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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Feliz Ano Novo

Nesse momento em que o mundo se prepara para prestar as ultimas homenagens ao ano que se encerra, é oportuno fazermos um balanço do que realizamos ao longo desse período de 12 meses de luta e trabalho.
É comum concebermos o sentido de realização apenas relacionado à conquista material e pessoal. Desse modo, o indivíduo se sente realizado, quando consegue ascensão profissional, aumento de salário, prestígio político, fama e ampliação de patrimônio. Ao pensarmos assim, devemos ficar atentos aos riscos de uma supervalorização material em detrimento dos direitos de cidadania. A busca incessante por resultados financeiros, por fama e sucesso pessoal pode-nos fazer atropelar direitos e sentimentos, principalmente das pessoas simples e menos favorecidas.
O sentido de realização deve ser visto também por outro prisma, já que o ser humano não se restringe apenas ao aspecto material. Há o lado humanitário, o fundamento mais importante que move a nossa existência. Logo ao fazermos um balanço das realizações ocorridas, nesse ano que expira, devemos levar em consideração tudo que foi feito fora da realidade material. Assim, podemos avaliar o que fizemos e como fizemos em prol do bem comum. E se não o fizemos, é hora de pensarmos o que é possível empreender para que doravante algo nesse sentido faça parte da nossa vida.
Esse modo de pensar, agir e viver é importante porque sempre há alguém próximo de nós à espera de carinho e atenção. Logo sempre que pudermos partilhar o que somos com quem realmente precisa, estaremos realizando um grande bem. Ou seja, o ato de socorrermos alguém, de ajudarmos um necessitado, de ouvirmos um desesperado são manifestações de amor que farão uma grande diferença na vida de quem se sente acolhido e amparado.
Essa reflexão oportuna nos leva a um exame de consciência, a fim de mensurarmos o valor das nossas realizações ou a gravidade das nossas omissões. Assim aqueles que perceberem que poderiam ter feito mais, poderão aproveitar o ano que se inicia, para fazê-lo. Para isso, não será preciso grandes coisas, pequenos gestos poderão provocar mudanças acentuadas na vida de quem os espera.
A paciência com o semelhante, a mansidão nas ações, o autocontrole diante das situações difíceis, o equilíbrio na tomada de decisões, a força de vontade, a coragem e o desejo de ajudar o próximo são sementes que carecem ser regadas para produzirem bons frutos. Por isso, no decorrer do ano que se inicia, vamos usar de nossa liberalidade para ajudar quem realmente precisa. O pouco que fizermos, nesse sentido, representará muito, no momento de avaliarmos as nossas realizações.
Enfim, os bens materiais, o sucesso, a fama e o prestígio político são importantes, desde que sejam colocados a serviço do bem comum. Do contrário, a conquista será vã, valerá pouco a pena, pois sufocará o que há de melhor em nós. Ou seja: o sentimento de solidariedade e amor. Um Ano Novo feliz implica a melhoria do nosso modo de ser. Que assim seja, para o nosso próprio bem, pois conforme dizem as sagradas escrituras, cada um colhe, segundo o que semeia. Semear o bem, portanto, é o que há de mais importante, a fim de colhermos uma sociedade justa, humana e solidária. Essa será sem dúvida a nossa principal realização.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Feliz Natal

Chega o mês de dezembro e com ele o colorido especial contagiando a vida das pessoas. O dezembro traz consigo os alegres encontros familiares, as confraternizações no ambiente de trabalho e as viagens programadas e tão esperadas ao longo do ano. Ademais, dezembro assinala o final de mais um ano que se despede do nosso calendário, acenando com seu adeus e cedendo lugar ao novo ano que se aproxima.
É bom ver as pessoas saírem de casa, enchendo as ruas de sonhos, à procura do melhor presente para ofertar àqueles que fazem parte do ciclo de amizades. É uma alegria indescritível reencontrar uma pessoa querida para matar a saudade, depois de um período de ausência. É bom ver a graça e a animação da criançada se divertindo, nas costumeiras atividades de amigo oculto, vibrando com as descrições que invertem as características pessoais, ou com o recebimento de um presente tão desejado.
As lojas enfeitadas, o piscar das luzes, a variedade de ofertas, as opções de pagamentos, o espírito solidário e o desejo de agradar um amigo, ou um ente querido, são atrativos para a escolha de um presente adequado ao perfil da pessoa a quem se deseja homenagear.
Fim de ano é assim: um misto de despedida, reencontros e nascimento, fazendo-nos reviver a vinda de Cristo ao mundo com a missão de salvar aqueles que se arrependem dos seus pecados e que depositam total confiança nEle como único e suficiente salvador. E ao nos lembrar do Natal, passa pela nossa mente a imagem do mensageiro Gabriel anunciando à Maria o privilégio de ser mãe de Cristo, o verbo que se fez carne, esteve entre nós, testemunhando seus santos e sublimes ensinamentos.
O anúncio do anjo Gabriel nos faz lembrar o espanto de José ao tomar conhecimento da gravidez de Maria, sua jovem enamorada. Espanto que findou, no momento em que, em sonho, José compreendeu a verdade divina da concepção da Virgem, por obra do Espírito Santo de Deus. Lembramo-nos também da viagem de Maria, às vésperas do nascimento do menino, no lombo de um jumento, puxado pelas mãos de José, fugindo de Nazaré para a pequena Belém. Depois, o nascimento no estábulo da estalagem, o repouso na humilde manjedoura, onde se alimentavam os animais, as visitas dos pastores que cuidavam do rebanho nas proximidades, a peregrinação dos reis magos que encontraram o menino, após dias e dias de viagem, seguindo a estrela guia. Lembramo-nos ainda do ouro, do incenso e da mirra que os magos levaram para presentear o Rei dos reis e Senhor dos senhores recém-nascido.
Tudo isso é muito bom. Todavia, as ceias natalinas, as reuniões familiares, as confraternizações, as brincadeiras, as belas histórias, envolvendo a vinda de Jesus, não asseguram o verdadeiro sentido do Natal. Logo devemos celebrar não o simples nascimento, mas também a vida, o sacrifício, a morte e a ressurreição de Cristo, pois graças a essa obra completa todos que nEle creem verdadeiramente estão livres da condenação eterna. Ninguém nos amou tanto a ponto de dar a vida por nós como fez Jesus.  Sua morte na Cruz foi dolorosa, mas sua ressurreição gloriosa nos propiciou a oportunidade do novo nascimento. E é esse fato de podermos alcançar o milagre da salvação, por meio da fé em Cristo Jesus, que devemos reviver e comemorar nesse Natal.
Um Feliz Natal a todos!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Brasil no ranking educacional

