Mostrando postagens com marcador Artigos (Jornal). Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Artigos (Jornal). Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Reforma política séria

A reforma política somente será séria se propiciar ao cidadão brasileiro condições de escolher melhor os políticos para administrar o país, sem abuso de poder, sem desperdiço de dinheiro público e sem corrupção. Enquanto os eleitos tiverem o poder de manipulação e a sociedade nenhum instrumento eficaz para acompanhar e fiscalizar as suas ações, a reforma será apenas um exercício de retórica, nada mais.
No atual sistema, os eleitores só têm contato efetivo com os candidatos durante o processo eleitoral. Passadas as eleições, os vitoriosos se refugiam em seus castelos, para usufruir de todos os privilégios que o mandato lhes proporciona, sem que os olhares dos eleitores possam alcançá-los.
O primeiro passo, para encurtar a distância entre o político eleito e o cidadão seria rever todo o sistema político-eleitoral, para que a sociedade tivesse condições de contribuir com a melhoria da qualidade de atuação de nossos políticos. Lógico que não tenho a solução para corrigir as distorções que vemos em torno dessa questão, mas estou certo de que, se não inovarmos com ousadia, gastaremos tempo e dinheiro sem nenhum avanço.
Não dá mais para continuarmos elegendo pessoas que somem depois das eleições, reaparecendo somente às vésperas do próximo pleito eleitoral, com os mesmos engodos e argumentos falaciosos de antes.  Por que então não pensarmos na possibilidade do voto distrital? Essa seria uma mudança interessante para que o eleitor não perdesse de vista o seu representante político.
Lógico que se o candidato não puder colher votos em todas as regiões, como ocorre hoje, o eleitor terá maiores chances de acertar, já que, pelo critério geográfico, teria um número menor de candidatos para analisar, o que melhoraria a qualidade da representação, dando mais condições à sociedade de exercer sobre eles uma fiscalização mais efetiva. Com essa mudança na eleição proporcional (vereadores, deputados estaduais e federais) seria eleito o candidato mais votado, com domicílio eleitoral, na região, o que o aproximaria de fato do eleitor.
Outro ponto que precisa ser revisto é a figura do suplente de senador. Ora, sendo possível votar em dois candidatos ao senado, no caso de impedimento do eleito, deveria assumir o segundo mais votado e não alguém que permaneceu filosoficamente morto no decurso de todo o processo eleitoral. Na pior das hipóteses, o eleitor deveria ter a oportunidade de escolhê-lo por meio do voto, mediante julgamento de propostas e compromissos defendidos em campanha. Muitas vezes o cidadão só fica sabendo quem é o suplente de senador, no momento em que este assume o cargo em substituição ao titular. Uma verdadeira palhaçada, um profundo desrespeito ao eleitor.
Além disso, o regime bicameral no Congresso é também muito discutível. Será realmente necessária a existência de duas instâncias para garantir a democracia em nosso país? Creio que não. Até aqui, o regime bicameral, tão dispendioso para o país, pouco ou nada fez para mudar essa realidade. Ele tem servido como artimanha dos políticos para se beneficiarem, visando lucros exorbitantes, fama, privilégios e, consequentemente, permanência no poder. Uma reforma política não será séria, sem rever essa questão, no sentido de reduzir os gastos pela metade, melhorando pelo menos em 70% a eficiência do exercício legislativo.
Esperamos, pois, que os reformistas tenham coragem de rever essas questões para eliminarmos, em parte, as raízes da corrupção.

Reforma política brasileira

Se há um tema que muito me incomoda é esse da reforma política brasileira. Vejo muita hipocrisia nas discussões sobre tal assunto, pois no fundo não percebo possibilidades de aprofundamento democrático, na maioria das propostas apresentadas para o debate. Penso que uma reforma política verdadeira deve trazer como conseqüência o fim dos privilégios assegurados à classe política, o fim da corrupção e o fim do desvio de dinheiro público em benefício de poderosos.
A realidade política brasileira ironicamente me faz lembrar a época do Brasil Colônia, revelando uma sociedade dividida entre os poderosos e o povo que lhes servia. De um lado, a “Casa Grande”, com toda espécie de mordomias. Ou seja: um salário de de R$33,7 mil mensais, auxílio moradia de R$4,2 mil, cotas de R$30,2 mil a 44,9 mil para passagens, telefones, correios e fretamento de aeronaves, verba de gabinete de R$92 mil para contratação de 25 funcionários em cargos de confiança, reembolso de gastos com tratamento de saúde, veículo particular de luxo, detre outros. E bem distante desse paraíso terrestre, encontra-se a Senzala, da qual faz parte a maioria do povo brasileiro, que luta muito para honrar seus compromissos, pagando altos impostos, inclusive, para sustentar as mordomias de nossas autoridades.
Uma reforma política verdadeira deve corrigir tais injustiças. Não é possível pensar em democracia, sem um tratamento justo para todos. Enquanto existir privilégios para alguns, com o país gastando anualmente cerca de R$ 23 milhões por dia para manter as mordomias dos 513 deputados federais e dos 81 senadores, o discurso em favor da democracia não passará de uma arte retórica, pois sua prática continuará produzindo uma maioria de injustiçados.
Partindo desse princípio, é possível pensar algumas propostas, passando pela democratização interna dos partidos, o fim do voto obrigatório, um mandato de cinco anos para todos os cargos e apenas uma reeleição para os cargos do legislativo brasileiro.
Não há como pensar no exercício democrático, sem que os partidos políticos mudem seus critérios na indicação de seus candidatos. Normalmente, a escolha daqueles que disputam cargos, tanto para o executivo quanto para o legislativo, é feita pela cúpula partidária e não por meio do voto de seus filiados. No fundo, prevalece a vontade do mandatário maior.
Outro ponto importante a ser considerado, no processo de redemocratização do país, seria o fim do voto obrigatório. É preciso respeitar o direito do cidadão de querer ou não querer votar. Enquanto ele for obrigado a isso, será impedido de exercer livremente a sua liberdade. Votar, de acordo com o princípio democrático, deve ser opção e não obrigação.
A unificação do processo eleitoral e a mudança na duração do mandato, de quatro para cinco anos, sem a possibilidade de reeleição, para o executivo, seria uma forma de amadurecimento democrático, uma vez que daria condições a essas autoridades de administrarem, sem se preocuparem com artimanhas políticas, visando à reeleição. Do mesmo modo, a possibilidade de uma só recondução aos cargos do legislativo, reduziria as chances daqueles que fazem da política um balcão de negócios para a perpetuação no poder e manutenção de privilégios.
A reforma política será benéfica a todos, se corrigirem essas distorções, pois mostrará à sociedade, a possibilidade de uma prática transparente, sincera e honesta. O cidadão sentindo-se respeitado e os nossos jovens, vendo a possibilidade de serem ouvidos, certamente se interessarão mais pela política, envolvendo-se no processo, participando dela, sem o sentimento de serem apenas manipulados pelos coronéis que comandam os partidos e a política.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Crise na saúde


