuguesa. Elas servi­ram para unificar a escrita do único idioma do ocidente que apresen­tava duas grafias oficiais, a do Brasil e a de Portugal. Desse modo, cerca de 250 milhões de falantes da língua portuguesa, espalha­dos pelas terras de Bra­sil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mo­çambi­que, São Tomé e Príncipe e Timor Leste passaram a empregar as mes­mas regras, o que facilita a circulação de documentos oficiais e de livros en­tre esses países, sem a ne­cessidade de um trabalho de tradução.

Ademais, com essas alterações, a língua portuguesa se fortalece, pois, como está escrito no texto oficial do acordo, "ele constitui um passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional". Portanto mesmo não trazendo uma simplificação ortográfica, como nação e comunidade linguística, o Brasil tem muito a ganhar com essas mudanças.