O Brasil ficou em penúltimo lugar no ranking global que avaliou a qualidade de educação em 40 países. Trata-se de uma pesquisa realizada pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EUA), encomendada pela Pearson, com o objetivo de apresentar uma visão geral do desempenho escolar de alunos da educação básica até os 15 anos.
Os pesquisadores compilaram dados do Programa Internaconal de Avaliação de Estudantes (PISA), do documento Tendências em Estudo Internacional de Matemática e Ciências (TIMSS) e do Progresso no estudo Internacional de Alfabetização (PIRLS), avaliando fundamentalmente habilidades cognitivas e realizações educacionais, no período de 2006 a 2010.
Mesmo com essa defasagem estatística de três anos, creio que hoje o resultado não seria diferente, pois pouco se fez em termos de nação, para provocar uma mudança significativa na educação brasileira. Muitas de nossas autoridades não veem a educação como prioridade e não se empenham para melhorá-la. Assim, não desenvolvem ações concretas, visando à mudança do atual quadro em que ela se insere.
A análise dos resultados da pesquisa nos faz compreender que a qualidade da educação tem muito que ver com o olhar de cada país sobre a importância do ensino. Os dois melhores sistemas educacionais do mundo, segundo o ranking, estão na Finlândia e na Coreia do Sul, o que nos pode dar uma falsa ideia de que eles se organizam da mesma forma. Apenas para ilustrar, na Coreia do Sul, há uma rigidez muito grande no modo de organização e funcionamento escolar, enquanto, na Finlândia, há mais flexibilidade e liberdade no desenvolvimento educacional.
Essa diferença mostra que a qualidade da educação está ligada à cultura que valoriza o aprendizado e não aos modelos educacionais. E essa valorização é um ponto comum aos sistemas finlandês e sul coreano. Em ambos, há um grande esforço para fomentar a cultura nacional do aprendizado, valorizando professores, escolas e educação como um todo. Talvez essa seja a razão do alto desempenho das nações asiáticas, no ranking, já que as melhores classificadas estão naquele continente.
Esse banco de dados, chamado pela Pearson de “Curva do Aprendizado”, mostra o quanto temos que fazer para alcançarmos uma educação realmente de boa qualidade. Um país com a grandeza do Brasil deveria aparecer entre os 27 melhores do ranking, já que os demais, da 28ª classificação em diante, figuram abaixo da média. Todavia, em vez disso, vergonhosamente, estamos no grupo dos piores, ocupando o penúltimo lugar, superando apenas a Indonésia.
Está na hora, portanto, de a sociedade e autoridades brasileiras fazerem alguma coisa para mudar esse quadro no futuro. Penso que deveríamos começar, atraindo bons professores, como fazem a Finlândia e Coreia do Sul, dando-lhes uma boa formação e encontrando maneiras de motivá-los, melhorando as condições de trabalho e pagando-lhes um salário condizente com a grandeza e a qualidade dos serviços prestados. Se assim funciona na Finlândia e na Coreia do Sul, certamente, funcionará no Brasil também.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Escola pública pede socorro

No dia 22/11/2012, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira (INEP) divulgaram o desempenho dos alunos e das escolas, no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Somente dez escolas públicas apareceram entre as cem melhores do país; destas, oito são federais e duas estaduais. Entre as vinte melhores, apenas o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Essa constatação nos mostra que a sociedade precisa reagir de forma organizada em defesa da escola pública para que os filhos dos trabalhadores e das famílias de baixa renda tenham condições de competir com os alunos das escolas privadas. Nesse sentido, o princípio da mudança seria repensar o modelo de escola dos estados e municípios brasileiros, que revela padrões de qualidade distantes daqueles tão reclamados pelos educadores, pela sociedade, pelos alunos e seus familiares.
Nenhuma das dez escolas públicas que figuram entre as cem melhores do Enem 2011 se enquadra no modelo comum das escolas estaduais e municipais, cuja forma de organização, sistema de ensino e regime de tempo pedagógico não propiciam ao educador oportunidades de realizar um trabalho como deveria. Das dez escolas, oito são federais, incluindo dois colégios militares, e as duas estaduais são a Escola Técnica  Estadual (ETE - SP)  e o Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerg). 
Não quero aqui, como se diz popularmente, "chover no molhado", mas diante de tal constatação, preciso fazer algumas considerações. Na escola pública comum, o professor é desvalorizado, desrespeitado e escravizado, na medida em que se vê obrigado a assumir pelo menos 45 horas por semana, em sala de aula, para conseguir sobreviver da sua força de trabalho. Além dessa jornada excessiva, ele ainda precisa substituir seu tempo de descanso e de lazer pelas atividades de preparação de aulas, elaboração e correção de trabalhos e provas, estudos e outro afazeres do ofício, sem nenhuma recompensa financeira por essas atividades extraclasse.
Nas escolas ligadas às universidades públicas, como é o caso do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), na oitava posição entre as melhores de 2010 e agora de 2011, os educadores trabalham em regime de dedicação exclusiva, tendo um tempo considerável dentro da carga horária para estudos, planejamento, correção de trabalhos e provas, o que faz uma grande diferença em termos de qualidade. De igual modo, os institutos federais e estaduais de educação, os colégios militares e as escolas técnicas, também diferem da escola pública comum, pelo seu regime de trabalho, plano de carreira, infraestrutura, laboratórios e remuneração salarial.
Ao colocamos na balança esses elementos, entendemos as razões do  fracasso das escolas públicas estaduais e municipais, quando comparadas com outras redes de ensino.  Fica difícil, mudar esse quadro diante de tanta precariedade dos estabelecimentos, onde faltam laboratórios adequados, bibliotecas atualizadas, salas de aula equipadas, segurança, recursos materiais e humanos, políticas de incentivo às práticas desportivas, artísticas, culturais e acadêmicas. Essas deficiências, somadas a outras relacionadas ao sistema, organização e funcionamento do ensino, à desvalorização do processo educativo e dos educadores, sem dúvida, refletem na qualidade da educação, pois trazem, como consequência, a desmotivação e o desinteresse, tornando o ofício de instruir e de aprender um desafio quase insuperável.
Todavia o que mais me incomoda é perceber que o baixo desempenho dos alunos das escolas públicas estaduais e municipais em 2010 e 2011 será igual em 2012 e quiçá em 2013, já que não há uma movimentação significativa de nossas autoridades, buscando melhorias nas condições de trabalho dos educadores da rede pública de ensino. Aliás, estes sempre foram tratados, ao longo da história, com indiferença pelas autoridades, como se uma boa educação não fosse importante ao bom funcionamento da sociedade e ao desenvolvimento do país.
Portanto, se as escolas estaduais e municipais quiserem atingir um padrão de qualidade à altura do que merecemos, precisam repensar essas questões e agir rapidamente em busca de soluções. Nesse particular, o apoio de nossas autoridades é fundamental, garantindo investimentos para uma remuneração justa dos educadores, melhoria de infraestrutura das escolas,  reestruturação do ensino, redimensionamento dos tempos pedagógicos e execução dos projetos inovadores da comunidade escolar. Sem isso, vamos continuar "chovendo no molhado", querendo o tempo todo "tirar leite das pedras".