Quando abordamos o tema saúde, logo deparamos com inúmeros problemas que nos deixam totalmente perplexos diante da magnitude que os envolve.
O primeiro problema o cidadão enfrenta ao procurar uma unidade de saúde para tratamento médico. Às vezes padece horas e horas na fila, sendo obrigado a retornar às suas casas sem conseguir uma simples consulta. Se o cidadão for insistente, perseverante, pode até conseguir um atendimento precário, depois de amargar um grande tempo de aflição nas filas de espera.
Argumentos que justificam a precariedade na saúde nós temos de sobra: falta de profissionais, de infraestrutura, de equipamentos atualizados; os baixos salários; falta de investimento dos governos federal, estadual e municipal. São questões que nada tem que ver com o pobre que, apesar de a lei assegurar que ele tem direito à saúde, não consegue nem ter o diagnóstico da doença por falta de exames adequados. Se a doença for grave, a pessoa morre, sem conhecer as causas que a levaram ao óbito. Conseguindo atendimento, dentro da habitual precariedade em que ocorre, o médico prescreve uma medicação para minimizar os efeitos doloridos. Passado o tempo de alívio, propiciado pela medicação recomendada, os sintomas da enfermidade reaparecem, levando o (a) paciente à impressão de que padece de um mal totalmente incurável.
Assim, o (a) paciente procura uma unidade de atendimento e entra numa fila durante horas, dias e semanas, sem conseguir alívio para o seu sofrimento. Se ele carece de atenção especial, precisa ficar em corredores de hospitais ou clínicas, aguardando vagas para internação, independente da gravidade do caso. Essa situação caótica atinge os usuários do SUS e também aqueles que pagam planos de saúde privados. Não há privilégios, quando se trata de um atendimento especializado ou de urgência. Não adianta ter plano de saúde, se não há vagas nos CTIs, se não há leitos para a internação. O (a) paciente, mesmo em estado grave, precisa entrar na fila e aguardar a sua vez de ser atendido.
Os problemas da saúde vão além dos já conhecidos, relacionados aos baixos salários, à falta de equipamentos nas unidades hospitalares e ausência de medicamentos na rede pública. Mesmo quem paga por todo o serviço, através de um plano de saúde, fica sem a garantia da assistência médica.
Hoje, falta algo muito mais sério para que o brasileiro tenha um atendimento digno. Faltam hospitais bem estruturados e com equipamentos modernos funcionando. Falta investimento em pessoal, não só para a melhoria salarial dos profissionais, mas também para prepará-los, a fim de prestarem um bom serviço ao cidadão e assim pôr fim à humilhação que este sofre, quando precisa de atendimento em uma unidade de saúde, quer pelo SUS, ou por um convênio particular.
É preciso rever, com urgência, toda a política de saúde. Os hospitais reclamam, dizendo que os recursos repassados pelo SUS, pelos convênios e pelos planos de saúde são insuficientes. Os médicos reclamam dos valores que recebem pelos atendimentos. Os demais funcionários dos serviços de saúde se sentem igualmente desvalorizados e sobrecarregados. Portanto, tudo isso justifica o mal atendimento e, em muitos casos, a falta de um tratamento digno a quem, por motivo de enfermidade, já se acha fragilizado.
Para que essa situação caótica não perdure, é preciso uma mudança de atitude. Se não houver uma ação efetiva de todos, principalmente, de nossas autoridades, mergulharemos cada vez mais nesse caos, até chegarmos a um abismo sem fim. Enquanto há tempo, seria bom que nossa “classe política”, seja do legislativo, do executivo, ou do judiciário, saísse da retórica e partisse para a prática. Solução há, basta que todos queiram e trabalhem pelo bem comum.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Os protestos nas ruas

As manifestações populares que tomam as ruas das grandes cidades brasileiras, apoiadas por muitos e condenadas por alguns, têm um significado especial para todos que acreditam em um país melhor para todos. Esse é um recado sério para nossas autoridades, um sinal de que o povo está no limite diante dos desmandos que assolam a vida dos brasileiros.
Esse movimento evidencia a insatisfação com a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos na área da saúde, da educação, da segurança, dos transportes coletivos, que ficam longe de atenderem o mínimo necessário a que a população tem direito. Faltam profissionais e equipamentos atualizados nas redes hospitalares, faltam hospitais, faltam condições de trabalho para os professores nas escolas, faltam escolas com infraestrutura adequada ao ensino, falta valorização profissional, falta segurança nas ruas, nos ambientes de trabalho, de convivência social e familiar. Faltam condições de trabalho para as forças de segurança, nos estados, falta combate à impunidade, à corrupção. Enfim, faltam empenho e seriedade aos nossos governantes, parlamentares e magistrados.
Quando há um protesto contra o aumento no preço da tarifa de ônibus, o cidadão está denunciando, com esse ato, a precariedade do transporte coletivo, a superlotação, o longo tempo de espera para o embarque e desembarque, ou seja, a total falta de respeito aos trabalhadores que, diariamente sofrem com a demora e com as dificuldades de deslocamento de casa para o trabalho e deste para suas residências. Ainda mais um aumento que ocorre logo após o governo federal anunciar a isenção dos impostos do PIS e do Confins, que deveria reduzir em até 7% o valor das passagens em todo o Brasil. Essa isenção de impostos, seguida de reajuste é uma conta que realmente não fecha na cabeça do trabalhador.
Do mesmo modo, a população não aceita os argumentos de nossos governantes que alegam faltar dinheiro para a saúde, educação e segurança, enquanto gastam bilhões com a reforma e construção de estádios para a disputa de uma Copa do Mundo que, em nada melhorará as condições de vida dos brasileiros. Não adianta belos estádios, se as pessoas continuam morrendo nas filas de hospitais por falta de atendimento, as escolas funcionam precariamente, os professores, os policiais, nos estados, e a maioria dos trabalhadores brasileiros continuam recebendo salários insuficientes para a sobrevivência e o sustento de seus familiares.
Não dá para aceitar o fato de haver bilhões e bilhões para investimento nas obras da Copa do Mundo e nada para dar uma vida digna aos brasileiros, para combater a corrupção e a impunidade. O judiciário brasileiro, com todo seu conhecimento, fica imóvel, assistindo mulheres e crianças sendo estupradas, vendo bebês sendo mortos nos braços de seus pais, vendo menores matando e latrocínios acontecendo o tempo todo, sem agir em busca de alternativas que tragam tranquilidade aos cidadãos de bem. O que o povo quer é um judiciário atuante, que coloque seus conhecimentos em favor da nação, que apresente diretrizes para a elaboração de uma legislação moderna e justa para o país.
Para mim, esse fenômeno da mobilização social, que movimenta as cidades brasileiras, significa o grito de quem não aguenta mais o descaso de nossas autoridades, que cruzam os braços diante das atrocidades que violentam os cidadãos de bem. E de agora em diante, se elas não mudarem de atitude, cumprindo seu papel de trabalhar pelo povo, este vai buscar a solução, utilizando a força e o poder de mobilização legitimados no calor e euforia das ruas.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Vítimas da violência

Com grande tristeza, sentei-me diante do computador e comecei a escrever. Tristeza porque preferia dizer algo que confortasse os corações daqueles que vivem a esperança de paz entre as pessoas. Muitos trabalham para isso, mas outros agem como se a vida não tivesse nenhum valor.
Dói fundo o coração, toda vez que ligo a televisão ou abro um jornal e deparo com cenas de violência resultantes de atos de criminosos que os praticam, na certeza da impunidade. Assim, o trânsito continua matando incessantemente, assaltantes seguem fazendo vítimas, crianças são abusadas sexualmente, idosos são desrespeitados no ambiente doméstico, pessoas são traficadas e forçadas e se prostituírem, pacientes morrem nas filas das unidades de saúde por falta de atendimento. Isso sem falar das organizações criminosas que atuam no campo e nas cidades, ceifando vidas, ou aliciando pessoas para o mundo das drogas.
Curioso é que não dá pra saber que tipo de violência assusta mais. Apenas para ilustrar, há tempos tive um carro roubado, contatamos a polícia que o recuperou na mesma noite. Quando a polícia me comunicou, fui até o local para as devidas providências. Chegando lá, para minha surpresa, deparei com um adolescente de 16 anos, que tinha sido meu aluno no Ensino Fundamental. Quando o olhei, grande foi meu espanto, diante da situação. Sem palavras, apenas indaguei se tudo que a gente havia estudado em sala de aula não tinha feito diferença em sua vida. Ele me olhou, com os olhos lacrimejantes, apenas disse: “desculpa, professor! Foi mal! Não tive saída; era o carro, ou a vida”.
Frequentemente, deparamos com educadores, escolas, organizações religiosas e instituições que defendem a igualdade de direitos, o respeito às diferenças, que trabalham valores fundamentais à formação do caráter humano. Se tudo isso é feito, não deveria haver assassinatos, estupros, torturas, espancamentos, assaltos e outras atrocidades que massacram a existência humana. É triste constatar o descaso com que muitos tratam a vida.
 Apesar da Lei Seca, das campanhas educativas, muitos condutores continuam dirigindo bêbados, atropelando e matando inocentes; torcidas organizadas marcam duelos pelas redes sociais e distribuem pancadarias e balas, criando verdadeiros cenários de guerra; jovens são mortos por causa de droga e do tráfico; crianças são abandonadas e violentadas cruelmente; idosos são despejados em asilos para viverem isoladamente, sem nenhum contato com os familiares; doentes perambulam pelas ruas em busca de atendimentos nas unidades de saúde; além das ações de gangues organizadas que matam sem piedade, violência verbal, bullyng e tantas outras perversidades.

