Nesse momento em que o mundo se
prepara para prestar as ultimas homenagens ao ano que se encerra, é oportuno
fazermos um balanço do que realizamos ao longo desse período de 12 meses de
luta e trabalho.
É comum concebermos o sentido de realização
apenas relacionado à conquista material e pessoal. Desse modo, o indivíduo se
sente realizado, quando consegue ascensão profissional, aumento de salário,
prestígio político, fama e ampliação de patrimônio. Ao pensarmos assim, devemos
ficar atentos aos riscos de uma supervalorização material em detrimento dos
direitos de cidadania. A busca incessante por resultados financeiros, por fama
e sucesso pessoal pode-nos fazer atropelar direitos e sentimentos,
principalmente das pessoas simples e menos favorecidas.
O sentido de realização deve ser visto
também por outro prisma, já que o ser humano não se restringe apenas ao aspecto
material. Há o lado humanitário, o fundamento mais importante que move a nossa
existência. Logo ao fazermos um balanço das realizações ocorridas, nesse ano
que expira, devemos levar em consideração tudo que foi feito fora da realidade
material. Assim, podemos avaliar o que fizemos e como fizemos em prol do bem
comum. E se não o fizemos, é hora de pensarmos o que é possível empreender para
que doravante algo nesse sentido faça parte da nossa vida.
Esse modo de pensar, agir e viver é
importante porque sempre há alguém próximo de nós à espera de carinho e
atenção. Logo sempre que pudermos partilhar o que somos com quem realmente
precisa, estaremos realizando um grande bem. Ou seja, o ato de socorrermos alguém,
de ajudarmos um necessitado, de ouvirmos um desesperado são manifestações de
amor que farão uma grande diferença na vida de quem se sente acolhido e
amparado.
Essa reflexão oportuna nos leva a um
exame de consciência, a fim de mensurarmos o valor das nossas realizações ou a
gravidade das nossas omissões. Assim aqueles que perceberem que poderiam ter
feito mais, poderão aproveitar o ano que se inicia, para fazê-lo. Para isso,
não será preciso grandes coisas, pequenos gestos poderão provocar mudanças
acentuadas na vida de quem os espera.
A paciência com o semelhante, a
mansidão nas ações, o autocontrole diante das situações difíceis, o equilíbrio
na tomada de decisões, a força de vontade, a coragem e o desejo de ajudar o
próximo são sementes que carecem ser regadas para produzirem bons frutos. Por isso,
no decorrer do ano que se inicia, vamos usar de nossa liberalidade para ajudar
quem realmente precisa. O pouco que fizermos, nesse sentido, representará
muito, no momento de avaliarmos as nossas realizações.
Enfim, os bens materiais, o sucesso, a
fama e o prestígio político são importantes, desde que sejam colocados a
serviço do bem comum. Do contrário, a conquista será vã, valerá pouco a pena,
pois sufocará o que há de melhor em nós. Ou seja: o sentimento de solidariedade
e amor. Um Ano Novo feliz implica a melhoria do nosso modo de ser. Que assim
seja, para o nosso próprio bem, pois conforme dizem as sagradas escrituras,
cada um colhe, segundo o que semeia. Semear o bem, portanto, é o que há de mais
importante, a fim de colhermos uma sociedade justa, humana e solidária. Essa
será sem dúvida a nossa principal realização.