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Enem e a escola pública

No dia 22/11/2012, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira (INEP) divulgaram o desempenho dos alunos e das escolas, no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em 2011. Somente dez escolas públicas apareceram entre as cem melhores do país; destas, oito são federais e duas estaduais. Entre as vinte melhores, apenas o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Essa constatação nos mostra que a sociedade precisa reagir de forma organizada em defesa da escola pública para que os filhos dos trabalhadores e das famílias de baixa renda tenham condições de competir com os alunos das escolas privadas. Nesse sentido, o princípio da mudança seria repensar o modelo de escola dos estados e municípios brasileiros, que revela padrões de qualidade distantes daqueles tão reclamados pelos educadores, pela sociedade, pelos alunos e seus familiares.

Nenhuma das dez escolas públicas que figuram entre as cem melhores do Enem 2011 se enquadra no modelo comum das escolas estaduais e municipais, cuja forma de organização, sistema de ensino e regime de tempo pedagógico não propiciam ao educador oportunidades de realizar um trabalho como deveria. Das dez escolas, oito são federais, incluindo dois colégios militares, e as duas estaduais são a Escola Técnica  Estadual (ETE - SP)  e o Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerg). 

Não quero aqui, como se diz popularmente, "chover no molhado", mas diante de tal constatação, preciso fazer algumas considerações. Na escola pública comum, o professor é desvalorizado, desrespeitado e escravizado, na medida em que se vê obrigado a assumir pelo menos 45 horas por semana, em sala de aula, para conseguir sobreviver da sua força de trabalho. Além dessa jornada excessiva, ele ainda precisa substituir seu tempo de descanso e de lazer pelas atividades de preparação de aulas, elaboração e correção de trabalhos e provas, estudos e outro afazeres do ofício, sem nenhuma recompensa financeira por essas atividades extraclasse.

Nas escolas ligadas às universidades públicas, como é o caso do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), na oitava posição entre as melhores de 2010 e agora de 2011, os educadores trabalham em regime de dedicação exclusiva, tendo um tempo considerável dentro da carga horária para estudos, planejamento, correção de trabalhos e provas, o que faz uma grande diferença em termos de qualidade. De igual modo, os institutos federais e estaduais de educação, os colégios militares e as escolas técnicas, também diferem da escola pública comum, pelo seu regime de trabalho, plano de carreira, infraestrutura, laboratórios e remuneração salarial.
Ao colocamos na balança esses elementos, entendemos as razões do  fracasso das escolas públicas estaduais e municipais, quando comparadas com outras redes de ensino.  Fica difícil, mudar esse quadro diante de tanta precariedade dos estabelecimentos, onde faltam laboratórios adequados, bibliotecas atualizadas, salas de aula equipadas, segurança, recursos materiais e humanos, políticas de incentivo às práticas desportivas, artísticas, culturais e acadêmicas. Essas deficiências, somadas a outras relacionadas ao sistema, organização e funcionamento do ensino, à desvalorização do processo educativo e dos educadores, sem dúvida, refletem na qualidade da educação, pois trazem, como consequência, a desmotivação e o desinteresse, tornando o ofício de instruir e de aprender um desafio quase insuperável. 
Todavia o que mais me incomoda é perceber que o baixo desempenho dos alunos das escolas públicas estaduais e municipais em 2010 e 2011 será igual em 2012 e quiçá em 2013, já que não há uma movimentação significativa de nossas autoridades, buscando melhorias nas condições de trabalho dos educadores da rede pública de ensino. Aliás, estes sempre foram tratados, ao longo da história, com indiferença pelas autoridades, como se uma boa educação não fosse importante ao bom funcionamento da sociedade e ao desenvolvimento do país.
Portanto, se as escolas estaduais e municipais quiserem atingir um padrão de qualidade à altura do que merecemos, precisam repensar essas questões e agir rapidamente em busca de soluções. Nesse particular, o apoio de nossas autoridades é fundamental, garantindo investimentos para uma remuneração justa dos educadores, melhoria de infraestrutura das escolas,  reestruturação do ensino, redimensionamento dos tempos pedagógicos e execução dos projetos inovadores da comunidade escolar. Sem isso, vamos continuar "batendo no molhado", tentando o tempo todo "tirar leite das pedras".

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Bons políticos

O fim das eleições 2012 representa, para muitos, preocupação, insegurança e perplexidade, já que alguns prefeitos que não obtiveram o êxito esperado, no processo eleitoral, se comportam de forma desrespeitosa, tomando medidas que soam mais como vingança do que necessidade.