Apesar do esforço de tanta gente em formar cidadãos de bem, as pessoas continuam matando, assaltando, estuprando, traficando e se drogando. Assim, a violência cresce, os grupos se organizam, se especializam, tornando-se verdadeiros profissionais do crime, sem nada temerem, uma vez que acreditam na impunidade. E nós, sob o olhar de descaso de nossas autoridades, ficamos impotentes, expostos aos perigos. Não somos criminosos, nem omissos, somos vítimas.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Convivência feliz


Hoje, mais do que nunca, temos a necessidade de aprofundarmos no autoconhecimento e a partir deste mudar o nosso modo de ser para a construção de um mundo de paz, fundado nos princípios de justiça, amor e sinceridade.
Não há como ser feliz sem abrir mão das vaidades e ambições pessoais, já que a construção da nossa felicidade implica vivermos procurando a felicidade do outro. Disputas pessoais, para marcar território são irrelevantes não propiciam nenhum crescimento, ou agregação de qualquer valor importante à nossa vida. Pelo contrário, provocam desgastes desnecessários, tirando o brilho e a alegria de tudo que realizamos.
No ambiente de trabalho, isso é muito ruim. Muitas vezes a pessoa se apega a questões pequenas, achando-se melhor que o outro, que sabe mais e que por isso tudo deve girar em torno do que ela pensa, sente, ordena e faz. Aí é só sofrimento, já que se evidencia o individualismo em detrimento do sentimento de grupo, ou equipe. E nós sabemos que, Isoladamente, nenhum ser humano consegue êxito em suas ações, pois direta ou indiretamente elas são consequências de ações desenvolvidas por outras pessoas.
Muitos alimentam um excesso de vaidade, buscam apoio, às vezes até por meios ilícitos, e ficam medindo forças com outras pessoas ou com grupos que se formam no ambiente em que atuam. Um horror! Pequenas coisas se tornam gigantescas e incontroláveis, pois a racionalidade humana cede lugar ao emocionalismo exacerbado, anulando assim a capacidade que cada um tem de implementar ações voltadas ao bem-estar individual e à convivência coletiva.
Conviver bem coletivamente não significa abrir mão do que pensamos para evitar conflitos com os outros. Significa ter maturidade para disputar ideias e propostas sem deixar que as divergências sejam levadas para o campo pessoal. Precisamos entender que na vida temos mais momentos de divergências do que de consenso. Por isso, saber lidar com a diversidade de ideias, de cultura e de saberes é a maior prova de crescimento que nós humanos podemos demonstrar.
A competição entre as pessoas, a disputa por poder, a ambição por dinheiro, a vaidade pessoal provocam rixas, contendas, semeando mal-estar e injustiça entre as pessoas. Os mais espertos arquitetam planos para dominar os mais fracos e utilizar sua força e sua inteligência em benefício próprio. São maldades que decorrem de artimanhas planejadas para manipular as pessoas, independente do meio em que vivem e da área em que atuam. Não é somente o mal inerente à natureza do homem, mas um mal pior, aquele construído maliciosamente pela inteligência humana.
Para melhorar o nível de satisfação naquilo que fazemos, precisamos refletir sobre todas estas coisas. Precisamos saber o que é essencial em nossa vida, o que é importante e o que é meramente acidental. Identificando tais coisas, será possível refletirmos sobre elas e priorizamos apenas o que é essencial. Normalmente, aquilo que é acidental toma maior tempo de nossa existência, por isso nos aborrece tanto. O que é importante nos faz refletir e nos amadurece para administrá-lo com naturalidade. Mas o que é essencial, esse não tem jeito, a gente resolve sem ressentimentos e sem melindres. E esse é um passo importante em busca de uma convivência humana plena e feliz.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Mãe, uma justa homenagem

O dia das mães foi comemorado pela primeira vez em terras brasileiras, no Rio Grande do Sul, em 12 de maio de 1918; depois em São Paulo no ano de 1921. Mas, segundo alguns relatos históricos, a origem de sua celebração remonta ao mundo antigo, Grécia e Roma.
Na Grécia, esse dia reverenciava a Rhea, mulher de Cronos e mãe dos deuses pagãos. Em Roma, há mais ou menos 250 a.C, ele era dedicado a Cibele que, de acordo com a mitologia clássica, era a mãe dos deuses romanos.
Na Inglaterra do século XVII, havia o “Domingo da Mãe”, celebrado 40 dias antes da Páscoa. Nessa época, a maioria dos pobres trabalhava longe de casa, servindo a seus patrões, mas, neste dia, tinha folga para cada um deles passar o domingo com sua mãe.
Com o crescimento do cristianismo, na Europa, os fiéis passaram a homenagear a “Igreja Mãe”. Virou uma festa da igreja que afinal se confundia com a festa do “domingo da mãe”;
Uma senhora de nome Anna Javis foi a precursora da ideia de criação do dia das mães. Após a morte de sua genitora, em 1904, ela convidou seus amigos e familiares para uma celebração na Igreja de Grafton, Estados Unidos. Na ocasião, ela distribuiu cravos brancos, simbolizando as virtudes da maternidade.
A estratégia usada pela senhora Javis e seus apoiadores foi enviar cartas a ministros e a outras personalidades importantes, sugerindo o estabelecimento de uma data comemorativa ao dia das mães. Essa campanha foi um sucesso e, em 1911, praticamente todo o país comemorou esse dia. Após essas intensas comemorações, o presidente americano, Woodrow Wilson, declarou, oficialmente, o 2º domingo de maio como “dia da mãe”.
No contexto brasileiro, em 5 de maio de 1932, o presidente Getúlio Vargas assinou o decreto nº 21.366, reconhecendo o 2º domingo desse mesmo mês como data a ser, oficialmente, celebrada em homenagem às mães.
Em 1947, por determinação do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara, essa data foi incluída no calendário oficial da Igreja Católica.
Hoje, embora em datas diferentes, as mães são homenageadas em todo mundo. O dia das mães, com toda razão, talvez seja aquele que incorpore os mais belos e profundos sentimentos da humanidade. É uma data que simboliza paz, doçura e harmonia. Um dia de encanto, de presentes, flores e poesia.
Mas, para a mãe, não há melhor presente do que receber atenção, carinho, afeto, respeito e compreensão. Os bons filhos sabem que os cuidados, a dedicação e o amor de mãe são imensuráveis. E graças a isso encontram forças para enfrentar os mais difíceis problemas. Ou seja, se a mãe estiver por perto, tudo se acalma e se resolve.
A mãe é uma batalhadora incansável, pois precisa dividir as obrigações do trabalho com o exercício da maternidade, de esposa, de dona de casa, de educadora e conselheira. Não importa sua posição social, sua função profissional, já que o sentimento materno coloca a vida dos filhos no centro de suas preocupações. Em vida, mesmo distante, a mãe carrega os filhos em sua mente, nos seus sonhos e projetos. E depois que parte para a eternidade, a mãe continua nos arquivos da lembrança, influenciando a prole com seus exemplos e ensinamentos. Por essas razões, independente da situação, cada filho deve homenagear sua mamãe, pois podemos dizer que ela é quase tudo, já que seu amor incondicional extrapola a dimensão do mundo.
Parabéns, mamãe! Tudo de bom é o que você merece! 