Infelizmente, esse tipo de comportamento ainda é presente na vida dos brasileiros. O eleitor, que é sempre solicitado, no decorrer do processo eleitoral, depois do resultado das urnas, é esquecido, ignorado e, em alguns casos, odiado. Parece que a culpa pelo insucesso é única e exclusivamente dele e por isso o cidadão de bem é quem deve pagar a conta.
São muitos os casos de prefeitos que se aborrecem com o insucesso eleitoral e deixam de cumprir suas obrigações, no apagar das luzes do mandato. Assim, desconsideram acordos, contratos, convênios e compromissos, deixando os municípios à própria sorte. Desse modo, os serviços prestados ao cidadão perdem em qualidade, ou deixam de ser ofertados.
Não deveria ser assim, pois se espera que um gestor responsável e sério cumpra, com honradez, o seu mandato até o final. Um boa iniciativa seria o prefeito, imediatamente após a divulgação do resultado das eleições, se reunir com os servidores do município, dizendo-lhes que seus patrícios merecem o melhor, logo a expectativa é que todos continuem trabalhando seriamente até o último dia de seu governo.
Em sua fala, o gestor deveria lembrar que o êxito de usas realizações é mérito de cada um, por isso, tudo que se realizou de importante foi graças à participação de todos. E, falando diretamente para os servidores, o gestor demonstraria apreço, carinho e gratidão pelo esforço de todos.
Em vez de murmuração, devido ao insucesso nas urnas, ele deveria levantar a cabeça e realizar seu trabalho, para encerrar sua gestão do melhor modo possível. A perda de uma eleição não pode acarretar nenhum prejuízo ao cidadão. E o gestor municipal tem que ter consciência disso, pois é um momento em que os eleitores o avaliam, a fim de ver se ele merecerá apoio, numa próxima empreitada eleitoral. Se ele, apesar da derrota, continuar prestando, cada vez mais, um melhor serviço, certamente terá credibilidade.
Porém não é isso que se observa. Em muitas cidades em que os números foram desfavoráveis à atual administração, a população enfrenta problemas, com a redução da oferta, ou corte de serviços essenciais, um crime contra a população que, em tese não poderia sofrer nenhum prejuízo por conta do resultado das eleições.
Em muitos municípios, o insucesso eleitoral do atual gestor deixa os servidores apreensivos, sem saber se vão receber os salários de novembro e dezembro em dia. O risco de atraso do 13° também é grande. Essa possibilidade gera insegurança, preocupação e instabilidade emocional. Mas um gestor sério e honesto deve honrar seus compromissos, evitando ferir os direitos dos trabalhadores e sem deixar pendência para o futuro gestor, independente de ser ele aliado ou não.
Essa atitude rara, que se observa em alguns gestores, deve ser louvada, pois diante de tantos escândalos e irresponsabilidade, no meio político, ela nos eleva a esperança, já que nos permite crer que os interesses da sociedade se colocam acima dos caprichos pessoais. Pena que não é sempre assim. Ainda somos carentes de bons exemplos, de bons políticos. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Fim das eleições 2012

O pleito eleitoral 2012 se encerrou no dia 28/10, com a eleição dos prefeitos e dos vices, que vão administrar as cidades, nos próximos quatro anos, a partir de janeiro de 2013. Muitas surpresas apareceram, mostrando acordos feitos, mais em função da conveniência pessoal e dos partidos do que da coerência política. O exemplo da cidade mineira de Contagem ilustra bem essa afirmação, já que as alianças do primeiro turno não se mantiveram no segundo. 
Como a prefeita Marília Campos está concluindo o seu 2º mandato de forma bem positiva, conforme demonstram as pesquisas de opinião que avaliam o seu governo, seria plausível acreditar que o candidato apoiado por ela chegasse ao segundo turno das eleições. Até aí, tudo bem, nenhuma novidade. A grande surpresa, porém, foi o fato de dois candidatos de legendas da base de apoio ao governo Dilma chegarem à disputa final. Talvez a maioria dos contagenses acreditasse na disputa, envolvendo um candidato da base aliada e o Ex-prefeito Ademir Lucas, do PSDB, principal partido de oposição aos governos petistas em todas as instâncias de poder, o que não ocorreu.
De alguma forma, esse panorama mexeu com a cidade, transformando o segundo turno numa nova eleição. Partidos e candidatos que apoiaram uma candidatura, rediscutiram o assunto e, revendo suas posições, fizeram novos acordos e até mudaram de lado, na reta final da campanha. Certamente, isso gerou muita confusão na cabeça das pessoas que, de repente, precisaram optar entre dois caminhos, sem um antagonismo aparente.
Esse fato inusitado, na história de Contagem, representou um grande desafio para os eleitores que, por estarem satisfeitos com o governo da prefeita Marília Campos, naturalmente apoiariam o candidato indicado por ela. Ocorre que o PC do B, partido do candidato concorrente, também fez parte de seu governo, até o período da desincompatibilização. Essa situação deixou o eleitor indeciso, pois, apesar dos discursos contundentes, na prática, ele não conseguiu estabelecer o  confronto entre as duas candidaturas.
Veja que complicação: de um lado, a prefeita Marília Campos apoiando o deputado Durval Ângelo, do outro, o vice-prefeito, Agostinho Silveira, trabalhando pelo também deputado Carlin Moura; o prefeito re-eleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), apoiando o candidato Carlin Moura, que concorreu com o petista, Durval Ângelo,  que teve como vice na chapa, Leo Antunes, do PSB, mesmo partido de Lacerda; candidatos a vereadores, eleitos, re-eleitos ou não, que estavam com um candidato, no primeiro turno, no segundo, mudaram de lado, deixando o eleitor com a responsabilidade de tomar uma decisão difícil diante de uma situação complexa.
Um fato incrível foi a presença dos ex-prefeitos, Newton Cardoso e Ademir Lucas, adversários históricos, na política de Contagem, ficarem juntos, no segundo turno, apoiando o candidato Carlin Moura. Muitos acharam estranha essa aliança e a usaram como critério de escolha. Outros, não deram importância a ela, pois as alianças são normais por mais improváveis que pareçam. Apenas para ilustrar, os candidatos do PSOL, Edmilson Rodrigues, de Belém, e Clécio Luís, de Macapá, na disputa do segundo turno, receberam apoios do PT e do DEM, respectivamente. Este último, do ponto de vista da coerência político-partidária, seria um apoio totalmente injustificável. Mas aconteceu.
Assim, com tantas novidades, o eleitor, de um modo geral, teve muitos motivos para ficar desconfiado. Como acreditar nos políticos, se ao final são os interesses pessoais, ou dos partidos que prevalecem e não a vontade ou as necessidades da população? Por isso, não podemos acusar o povo, dizendo que ele tem o governo que merece. Sem uma reforma política profunda, ele continuará tendo o governo possível, mesmo que seja o indesejado.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Preparação para a vida