Dia das mães

O segundo domingo de maio é um dia muito especial na vida das famílias e da sociedade brasileira. Nessa data, todos se alegram para homenagear a mãe, pessoa distinta, de imenso coração e agraciada por Deus para assumir o importante papel da maternidade.
Desde a concepção, a mãe se doa completamente para proteger o ser que se forma no seio de seu ventre. Ela, com todo zelo e cuidado, procura as melhores condições para que essa semente se desenvolva nas entranhas de seu ser. A prioridade é sempre estabelecida pelo instinto materno, que não perde de vista o bem-estar da minúscula semente em gestação.
Durante essa caminhada, a mãe enfrenta as dificuldades, superando os obstáculos com fé, otimismo e entusiasmo. Assim, ela vence as dores, angústias e sofrimento, transformando os instantes mais doídos em momentos de emoção e alegria. Quando nasce o bebê, é como se apagassem todos os dissabores do passado, pois a satisfação de acariciar aquele pequeno e indefeso ser aponta para outros cuidados que se confundem num misto de preocupação e felicidade.
Desde os primeiros momentos de vida do bebê, a mãe vê transformada a dinâmica de sua vida. Ela precisa amamentar, dar banho, levar ao pediatra e medicar. Se ela trabalha fora do ambiente doméstico, necessita conciliar suas atividades profissionais com a responsabilidade de mãe, além de cumprir bem o seu papel na edificação do lar e da sua família.
À medida que sua cria cresce, os trabalhos, as dificuldades e as preocupações continuam. É necessário cuidar da formação intelectual, artística, religiosa, social, esportiva e outras. Para isso, precisa achar tempo para levá-la à escola, à igreja, ao clube, aos eventos sociais e culturais para que seu crescimento se dê de forma integral, conforme a evolução do tempo que, no tic-tac da vida, marca as etapas da nossa existência.
Na fase infantil, adolescente, juvenil e adulta, permanecem os cuidados da mãe. Sua descendência continua sempre no centro das atenções. Assim, a mãe cuida de cada detalhe com o mesmo sentimento dos primeiros dias. Procurando fazer o melhor, ela escolhe a roupa, lava, passa, prepara a comida predileta, com zelo, carinho e dedicação. Tudo tem que ser de acordo com o gosto e a preferência da prole, pois o que lhe agrada é bom para mãe.
Se há demora no retorno da escola, do trabalho, das atividades culturais, desportivas, ou dos eventos sociais, a mãe permanece de plantão. Ela só descansa, quando sente a presença da cria por perto. Se há queixa de algum problema, a mãe vem pronta pra ouvir, aconselhar e consolar; se há dores, ela vem com seu carinho e afeto medicar; se há queda, a mãe estende a mão, ajudando a levantar. Para ela, não há barreiras que seu espírito desbravador não possa trespassar.
Por tudo isso, o segundo domingo de maio não é uma data que inventaram para homenagear a mãe. Pelo contrário, ela evidencia o reconhecimento e a gratidão da família, da sociedade e do mundo por essa jóia que não mede esforços, lutando pelo bem, pela educação e pela formação de sua prole, a fim de que a existência humana seja cada dia melhor. Portanto, são justas as homenagens, já que o amor de mãe é infinito. Mãe (M), amor (A) eterno (E). E sendo assim, tudo que fizermos nesse sentido ainda ficará aquém do que ela merece.

sábado, 4 de maio de 2013

As escolas públicas e no Enem

No dia 22/11/2012, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira (INEP) divulgaram o desempenho dos alunos e das escolas, no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em 2011. Somente dez escolas públicas apareceram entre as cem melhores do país; destas, oito são federais e duas estaduais. Entre as vinte melhores, apenas o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Essa constatação nos mostra que a sociedade precisa reagir de forma organizada em defesa da escola pública para que os filhos dos trabalhadores e das famílias de baixa renda tenham condições de competir com os alunos das escolas privadas. Nesse sentido, o princípio da mudança seria repensar o modelo de escola dos estados e municípios brasileiros, que revela padrões de qualidade distantes daqueles tão reclamados pelos educadores, pela sociedade, pelos alunos e seus familiares.

Nenhuma das dez escolas públicas que figuram entre as cem melhores do Enem 2011 se enquadra no modelo comum das escolas estaduais e municipais, cuja forma de organização, sistema de ensino e regime de tempo pedagógico não propiciam ao educador oportunidades de realizar um trabalho como deveria. Das dez escolas, oito são federais, incluindo dois colégios militares, e as duas estaduais são a Escola Técnica  Estadual (ETE - SP)  e o Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerg). 

Não quero aqui, como se diz popularmente, "chover no molhado", mas diante de tal constatação, preciso fazer algumas considerações. Na escola pública comum, o professor é desvalorizado, desrespeitado e escravizado, na medida em que se vê obrigado a assumir pelo menos 45 horas por semana, em sala de aula, para conseguir sobreviver da sua força de trabalho. Além dessa jornada excessiva, ele ainda precisa substituir seu tempo de descanso e de lazer pelas atividades de preparação de aulas, elaboração e correção de trabalhos e provas, estudos e outro afazeres do ofício, sem nenhuma recompensa financeira por essas atividades extraclasse.

Nas escolas ligadas às universidades públicas, como é o caso do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), na oitava posição entre as melhores de 2010 e agora de 2011, os educadores trabalham em regime de dedicação exclusiva, tendo um tempo considerável dentro da carga horária para estudos, planejamento, correção de trabalhos e provas, o que faz uma grande diferença em termos de qualidade. De igual modo, os institutos federais e estaduais de educação, os colégios militares e as escolas técnicas, também diferem da escola pública comum, pelo seu regime de trabalho, plano de carreira, infraestrutura, laboratórios e remuneração salarial.

Ao colocamos na balança esses elementos, entendemos as razões do  fracasso das escolas públicas estaduais e municipais, quando comparadas com outras redes de ensino.  Fica difícil, mudar esse quadro diante de tanta precariedade dos estabelecimentos, onde faltam laboratórios adequados, bibliotecas atualizadas, salas de aula equipadas, segurança, recursos materiais e humanos, políticas de incentivo às práticas desportivas, artísticas, culturais e acadêmicas. Essas deficiências, somadas a outras relacionadas ao sistema, organização e funcionamento do ensino, à desvalorização do processo educativo e dos educadores, sem dúvida, refletem na qualidade da educação, pois trazem, como consequência, a desmotivação e o desinteresse, tornando o ofício de instruir e de aprender um desafio quase insuperável. 

Todavia o que mais me incomoda é perceber que o baixo desempenho dos alunos das escolas públicas estaduais e municipais em 2010 e 2011 será igual em 2012 e quiçá em 2013, já que não há uma movimentação significativa de nossas autoridades, buscando melhorias nas condições de trabalho dos educadores da rede pública de ensino. Aliás, estes sempre foram tratados, ao longo da história, com indiferença pelas autoridades, como se uma boa educação não fosse importante ao bom funcionamento da sociedade e ao desenvolvimento do país.

Portanto, se as escolas estaduais e municipais quiserem atingir um padrão de qualidade à altura do que merecemos, precisam repensar essas questões e agir rapidamente em busca de soluções. Nesse particular, o apoio de nossas autoridades é fundamental, garantindo investimentos para uma remuneração justa dos educadores, melhoria de infraestrutura das escolas, reestruturação do ensino, redimensionamento dos tempos pedagógicos e execução dos projetos inovadores da comunidade escolar. Sem isso, vamos continuar "batendo no molhado", tentando o tempo todo "tirar leite das pedras".

terça-feira, 30 de abril de 2013

O trabalho e o trabalhador

O significado do trabalho pode ser concebido de diferentes maneiras: uma delas é o trabalho como sacrifício imposto às camadas sociais de baixo poder aquisitivo; outra, o trabalho como meio de sobrevivência; outra ainda é o trabalho como forma de realização pessoal.
Há pessoas que fazem do trabalho a pior coisa do mundo e só trabalham porque são obrigadas. O trabalho se torna um verdadeiro suplício, trazendo ao sujeito o mau humor, a insatisfação e a infelicidade. O grau de descontentamento fica tão imenso que o trabalhador se sente vítima da própria sorte. Assim, o relacionamento com a chefia, com os colegas, fica péssimo, já que como vítima, ele não suporta ninguém, nem ninguém o suporta.
Visto como meio de sobrevivência, o trabalho adquire outro significado, torna-se algo importante, pois é através dele que vem o sustento do trabalhador e de sua família. Concebido assim, o trabalho deixa de ser castigo, passando a ser sinônimo de salário, o que nos dá uma impressão negativa, já que não aponta para o crescimento do trabalhador, significando apenas a venda da força de trabalho por um determinado vencimento mensal.
O trabalhador que se sente sacrificado por depender de uma ocupação profissional tem por esta uma grande rejeição. Mal começa o dia e ele fica irritado com o que faz ou com as pessoas a sua volta. Sofre durante sua jornada de trabalho, o que pode gerar conflitos, aborrecimentos e até problemas emocionais.
A venda da força de trabalho por salário também traz frustrações. Visto desta maneira, o trabalho sempre será desgastante, e o salário, uma mesquinharia, decorrendo daí o sentimento de que o assalariado sempre recebe menos do que o que merece.
Essa constatação pode até ser verdadeira, mas se prender a ela significa sofrimento, pois dela pode vir o sentimento de revolta, a vontade de se acomodar, de não desempenhar bem suas funções. Fica sempre na expectativa de um aumento salarial que nunca chega. E quando surge, atinge um percentual insignificante, gerando no trabalhador um descontentamento ainda maior.
A concepção de trabalho como realização pessoal deveria ser compreendida por todos; tanto para os que o encaram como um fardo difícil, quanto para os que vêem nele um meio de sobrevivência. Sendo penalizado, injustiçado ou não, o trabalhador precisa encontrar uma motivação em tudo que faz. Com motivação, o fardo fica menos pesado e o trabalhador começa a perceber a sua importância profissional e pessoal.
Não importa se é trabalhador do campo, ou da cidade. Todos têm a sua importância. Seja aquele que desempenha as mais humildes ocupações, ou o mais qualificado, ambos são indispensáveis ao funcionamento da sociedade.
Em qualquer patamar da escala funcional, o trabalhador precisa descobrir que há algo a ser realizado, de modo especial e agradável. Por mais simples que sejam as atividades, há sempre a possibilidade de inovação e de um exercício profissional aprazível.
O segredo da felicidade está no modo como vemos e sentimos o que realizamos. Por isso precisamos de motivação. Sem esta, não há nada que preste, nem salário que baste; não há alegria, nem vontade de vencer. Por outro lado, se agirmos com entusiasmo, o que nos parece enfadonho acaba sendo ameno e prazeroso. O que nos parece monótono pode ficar surpreendente, pelo indescritível sabor daquilo que se realiza com iniciativa e criatividade. É importante, pois, envidarmos esforços, para que o trabalho seja uma oportunidade de aprendizado, de crescimento, de formação humana e cidadã, pois este é o segredo do sucesso, tanto pessoal, quanto profissional. 

sábado, 27 de abril de 2013

Fé em Cristo, o melhor remédio

Durante a nossa vida, deparamos com inúmeros obstáculos que nos deixam desanimados, impotentes e sem estímulos para enfrentá-los.
Quando nos vem esse sentimento, é importante a participação de uma pessoa amiga, para nos consolar e encher de ânimo a nossa vida. Sozinhos, dificilmente encontramos razões para darmos a volta por cima e sairmos no final como fortes e vencedores.
Ocorre que, nos momentos de angústia, de imensa tristeza, formamos uma barreira intransponível que dificulta o abraço e o carinho amigo que nos vêm acalentar.
Mas essa resistência deve ser rompida. Devemos com toda sinceridade, aceitar ajuda, nos momentos de dificuldades, e, se for o caso, prestar o nosso apoio às pessoas com algum tipo de sofrimento. Todos precisamos de carinho, amor e compreensão, razão por que ninguém deve resistir à aproximação de um ombro amigo. Somos seres dependentes uns dos outros e incapazes de vivermos isoladamente. Sempre nos faz bem, o calor de uma amizade sincera.
Nesse sentido, o respeito aos sentimentos alheios deve nortear as nossas ações humanas, pois somos seres capazes, porém imperfeitos, logo sujeitos a vitórias, fracassos e derrotas. Por isso, não podemos ser orgulhosos, padecendo dificuldades e nos comportando como se nada estivesse acontecendo. É mister desarmar nosso espírito para a construção de momentos afetivos e solidários.
Como seres limitados, devemos ser humildes e não soberbos, flexíveis e não arbitrários; devemo-nos interessar pelos outros e não acharmos, numa atitude invejosa e arrogante, que são injustas as dificuldades que enfrentamos por nos considerarmos melhores e mais inteligentes que os nossos semelhantes. Esse complexo de superioridade nos afasta dos outros, evidenciando preconceito, discriminação, desrespeito e, consequentemente, exclusão social.
Vivendo sob os princípios da humildade, buscando sempre a sabedoria infinita, sem perder de vista a mensagem redentora da cruz, é possível compreender a natureza dos sofrimentos que enfrentamos ao longo de nossa existência. Por isso, quando deparamos com alguém em dificuldades, não podemos negar a nossa ajuda. Do mesmo modo que Jesus nos tratou, morrendo na cruz para nos dar direito à salvação, sendo justo e amoroso, devemos tratar o nosso semelhante com justiça, compreensão, respeito e amor. Se alguém nos ofende, depois nos procura, devemos recebê-lo e perdoá-lo. Desse modo, seremos amáveis e obedientes. Obedientes porque, segundo o mandamento divino, precisamos perdoar o próximo sempre. Amáveis porque, humanamente falando, poderíamos virar as costas ao agressor, devolvendo-lhe a ofensa, na mesma medida com que fomos atingidos.
Pensando assim, torna-se possível, superar as dificuldades, vencer a tristeza, erguer a cabeça e dar a volta por cima. Por isso, quando estivermos angustiados, devemos sempre lembrar o amor de Deus-Pai, que enviou o seu Filho, seu único Filho que, com resignação, padeceu humilhações, horrores e dores de toda ordem, para nos livrar de um sofrimento muito maior. Confiemos em Jesus, Ele, pelo seu amor, nos dará um novo sentido para as coisas que vivenciamos. A fé nEle é o melhor remédio.