A preparação para a vida é um desafio que se coloca para a sociedade, o poder público e o setor privado, que precisam garantir o direito que cada ser humano tem de exercer plenamente a sua cidadania. Nesse sentido, precisamos dar ao sujeito condições de desenvolver sua autonomia, para tomar decisões, de forma consciente e responsável.
Somos pessoas sensíveis e como tal devemos labutar em favor do bem-estar daqueles com os quais convivemos. Mas, para isso, devemos entender que o amor e a solidariedade devem ser praticados por cada um que deseja um mundo e uma sociedade melhor para todos.
Preparar o sujeito para a vida não se resume a transmitir-lhe ensinamentos; significa caminhar com ele, na construção de conhecimentos. A prática da produção do saber é a melhor forma de desenvolvimento da autonomia e do senso crítico e criativo do aprendiz.
Esse conceito de processo formativo é interessante, pois nos deixa em condições de constante aprendizagem. Ele coloca em xeque a concepção, segunda a qual, uns são inteligentes, detêm o saber e o transmitem aos que precisam de ensino, evidenciando que há diferentes níveis de conhecimento, o que possibilita tanto a quem instrui quanto a quem é instruído aprenderem um com o outro.
A preparação para a vida ocorre então, quando trabalhamos na perspectiva de darmos ao sujeito possibilidades de exercer seu papel social na comunidade em que vive, na igreja em que congrega, nas entidades representativas dos segmentos sociais e profissionais. O sujeito pode até não exercer um papel de liderança, mas deve ser preparado, pois no momento em que surgir a oportunidade, desejando ele aproveitá-la, estará pronto para tal.
O trabalho é um componente importante na vida do cidadão, mas não contempla a totalidade da dimensão humana. Preparar única e exclusivamente para o mercado seria tirar o que há de mais sagrado do ser humano, ou seja, a possibilidade de ele crescer integralmente, buscando sua realização pessoal, incluindo nesta as atividades profissionais.
Quando adotamos esse conceito de formação humana, aprendizagem permanente ou continuada, tudo que fazemos pode ser prazeroso e agradável, uma vez que, neste sentido, o trabalho figura não como fim único, como labor difícil, penoso e desgastante, mas como um exercício educativo, de descoberta, de crescimento e de complemento da personalidade.
O sujeito, antes de ser um trabalhador, é um ser humano, dotado de outros atributos, aspirações e desejos. Sua formação integral possibilita-lhe o desenvolvimento de sua autonomia para alcançar a autorrealização, a felicidade e o prazer naquilo que faz. Com isso, ele aprende a ser, a aprender e a conviver, buscando estratégias sábias para enfrentar, com êxito, os desafios da realidade que o cerca.
 Desse modo, é possível entender que tudo que somos e realizamos deve ser visto como um processo de formação, já que a vivência e a experiência de cada um nos permite tirar infinitas lições de aprendizagem. Assim, cada sujeito, com esse nível de consciência, independente da idade, certamente será feliz, aprendendo cada vez mais e, consequentemente, se preparando melhor para a vida.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dia do professor

Um profissional imprescindível ao desenvolvimento da sociedade e que não tem o reconhecimento e a valorização que merece é o professor. Por isso, ele se prepara e, em vez de assumir o magistério, se dedica a outras atividades, já que o sentimento de abandono o afasta do papel de educador.
Nas ocasiões em que discutimos o tema vocação profissional, com alunos do ensino médio, pré-vestibular e educação tecnológica, ficamos desapontados ao constatarmos a forma como eles encaram o ofício de ensinar. Raramente, alguém menciona o magistério como uma de suas opções profissionais. Se há alguém que pensa em ser professor, prefere ocultar esse desejo, talvez para se poupar das críticas dos colegas, como se fosse vergonha ou crime a manifestação de tal vontade.
O professor vive cansado, exercendo suas atividades sem as condições mínimas, o que torna seu trabalho penoso, repleto de obstáculos. Com isso, o brilho da sua trajetória de mestre, de sábio que, com amor, semeia o bem, a cultura, acaba mudando de rumo no desenrolar do percurso.
O que mais desgasta o mestre é a falta de respeito. O educador, apesar de sua dedicação, de seu empenho, não é tratado com dignidade. Sobre ele, há uma sobrecarga de trabalho que o sufoca, não lhe dando possibilidades de viver com qualidade. E não dá pra ser diferente, uma vez que sua remuneração é pequena e, para garantir lhe a sobrevivência, só mesmo duplicando ou triplicando sua jornada de trabalho.
É duro admitir que o MEC fixou em apenas R$ 1.451,00 o piso nacional de salários para os professores da rede pública em 2012. O pior é que há municípios e estados brasileiros que acham que não devem pagar esse valor por uma jornada de 40 horas. Pouco mais de dois salários mínimos é o que nossas autoridades pensam que o professor merece para formar cidadãos e profissionais em condições de elevar o país ao nível de primeiro mundo. Ou seja: em vez de um investimento para o futuro, a exploração do trabalho do mestre e, consequentemente, a precariedade do ensino ministrado.
 Não é fácil ser professor, pois diariamente ele se acha sob os olhares de alunos, pais, comunidade, órgãos governamentais e de outros segmentos organizados da sociedade civil. Como ele é luz que ilumina caminhos, resgata vidas, promove o ser humano e inspira o desenvolvimento sustentável da humanidade, mesmo sem a devida recompensa para isso, todos lhe cobram eficiência no trabalho e qualidade nos resultados do ensino.
Essas razões explicam um pouco a falta de motivação e de entusiasmo dos estudantes em relação ao magistério. Com tantas coisas concorrendo, de modo paradoxal, a busca por essa profissão será cada vez mais rara. Logo precisamos tocar à sensibilidade das pessoas, despertando nelas o desejo de lutar em defesa de uma vida digna para o professor. Com esse sentimento de amor, carinho e de renovado apreço, o mestre se sentirá verdadeiramente homenageado, já que seu sonho é ter condições de sempre contribuir, com seu trabalho, para uma vida melhor para todos.
Um feliz dia do professor a todos os mestres!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Importância do voto