sábado, 20 de abril de 2013

Escola prazerosa

Todo ser precisa sentir-se bem no ambiente em que atua para realizar com bom gosto e motivação suas tarefas e obrigações. Cumprindo com entusiasmo seus afazeres, o indivíduo cresce no processo de aprendizagem.
Várias são as coisas que fazem o aluno sentir saudade da escola, quando dela se ausenta: a convivência com os colegas, o carinho dos professores, o respeito da direção e a amizade de todos os funcionários, enfim, dos educadores. Se o aluno percebe que é amado, a escola, para ele, independente de suas condições materiais, torna-se especial, gostosa e agradável.
O prazer na escola não se liga diretamente à riqueza, ao conforto e à sua beleza arquitetônica. Muitas vezes nos emocionamos com cenas de crianças estudando em locais que, aparentemente, não teriam a mínima condição para tal. Todavia, é interessante notar que em muitos locais onde falta a materialidade para uma boa educação, sobram afeto e amor para compensá-la.
Lembro-me de uma cena que muito me sensibiliza: uma educadora, várias crianças, à sombra de uma árvore, numa região de campo minado da imensa África. Os pequenos africanos, sentados no chão, por falta de carteiras, exposto ao tempo, por falta de abrigo, procuravam registrar os ensinamentos que nasciam temperados com o amor que jorrava do coração da mestra. A professora, com seu entusiasmo, fazia a escola brilhar de tal modo que a vontade de todos era permanecer ali, partilhando a grandeza dos sentimentos que brotavam naquela simplicidade sem igual.
Em contrapartida, há escolas dotadas de condições de pleno funcionamento, de imenso conforto, que não conseguem ser prazerosa para o aluno que sempre procura subterfúgios, a fim de se livrar dela o mais rápido que pode.
Esses dois comentários nos revelam a importância de lutarmos por uma escola comprometida com a vida, de um modo geral e, em especial, com os anseios daqueles que mais necessitam. Uma escola solidária, autônoma, dinâmica, justa e sempre preocupada com a satisfação dos alunos e das famílias, segmentos esses que são a razão de sua existência.
Essa escola é possível; basta lutarmos pela sua construção. As condições para isso nos são dadas. Temos liberdade para a discussão dos grandes temas educacionais, para a elaboração de projetos, visando à inclusão de todos os alunos, através de uma proposta educacional consistente e sintonizada com a realidade.
Nessa caminhada, há muitos problemas. Todavia não podemos parar diante deles. Se deixarmos de agir por causa de deficiências infraestruturais, de salários aquém do que julgamos merecer, vamos acabar inviabilizando a construção desta escola tão sonhada. Devemos sim lutar por melhores condições de trabalho, todavia fazendo bem a nossa parte, pois varias são as coisas que estão ao nosso alcance e somente nós, educadores, podemos realizá-las. Basta refletirmos sobre essa temática que vamos encontrar os caminhos para a construção dos projetos pedagógicos adequados que possibilitem o contentamento de quem aprende, ensinando, e de quem ensina, aprendendo.
Não podemos perder tempo. Devemo-nos mobilizar em torno de projetos que busquem a formação integral dos nossos alunos, de forma amena e segura, para a satisfação e a interação dos sujeitos da educação. Devemos também mobilizar os pais e os alunos, pois o envolvimento e a contribuição de todos os interessados resultarão numa prática educativa saudável e tranquila.  É só, no momento de definirmos a proposta curricular, de organizarmos os conteúdos e de desenvolvê-los, temperarmos cada uma dessas etapas com o sabor amável do carinho, da solidariedade e do calor humano. Não faltando esses ingredientes, sem dúvida, um passo importante será dado em favor de um ensino de qualidade e da construção de uma escola agradável e prazerosa.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Preservação da saúde

Quando abordamos o tema saúde, logo deparamos com inúmeros problemas que nos deixam totalmente perplexos diante da magnitude que os envolve. A primeira dificuldade o cidadão enfrenta ao procurar uma unidade de saúde para tratamento médico. Às vezes padece horas e horas na fila, sendo obrigado a retornar às suas casas sem conseguir uma simples consulta. Se ele for insistente, perseverante, pode até conseguir um atendimento precário, depois de amargar um grande tempo, nos corredores de espera, infectado pelo mal da injustiça, do desrespeito e do abandono.
Argumentos não faltam para justificarem a precariedade do atendimento: falta de profissionais, de infraestrutura, de equipamentos atualizados, de salários dignos, enfim, falta de investimento dos governos federal, estadual e municipal. São questões que nada tem que ver com o pobre que, apesar de a lei assegurar que ele tem direito à saúde, se vê totalmente desamparado, sem alternativa de tratamento. Por isso, muitas vezes a pessoa, mesmo sofrendo muito, não procura as unidades de saúde, evitando assim um sofrimento ainda maior.
Esses motivos nos levam a pensar sobre a importância de alguns hábitos que ajudam na preservação de nossa saúde. O primeiro passo seria uma alimentação saudável, encontrada nos alimentos comuns e por isso acessível a todos. Verduras, legumes e frutas podem ser cultivados nos quintais das próprias residências. Nada de sofisticação, pois uma alimentação à base de frutas, legumes e verduras acrescidas de algumas massas e cereais, ingerida regularmente, nas horas certas é o que há de mais saudável.
Depois desse cuidado com a alimentação, vem o cuidado com os dentes. É preciso mantê-los sempre limpos, escovando do modo correto sempre depois da ingestão de qualquer alimento. Também não se deve dormir com os dentes sujos, por isso antes de se deitar, é preciso realizar uma boa e correta escovação. Assim, os dentes ficam protegidos e a saúde deles preservada.
A higiene pessoal é outra forma de preservar saúde. Um banho regularmente é indispensável para proteger o corpo de contaminações advindas de sujeiras. E para manter o corpo limpo é preciso também cuidar do ambiente em que se vive. Habitar um ambiente imundo, além do desconforto com a sujeira, pode trazer doenças. Um pouco de trabalho para zelar do nosso espaço, mantendo-o sempre limpo representa não só asseio, mas também vida saudável.
Um sono de qualidade também é indispensável. Muita gente dorme mal, levando uma vida desregrada, ou envolvida com jogos eletrônicos ou televisão até altas madrugadas. Aqueles que precisam acordar cedo para estudar ou trabalhar, dormindo tarde, certamente a jornada de sono não será suficiente. E aqueles que trocam a noite pelo dia, compensando o sono noturno, podem apresentar uma disfunção no organismo, acarretando problemas de ordem física, biológica ou mental. Logo o sono noturno, na dosagem adequada, é fundamental à preservação da saúde do corpo e da mente.
Se cada um de nós tiver esses cuidados com a vida, se nós adultos trabalharmos essa conscientização com as nossas crianças, num futuro a médio e longo prazo, poderemos ter uma população mais saudável, com isso pouparemos muitas pessoas de algumas situações humilhantes, nos corredores de hospitais que, vergonhosamente, se enchem de almas aflitas à espera de atendimento que nem sempre acontece.

Educação solidária

A escola, para alcançar satisfação na prática do ensino, precisa descobrir formas inovadoras a fim de envolver os diversos sujeitos que interagem no processo de aprendizagem. Sem isso, ela perde o fôlego da sobrevivência e os resultados podem acabar provocando instantes de infindáveis frustrações.
O educador Paulo Freire falou muito, e nos fala ainda, da importância de práticas educacionais que valorizem as experiências dos sujeitos da educação. Não há dúvida de que a partir do momento em que se trabalham os diversos saberes em sala de aula, há mais envolvimento e melhor aprendizagem.
Muitos são os educadores que procuram seguir esses ensinamentos do mestre; contudo, isso só não basta. O reconhecimento do outro como ser humano que merece respeito pelo que é, e não pelo que tem, precisa estar presente nos programas, ou práticas educacionais.
O desenvolvimento de um programa solidário nos propicia condições de aprendermos a partilhar o que há de essencial em nós para melhorarmos a convivência com o outro, dando um melhor sentido à nossa vida e, por conseguinte, à vida do nosso semelhante.
A presença de um espírito solidário no conteúdo dos programas educacionais possibilita uma prática igualmente solidária. Vários educadores já trabalham nessa linha, respeitando as diferenças de cada aluno e respeitando suas experiências. Porém isso não basta, precisamos avançar no sentido de trazermos essas práticas para os currículos currículos escolares, a fim de elas reflitam no sistema educacional como um todo.
Uma proposta pedagógica que leve em conta as diferenças de idade, de experiências de vida e de saberes acumulados dos alunos deve partir de uma estratégia alternativa de trabalho. Numa mesma turma, é possível identificar, de acordo com cada aula, necessidades ou dificuldades comuns a um determinado grupo de alunos. Sendo diferentes as pessoas, diferentes também são os interesses. Logo, a realização de um trabalho com pessoas que se agrupam, conforme seus desejos, preferências, aspirações e habilidades,  possibilita maior envolvimento e participação efetiva, no cumprimento das tarefas apresentadas.
Não me parece nenhum absurdo, nem exagero, trabalharmos numa mesma turma com cinco ou seis grupos diferentes, na abordagem de um determinado assunto. Pelo contrário, seria por demais enriquecedor. Não há razão para que as aulas sejam sempre padronizadas, como se o resultado da aprendizagem pudesse ser aferido de igual modo para todos. Parafraseando Mário Quintana, lembramos que a todos deve ser dado o mesmo ponto de partida, mas o ponto de chegada vai depender do percurso trilhado por cada um. E sendo o ponto de chegada que cada um espera diferente, as estratégias pedagógicas também devem ser diferenciadas, para que os alunos não fiquem predispostos ao desinteresse pelos estudos.
A construção desse espaço de educação criativa e respeitosa aos interesses e necessidades dos alunos passa pelo desenvolvimento do espírito solidário de todos que praticam a educação escolar, seja nos níveis da pré-escola, Ensino Fundamental, Médio ou Superior.
Além disso, é preciso vontade política dos gestores dos sistemas de ensino, que devem assegurar as condições necessárias a essas significativas mudanças. Mesmo sabendo que educar, segundo tais pressupostos, requer força, empenho, mudança de postura e dedicação, vale a pena enfrentar tal desafio, pensando sempre na construção de uma boa educação para o país. Não adianta aplicarmos métodos antigos numa realidade nova, com características desafiadoras e criativas. Precisamos inovar para que os alunos se sintam motivados na busca de conhecimento e de uma boa formação no ambiente escolar.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Renúncia e escolha do Papa


O dia 28 de fevereiro de 2013 deixou uma marca significativa na história da igreja católica no mundo. Nessa data, o Papa Bento XVI se afastou de seu ministério, em meio a especulações e incertezas. De acordo com algumas pesquisas, 10 papas não ficaram até o final da vida, no comando da Igreja, uns renunciando por vontade própria, outros forçadamente. No caso de Bento XVI, essa questão está no ar, pois pouco, ou quase nada, se sabe a respeito de tal decisão.
A renúncia de Bento XVI, gerou muitas indagações sobre as causas que o levaram a abandonar o seu ministério. Alguns apostaram em divergências e pressões internas, necessidades de mudanças, intrigas, denúncias de pedofilia não apuradas devidamente. A verdade é que, em meio às dúvidas, restou-nos o estranhamento da renúncia.
Assim, os dias se passaram e as explicações dadas não foram convincentes. Motivos, sabemos que houve, certamente, muitos e sérios. Mas como é normal ao comportamento da maioria dos homens, cidadãos comuns, ou líderes de instituições das diversas esferas da sociedade, ficou o dito pelo não dito. O dito está na própria carta que o papa leu comunicando sua renúncia. Ou seja, idade avançada, cansaço e falta de vigor físico necessário ao desempenho do ministério. O não dito está nas entrelinhas, já que, os mistérios acerca do fato continuam.
Agora isso é passado. O interesse em saber as causas da renúncia de Bento XVI deu lugar às indagações sobre quem seria seu sucessor. Vários nomes foram especulados, muitas apostas foram feitas e não confirmadas. Do mesmo modo que os motivos da renúncia de um não foram esclarecidos, os critérios que levaram à escolha do outro também estão no ar. Para os fiéis, foi uma surpresa, já que o nome do eleito não se encontrava entre os favoritos.
Seja lá o que for, para os católicos, interessa agora a biografia do novo papa, seu perfil de liderança e suas propostas para levar avante seu ministério. De imediato, percebemos que a escolha do nome foi muito bem aceita pelos católicos, já que Francisco de Assis simboliza humildade, dedicação, solidariedade e carinho com os mais necessitados. E em suas manifestações, o Papa Francisco enfatiza muito esse lado. Esse é o marco principal de sua pessoa, nesse início de caminhada, que está sendo muito bem visto pelos católicos, especialmente, os habitantes das Américas.
Nesse momento, para o Vaticano, que enfrentou muitos problemas nos últimos anos, com denúncias envolvendo religiosos, principalmente com práticas de pedofilia, é oportuno apostar no carisma de Francisco para retomar o interesse e a confiança dos católicos na conduta da igreja. Enquanto isso, parodiando Shakespeare, podemos dizer que há mais coisas entre a religiosidade e a realidade do que sonha nossa vã filosofia. Nesse contexto, portanto, procurar entender as razões da renúncia de Bento XVI e os critérios que resultaram na eleição de Francisco é o que menos interessa.
Enfim, juntando-se os dois fatos, a renúncia e a escolha do papa, a impressão que temos é que isso faz parte de uma estratégia da igreja para corrigir falhas e minimizar os efeitos de algumas denúncias que pesavam sobre o catolicismo no mundo. Seja o que for, só nos resta alertar os cristãos para que vivam segundo os ensinamentos de Jesus Cristo, pois somente nEle encontramos a Verdade. As demais coisas ficam no campo da especulação e das conjecturas.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Uma vida feliz

Ao contrário do que muitos pensam, a busca de uma vida feliz está ao alcance de todos, pois é uma questão de atitude. Quem deseja ser feliz encontra diversas razões para isso, desde que abandone as murmurações e o sentimento de que tudo vai bem para o outro, menos para si.
O segredo da felicidade não está apenas nas riquezas materiais. Há pessoas de boas condições financeiras que padecem com a falta de estímulo, de motivação e de perspectivas de vida. Nada está bom, pois elas não aprenderam que é importante preparar as expectativas para o encontro com a felicidade.  Essa decisão é fundamental aos seres humanos que aspiram a uma vida de paz, serena e tranquila.
Muitas pessoas amargam dificuldades financeiras, mas buscam forças para viver e conviver bem com todos. Às vezes, economizam até com a alimentação, ingerindo o mínimo necessário para a sobrevivência e, apesar disso, mantém a autoestima elevada, sem murmurações e sem maledicências. Elas conseguem administrar o pouco que têm, adquirindo apenas o essencial e indispensável à sobrevivência. Assim, em vez de consumirem produtos industrializados, fazem escolhas simples como algumas frutas, verduras e legumes, para não extrapolar o orçamento doméstico.
Em relação à bebida, também não há problema: é possível economizar com a suspensão de refrigerantes, cervejas ou sucos artificiais. O único líquido realmente indispensável é a água, o menos caro de todos, que pode, inclusive, ser encontrado em abundância na natureza. Para as pessoas de bem com a vida, isso já é motivo para serem felizes.
Outro aspecto fundamental ao bom humor, ao bem-estar diz respeito à prática de atividades físicas. Isso pode ser feito a custo quase zero, o que ajuda a preservar a saúde e o bom estado de espírito, sem comprometer as finanças do lar. Por exemplo, uma simples caminhada de 20 a 60 minutos por dia, seguida de alongamentos da musculatura, é o suficiente.
Muitas pessoas exageram dando atenção demasiada a coisas de somenos importância, esquecendo que a vida é uma oportunidade que nos é dada para uma aprendizagem constante, ou um crescimento contínuo. Em vez de se preocuparem com o momento presente, ficam lamentando os insucessos do passado, ou sofrendo com o que poderá ser o futuro. Esse comportamento atrai pensamento negativo, insegurança, sentimento de inveja, de ódio e tantas coisas que atrapalham a existência de uma vida feliz.
Em vez de lamentações, é importante fazermos o bem. Há tantas pessoas ao nosso redor precisando de ajuda: um doente, um familiar necessitado, uma criança incapaz, um idoso já sem forças para se virar sozinho. O bem que fazemos a alguém é uma semeadura, cuja colheita se chama felicidade. Pouco importa o que os outros pensam, o importante é aproveitamos o presente para realizarmos o que deve ser feito. Com fé e humildade, nós enfrentamos obstáculos, debatemos, discordamos, pedimos perdão, perdoamos e construímos nossa história de realizações.
O segredo de uma vida feliz não está no que os outros acham ou pensam de nós, está em fazermos as coisas certas, do modo correto, no momento oportuno. Por isso, a prática de uma vida feliz é uma questão de atitude, de determinação pessoal. Ela depende do desejo, do empenho e da força de vontade de cada um.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Expectativas para o ano novo