A caminhada em busca de uma realidade coerente com as necessidades do município e das famílias que nele habita deve ser responsabilidade de todos os cidadãos de bem que pode contribuir, positivamente, com o simples gesto de votar, desde que isto se dê de forma consciente.
Nesse momento, o cidadão deve pensar nas dificuldades encontradas para conseguir atendimento nos serviços de saúde, na falta de segurança que o cerca, na violência que aterroriza as cidades, na qualidade da educação que recebe, nas medidas de combate ao uso e tráfico de drogas, no desenvolvimento sustentável, nos programas de geração de renda e nas políticas de preservação da integridade do ser humano, em especial, das crianças, adolescentes e terceira idade.
A saúde sempre foi motivo de questionamento da maioria que dela necessita. A demanda aumenta a cada dia, a procura excede à oferta, ocasionando a falta recursos humanos e materiais, falta de leitos e até de unidades hospitalares, falta de funcionários qualificados e motivados a prestarem um bom atendimento aos pacientes.
A violência é um desafio que precisa ser enfrentado com sabedoria, pois muito se fala dela, mas poucos têm clareza do que deve ser feito para garantir as condições mínimas de segurança aos cidadãos de bem. As leis são falhas, dando margem à impunidade. Com isso, as pessoas de má índole vão encontrando espaços para agir, de forma criminosa, atemorizando cada vez mais a sociedade.
A questão do uso e do tráfico de drogas muito nos preocupa e contribui sobremaneira com o agravamento da violência. Cada vez mais crianças e adolescentes são envolvidos, trazendo sérias consequências à sociedade e às famílias, que ficam impotentes e, muitas vezes, destroçadas, diante do problema. Isso afeta diretamente a educação, pois o número de adolescentes e crianças que se envolvem com o uso e a venda de entorpecentes, no ambiente escolar, cresce assustadoramente.
O envolvimento com as drogas compromete a formação da nossa juventude que, diante da cultura política do país, muitas vezes corrupta, se desperta para a impunidade. Daí vem a falta de limites da criança e do adolescente, a falta de estrutura familiar, que se somam às limitações do trabalho do educador, influindo negativamente na dinâmica escolar, trazendo sérios prejuízos à qualidade do ensino desenvolvido.
Além dessas questões, temos que nos preocupar com saneamento básico, com a construção de mais moradias para as famílias de baixa renda, com o progresso do município, com a ampliação dos programas de geração de renda, com a empregabilidade e com o progresso do município, segundo os princípios desenvolvimento e sustentabilidade. O cidadão merece uma vida digna, logo precisamos de lideranças que ataquem esses problemas com coragem, eficácia e competência.
Por essas e outras razões, antes de decidir em quem votar, o eleitor deve pensar muito nessas demandas, já que elas interferem diretamente na vida de seus familiares e da sociedade. Não basta apenas ver os candidatos discursando bonito sobre tais problemas, pois há décadas sabemos que eles existem. Precisamos é de propostas que apontem alternativas inovadoras para a solução de cada um.
Assim, devemos ficar atentos, observando o comportamento daqueles que disputam nosso voto. Se eles apenas falam dos problemas, pouco farão para solucioná-los, pode ser apenas uma retórica eleitoreira. Ao contrário, aqueles que são propositivos têm maiores chances de realizar mudanças, já que firmam um compromisso com o eleitor, abrindo brechas para serem cobrados, na gestão de seus mandatos. 

Importância das eleições municipais


Nesse domingo (7/10), acontecem as eleições para definir os ocupantes do legislativo e do executivo municipal, que vão conduzir os destinos da cidade, nos próximos quatro anos. Certamente, os eleitores estão preocupados com a grande responsabilidade que pesa sobre seus ombros, na hora de depositar, na urna eletrônica, seu voto de fé e de esperança em dias melhores.
Essa atitude do eleitor demonstra o quanto avançamos, em termos de consciência política. Antes, a eleição era apenas um momento lindo, de disputas acirradas, belas falas, ruas coloridas, de barganhas, de vendas e compras de votos. De um modo geral, os espertalhões aproveitavam a euforia do momento para tirarem proveito da situação. Felizmente, isso mudou. Hoje, a reflexão e a análise fazem parte das ações do eleitor, em busca de critérios a serem considerados na escolha de seus candidatos.
Nesse sentido, cuidadosamente, o eleitor escolhe alguém em condições de realizar melhorias significativas para a sociedade. Logo, precisa dar um passo certo na direção das urnas. Sua chance de contribuir, de forma decisiva, estará ali, com ele, no solitário ato de votar.
Isso é fundamental, principalmente, em se tratando de eleições municipais, pois tudo acontece no município e reflete diretamente na vida do cidadão. O município é o berço da cultura política nacional, é o espaço onde vivem as famílias, convivendo com os diferentes tipos de problemas que precisam ser combatidos e solucionados. A realidade do cidadão não está na esfera federal, nem na estadual e sim na municipal. Em Torno dele, cruzando seus caminhos, estão as questões que precisam de encaminhamentos a longo, médio e curto prazo. Por isso a qualidade da intervenção política de cada um de nós deve melhorar sempre.
O eleitor, o voto, a urna e um amontoado de problemas na cabeça. Decisão difícil, pois nunca se sabe quem, depois de eleito, se dedicará melhor, na busca das soluções tão necessárias e esperadas. No fundo, não há plena confiança, nem certeza, já que a nossa cultura política, ao longo dos anos, somente nos trouxe desilusão e descrença.
Eu sou otimista e me envolvo muito com o processo eleitoral. Como cidadão, estou sempre motivado a fazer alguma coisa que resulte em melhoria para todos. Logo essa oportunidade de dar um voto de confiança a alguém com perfil adequado ao bom exercício político muito me anima.
Se o cidadão aprimora sua participação política, ele contribui com a formação da identidade e do cenário político nacional. Muitas vezes, não resolvemos os problemas de base, porque ficamos esperando soluções vindas do governo federal e estadual, o que é um erro, pois somente quem convive com os problemas é capaz de conceber as melhores propostas de solução.
Por fim, do mesmo modo que um edifício se constrói do alicerce para o teto, a prática da boa política deve partir da base, já que as instâncias federal e estadual são reflexos da cultura política gerada nos municípios. Por isso, nessas eleições, não devemos votar apenas para cumprir uma obrigação e sim procurando melhorar a qualidade de nossos representantes. Desse modo, a sociedade tem a chance de receber um serviço de melhor qualidade, à altura do que realmente merece.
Um bom pleito eleitoral a todos!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Eleições municipais 2012