Durante os festejos de dezembro, as pessoas se reúnem, para as comemorações de praxe. Independente da classe social, todos participam, distribuindo abraços, tapinhas nas costas e sorrisos, sempre acompanhados das mais variadas mensagens de carinho e amizade. Tudo para externar os desejos de um Feliz Natal e de um Ano Novo repleto de venturas e felicidade.
Essas manifestações me fazem refletir sobre o que seria uma vida feliz para todos. Equivocadamente, alguns poderiam associar a felicidade com fama, riqueza ou poder, o que não é de todo verdade, já que há pessoas afortunadas e poderosas que não conhecem o gostinho de uma vida feliz. Por outro lado, vivemos cercados de pessoas simples que esbanjam sorriso e alegria, que nos impressiona e nos contagia. Logo, quando penso numa vida feliz, nem sempre a associo a poder ou a dinheiro.
Hoje, quando alimentamos as expectativas de um mundo melhor, pensamos em outras coisas, antes da realidade material. Há outros fatores que fazem o ano novo tranquilo e feliz. O poder e o dinheiro não são acessíveis a todos, mas a justiça, a segurança, a honestidade e o respeito são coisas que dão às pessoas uma existência digna e feliz.
Vivemos num tempo em que a insegurança toma conta de todos. Seja nos grandes centros urbanos, ou nos mais simples lugarejos, as pessoas estão sempre ameaçadas. Onde quer que elas estejam, podem ser vítimas de um furto, de um assalto, de um viciado em droga, de um acidente de trânsito, de uma bala perdida, de um desentendimento pessoal, ou de uma violência verbal. Se estes problemas pudessem ser eliminados, certamente encontraríamos o caminho da paz tão desejado por todos.
Portanto, quando reflito sobre as expectativas para o ano novo, penso que antes de dinheiro, fama e poder, devemos buscar alternativas para a construção de um mundo tranquilo, seguro e feliz. Nesse sentido, seria indispensável uma conduta séria das nossas autoridades, nas diversas instâncias de poder. Se elas agissem com empenho na formulação e aplicação de leis justas, combatendo a impunidade, a corrupção e os demais crimes inerentes aos ímpetos ou ambições pessoais, já teríamos, sem dúvida, motivos para acreditarmos em um tempo melhor.
Seria bom se nesse início de ano todos cressem na possibilidade de mudança para o bem de todos.  Mas ainda padecemos com a falta de seriedade indispensável à construção do tão sonhado mundo de justiça e de paz. Na esfera política, faltam leis eficientes que garantam o bom funcionamento de uma sociedade segura, tranquila e amena. Vivemos ainda a sensação de que o crime compensa, uma vez que poucos se empenham para mudarem essa realidade que nos ameaça e nos violenta.
A construção de um ano novo feliz somente será possível com a conscientização de toda a população e em especial daqueles que têm a competência para elaborar leis capazes de resgatar a credibilidade em nossas instituições responsáveis por garantirem a ordem e a paz social em nosso país. Por isso, as expectativas que alimento, nesse momento, é a de podermos buscar uma sociedade sem os vícios da corrupção e sem as marcas da impunidade. Uma sociedade, sem privilegiados, que julgue a todos com igualdade. Se colocarmos isso em prática, certamente teremos um ano novo de paz e feliz, consequentemente, um mundo melhor para todos. 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Ano novo, vida nova

Nesse momento em que mais um ano se prepara para os seus últimos suspiros, é hora de planejar a vida para que os próximos meses não se transformem num enorme pesadelo. Para isso, o autocontrole é fundamental, a fim de evitarmos o endividamento compulsivo e inconsequente. Assim, é importante que aquela graninha que chega, com o dezembro, engordando o bolso um pouquinho mais, seja utilizada de forma cautelosa e consciente.
Normalmente, durante os festejos de Natal e Ano Novo, as pessoas se envolvem com as festividades e acabam exagerando, não planejando suas finanças. Com isso gastam mal o seu 13º salário, as gratificações e outros trocados que fazem a diferença nessa época do ano.
Enquanto as comemorações ocorrem, vai tudo bem. Porém, quando chega janeiro, fevereiro e março, aquela graninha que contribuiu para a alegria das pessoas, no enceramento do ano, começa a ser lembrada. À medida que as contas chegam, cada um começa a se virar, pois de um modo ou de outro elas precisam ser pagas.
Esses compromissos não esperam. Além das despesas habituais com água, luz, telefone, aluguel, prestação da casa própria, empregada doméstica, planos de saúde, mensalidades escolares, outras surgem para agravar a situação. É IPVA, Seguro de veículo, DPVAT, taxa de licenciamento, multas de transito, IPTU, matrícula e material escolar. Ou seja: mesmo sendo poupados o 13º salário e as possíveis gratificações de final de ano, ainda faltará dinheiro.
Para quem tem contas pendentes, é melhor quitá-las, em vez de empregar todo o dinheiro em comemorações, festas, presentes, viagens e outros gastos não essenciais. A prioridade deve ser liquidar as dívidas, fugindo do cheque especial, do cartão de crédito e dos empréstimos, que sufocam seus dependentes, lançando-os num infindável mar de dívidas.
É quase impossível não se endividar nessa época do ano. As despesas regulares com água, luz, telefone, plano de saúde, mensalidade escolar, alimentação, empregada doméstica, ou diarista, normalmente comprometem todo o orçamento familiar. Quem optar por algumas oportunidades de lazer, por um passeio com a família, por comprar alguns presentes para as pessoas queridas, acaba caindo no endividamento, daí a importância de se aplicar bem o 13º salário e outras receitas que porventura surjam no apagar das luzes de mais um ano.
Há muito sonhamos com a redução das taxas de juros praticadas pelo comércio e pelos agentes financeiros, para aliviar um pouco o bolso do brasileiro. Poderíamos aproveitar o clamor da sociedade e avançarmos no sentido de uma reforma tributária justa para todos, principalmente para os assalariados, que tanto trabalham em prol do desenvolvimento do país e são por demais sacrificados com os exorbitantes tributos que lhes são impiedosamente cobrados.
Isso, porém, ainda é um sonho, já que nossas autoridades não se mobilizam, nem trabalham com essa finalidade. Logo cabe a nós brasileiros administrarmos melhor o que recebemos. Resta-nos, pois, sermos eficientes no controle daquilo que temos, enquanto lutamos para que os beneficiários dessa política econômica perversa se coloquem no lugar do pobre contribuinte brasileiro e adotem medidas justas, minimizando assim o grande sufoco financeiro daqueles que fazem o progresso do país.