O dia 7 de outubro de 2012 se aproxima. Com ele, as expectativas de mais um pleito eleitoral. Os candidatos intensificam os trabalhos de campanha, vão para o corpo a corpo com o eleitor, faz suas projeções à espera de um final feliz.
Nesse momento, todos têm chances, tanto os que são animados pelos resultados das pesquisas, quanto aqueles considerados de pouca probabilidade eleitoral. Para estes, a verdadeira pesquisa está no voto do eleitor que, por ser secreto, ninguém sabe como vem, nem para onde vai. O certo é que todos sonham com o sucesso e é graças a esse sonho que as forças se renovam e a campanha ganha um colorido especial.
Essa corrida eleitoral, como sempre, revela algumas coisas que nos deixam apreensivos em relação às possibilidades de mudança da nossa realidade. Grande parte dos eleitores se mostra indiferente, sem muita empolgação. Estão descrentes em relação à política e aos políticos.
Não é pra menos. A prática da corrupção, antes escondida, hoje evidente, contribui para esse sentimento do eleitor. No domingo (16/9), num encontro familiar, ouvi depoimento de algumas pessoas mais experientes, dizendo que iam anular o voto, pois os políticos são todos corruptos. Para sustentar essa tese, ressaltaram a participação de toda uma geração que lutou bravamente para a queda do regime militar, defendendo princípios éticos, justiça social, honestidade e probidade administrativa. Hoje, muitos daquela liderança que seguiu uma trajetória linda rumo à democratização do país, estão no banco dos réus, sendo julgados pela Suprema Corte (STF), pelos crimes de formação de quadrilhas, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e tantos outros.
Três dias depois, minha filha, de 17 anos, foi participar de um treinamento profissional e dentre as atividades propostas, todos deviam escrever uma redação. Dos temas sugeridos, um era política. Quando o instrutor os apresentou, espontaneamente, quase em coro, os jovens refutaram e descartaram a política. Quando questionados, alguns disseram que política é só corrupção e roubalheira, por isso preferiam falar de outros assuntos.
Dois momentos distintos, duas situações importantes, envolvendo dois grupos de realidades e experiências tão diferentes. Todavia, o mesmo sentimento: descrença, revolta e indignação. Descrença em relação a mudanças, revolta por causa dos escândalos e indignação pela vergonha de terem que participar da eleição de tantos oportunistas e usurpadores.
Diante dessas colocações, fiquei pensando o que poderia ser feito, para apagar esse negativismo das pessoas. Algumas coisas estão avançando, mesmo que num ritmo aquém do que desejamos. Antes a corrupção existia, sem que alguém pudesse fazer alguma coisa para combatê-la. A imprensa era bombardeada com choques de silêncio, vozes se calavam ante os horrores da repressão, a sociedade emudecia, temendo represália.
Hoje, muita coisa mudou: a liberdade de expressão que conquistamos facilita sobremaneira o acesso às informações e nos possibilita conhecer melhor as propostas e a vida das pessoas nas quais estamos votando. O acesso às informações dá condições ao eleitor de avaliar os candidatos e de escolher aqueles mais corretos e comprometidos com a decência, com a justiça e com a honestidade. Por isso, em vez de alimentarmos a descrença por causa dos crimes de muitos, vamos aproveitar os instrumentos e a força que temos para substituirmos os maus políticos por outros melhores.

domingo, 16 de setembro de 2012

Qualificação profissional

Não é novidade dizer que há uma necessidade grande de qualificação profissional em nosso país. Sempre deparamos com empresários e especialistas do mundo do trabalho dizendo que há muitas vagas, mas que faltam trabalhadores qualificados para ocupá-las. Desse modo, quem quiser aumentar as chances de empregabilidade precisa sair em busca de uma melhor preparação.
Em Contagem, MG, observamos grandes iniciativas do governo municipal que, sensível a essa necessidade de qualificação, vem desenvolvendo vários projetos, com recursos próprios e em parceria com o governo federal e com entidades não governamentais, visando ampliar as possibilidades de trabalho para os adolescentes, jovens e adultos da cidade.
Para a prefeita Marília Campos, já no final do segundo mandato, a qualificação profissional sempre foi prioridade, por isso ela não mediu esforços para firmar parcerias, no sentido de dar oportunidade de crescimento pessoal e profissional aos contagenses que realmente desejam e precisam.
O Centro de Formação do Trabalhador de Contagem (CEFORT) é um exemplo desse esforço da prefeita Marília Campos que, ao lado da Secretária do Trabalho e Geração de Renda, Maria Lúcia Guedes, já propiciou a qualificação de cerca de 3 mil pessoas, de fevereiro de 2010 até setembro de 2012. Esse sucesso nos mostra o quanto a prefeita Marília Campos é comprometida com as necessidades e com os sonhos daqueles que buscam melhorar suas condições de vida.
Os principais cursos realizados, no CEFORT, em 2010, 2011 e 2012, foram padaria, costura industrial, estética, cabeleireiro, informática, soldador, mecânico de auto, eletricista predial, gestão e empreendedorismo, auxiliar administrativo, capacitação básica para o trabalho e culinária. Na quarta-feira (12/09/2012), aconteceu a 4ª formatura do ano, no CEFORT, com a entrega de certificados aos alunos dos cursos de costura industrial, informática, gestão e empreendedorismo, estética facial, designer de sobrancelhas, auxiliar administrativo, auxiliar financeiro e capacitação básica para o trabalho. Foi um momento festivo, vivido intensamente pelos formandos e seus convidados.
Essa caminhada, na qualificação profissional já abriu, para muitos, as portas do emprego e, para outros, trouxe a possibilidade de geração de renda, de forma autônoma ou cooperada. O mais importante de tudo isso é que, além de gerar renda, as pessoas se descobrem, elevam sua autoestima e aprendem a usufruir de uma vida com mais qualidade. Que esse exemplo seja seguido por outros gestores para facilitar a inserção social e produtiva de muitos que ainda se encontram marginalizados, sem a garantia de seus direitos de cidadania.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O voto jovem


O título desse texto me permite fazer uma reflexão acerca da importância do voto do eleitor menor de 18 anos, em especial, daquele que, dizendo-se desmotivado, insiste em não participar ativamente do pleito eleitoral, nesse ano de 2012.
Em geral, há uma descrença grande do eleitor por causa dos absurdos e das manobras daqueles políticos que só pensam em criar fortes esquemas que lhe garantam vantagens pelo máximo de tempo possível. Esse sentimento acaba contaminando o menor de 16 e 17 anos que, muitas vezes, prefere abrir mão do seu direito de votar a correr o risco de ajudar a eleger candidatos desonestos e sem compromisso com a construção de uma sociedade melhor.
Quando penso nestas questões, reporto-me ao período da ditadura militar, tempo em que havia lutas, principalmente da juventude, que enfrentava dificuldades e riscos de toda ordem pela conquista das eleições diretas em nosso país. Vários foram os movimentos que levaram multidões às ruas em busca da tão sonhada liberdade de expressão e do exercício democrático.
Essas mobilizações, muitas vezes, acabavam em perseguições, torturas, prisões, exílios e mortes. Muitos, na esperança de conquistarem a liberdade, eram forçados a darem a própria vida em troca de tão nobre causa. O regime de exceção era cruel, não dava trégua, perseguia, espancava e torturava, tentando silenciar a boca, principalmente das lideranças mais ousadas e corajosas.
Todavia, ao mesmo tempo em que havia a prática perversa do governo autoritário, despontava uma forte consciência política que conseguia mobilizar milhares de pessoas, fazendo frente aos abusos dos comandantes militares. Por isso, se hoje podemos escolher os ocupantes do poder executivo e do legislativo foi graças a essa gente que, pensando à frente de seu tempo, romperam as muralhas da repressão política brasileira.
Hoje, quando constato que cerca 3 milhões de eleitores brasileiros são menores de 18 anos e que muitos destes não pretendem exercer seu direito de votar, fico pensando naqueles que passaram grande parte de suas vidas, lutando para que esse momento se concretizasse. Para quem não tinha o direito de abrir a boca, o voto aos 16 anos seria realmente um sonho longínquo, uma grande conquista.
Os adolescentes brasileiros precisam retomar sua militância política, pois a força, a garra, a vontade e o patriotismo deles devem ser canalizados em favor do aprofundamento democrático. Eles contribuíram decisivamente para o fim da ditadura militar, conquista das eleições diretas e o Impeachment de Fernando Collor, levando multidões às ruas, com graça, entusiasmo e criatividade. Certamente, essa lição não pode ser interrompida.
A participação política dos jovens menores de 18 anos sempre cumpriu um papel importante em nossa sociedade. As conquistas que experimentamos hoje estão cunhadas com a força e o vigor da juventude de outrora. Por isso, os adolescentes devem buscar outras realizações como a reforma política, reforma do sistema eleitoral, reforma tributária, fim da corrupção e tantas outras práticas que carecem do brado juvenil para entrar nos caminhos da justiça e da modernidade. Pelo fato de o voto ser opcional, o adolescente não pode abrir mão desse direito, devendo aproveitá-lo como instrumento de conscientização para outras conquistas.  

sábado, 1 de setembro de 2012

Eleições

Nesse momento de corrida eleitoral, devemos escolher candidatos ao executivo e ao legislativo comprometidos com os direitos de cidadania, principalmente, dos mais necessitados de apoio, compreensão e amor.
Não há como pensar no ser humano, sem levar em conta que, por ser humano, ele é digno de todo respeito. Essa é uma frase recitada por muitos, às vezes até mecanicamente, sem um juízo de valor mais significativo, o que é uma pena, pois quanto mais nos distanciarmos da sua acepção real, menos consciência teremos da nossa cidadania.
É comum a sociedade valorizar as pessoas pelo que elas têm e não pelo que são. Assim, se alguém é poderoso, notável, famoso ou abastardo financeiramente, todos o respeitam, mesmo que dono de um caráter duvidoso. Neste caso, a pessoa vale pelo que tem, não pelo que é; vale a aparência, não a essência.
Esse comportamento, no meio político, é muito normal. Muitos candidatos fazem um enorme esforço para construírem uma imagem que pouco ou quase nada reflete o que são verdadeiramente. No fundo, desejam demonstrar aos outros sua “bondade”, sua “lealdade”, sua “honestidade”, mesmo que tais coisas não façam parte do seu caráter, da sua personalidade.
O exercício da cidadania pressupõe a garantia de direitos, mas também o cumprimento dos deveres e responsabilidades. A cidadania, portanto, é uma via de mão dupla. Assim quem tem consciência de seus deveres e obrigações deve agir sempre pensando em ser justo com o semelhante, a fim de garantir a este os seus direitos. Quem percebe qualquer ato de injustiça deve lutar para combatê-lo. Quem deixa de fazer tal coisa não age como cidadão.
É comum nós censurarmos os outros, principalmente os mais fracos, por não lutarem por seus direitos. Em relação a esse tema, há muita hipocrisia, especialmente daqueles que gozam de poder e privilégios na sociedade. A cidadania deve sempre ser um alvo, uma busca incessante por parte de todos. Sua prática depende de vontade, amor ao próximo, consciência, compreensão, senso de justiça e sentimento humanitário.
A defesa dos direitos de cidadania precisa sair dos discursos e se efetivar na prática. Logo qualquer sujeito, seja rico, ou pobre, poderoso, ou não, tendo consciência de seu papel de cidadão, deve agir pensando em fazer o que é bom para a sociedade, já que nesta estão as pessoas que precisam viver condignamente. Para isso, nem é preciso muita coisa, basta recorrer à Constituição Federal, pois lá estão arrolados os direitos e os deveres indispensáveis ao exercício da cidadania. É preciso praticá-los e não utilizá-los apenas como artifício de retórica.
Sendo assim, nesse momento de corrida eleitoral, é bom ficarmos atentos para apoiarmos quem realmente tem compromisso com os direitos de cidadania, descartando os oportunistas. Não é fácil separar o joio do trigo, mas a história pregressa e a coerência dos candidatos já nos dizem muita coisa. Em meio a tantas indefinições, esse deve ser um critério importante a ser considerado em nossas escolhas.